Capítulo 14

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XIV Parte

*Narrativa de Ian

- Que garota insuportavelmente teimosa! - Só pode estar de TPM, puta merda, logo cedo e ela assim. A vontade que dá é de deixar ela ir, e foda-se! Mas se acontecer alguma coisa com ela eu quem vou me sentir culpado. Corri para a alcançar, e ela indo rápido, quase a perdi de vista. - Não adianta fazer pirraça como criança mimada, você não vai sozinha, já disse. Agora se quiser se cansar mais rápido, pode andar em passos rápidos ou até mesmo correr, para mim não faz diferença. Acredito que a mochila seja mais pesada para você do que para mim.

- Não sinto peso algum. - Ela respondeu ofegante. - O tempo nem está tão quente hoje, por acaso não está sentindo esse vento fresco? Não vou ter dificuldade de manter esse passo.

Olhei para o tempo, realmente o vento estava muito frio para o que geralmente tem aqui, certamente um vento alísios. Embora o céu estivesse sem nuvens e o sol já aquecesse, tinha que ter reparado antes, pesquisado. A trilha é muito longa. Mas como nos últimos dias, minha cabeça essa manha estava dominada por essa garota teimosa e impossível!

- Escuta, Não acha melhor esperar um pouco para subir? O tempo está estranho, esse vento, ele pode estar virando, seremos ser pegos desprevenidos por uma chuva.

- O céu está limpo, não vou voltar só por que você não quer subir, já te disse que você não precisa ir de babá. Fica aqui, melhor pra nós dois.

- Laura, para de ser teimosa e me escuta, estou falando sério, esse vento é de chuva.

- Que chuva Ian, não viaja, o céu está limpo, nem sinal de uma nuvem. Se for para atrapalhar fica já disse.

- Por que tem ser tão cabeça dura, me diz, por que tudo isso.

Ela nada respondeu, apenas continuou apertando mais o passo. Pegamos a mata, começamos a subir a trilha. Ela muda, emburrada não me dirigia uma palavra, e nem parava para descansar. Já iam para três horas de caminhada quando passamos por uma cachoeira.

- Laura, vamos parar um pouco, beber uma água, comer uma fruta. Já caminhamos três horas.

- Não estou cansada. - ela continuou caminhando, a segurei pelo braço.

- Mas temos que parar, vamos aproveitar a cachoeira, a água fresca. Não sabemos quando iremos encontrar outra no caminho e ainda temos muito chão pela frente.

- Se você está dizendo.

- Estou dizendo por que é. Não vou deixar sua pirraça besta nos prejudicar.

- Não estou fazendo nenhuma pirraça! - Mas é abusada!

- Então pronto, paramos aqui! - Soltei seu braço em seguida larguei minha mochila.

- Mas rápido, quero ver se dá tempo de voltarmos ainda hoje.

- Qualquer coisa fazemos a metade da trilha, caso não de tempo. Depois podemos vir com o restante do pessoal. - ela me olhou estreitando os olhos.

- Parece que adivinhei que meu dia hoje não seria bom!

Preferi não discutir, ficamos uns 20 minutos e prosseguimos. A trilha era bastante difícil, mata fechada, algumas partes tínhamos que subir de rapel. Paramos pouquíssimas vezes, desta última vez em outra cachoeira, a segunda da trilha. Passavam das 15:00h e a essa altura Laura já mostrava cansaço. Sentou-se em uma pedra soltando o tênis do pé e abandonando a mochila na borda da cachoeira. Retirou a camiseta, em seguida a bermuda, e deu um mergulho. Eu já havia colocado a minha mochila pendurada em um galho, e estava retirando o tênis quando ela saiu da água, fiquei a observando, estava bastante brava e em minha mente repetia que era que foi por causa da noite anterior, quando viu aquela desmiolada sair do meu quarto. Aquela é outra louca, bateu na minha porta e saiu entrando, colocá-la pra fora foi difícil, ela me obrigou a ser grosso, e a expulsar, só não a joguei porta a fora como merecia por que a Laura apareceu.

Duality - Paixão em Fernando de Noronha.Onde histórias criam vida. Descubra agora