Capítulo 11 ☯

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A entrevista com Carolina Brandão foi bem calma,por incrível que pareça.
Ela disse que não tem nenhum envolvimento com o tráfico de drogas.Quase acreditei. As suas gírias e o cheiro de maconha(se é que eu tenha cheirado maconha) não me fez contrariar minha opinião sobre isso.Acho que ela deve ter pelo menos o mínimo de envolvimento.Antes de sairmos de sua casa,ela nos ofereceu uma xícara de chá,mas dissemos que não queríamos.E se ela colocasse uma dosagem de droga no chá?E nos deixasse drogados?
Demos obrigado pela entrevista e saimos de lá.

No carro,o Brenner me convenceu a conhecer a cidade.Eu não estava muito afim,mas acabei aceitando.

-Esse aqui é o museu Collor ,é um museu bastante conhecido,onde vem pessoas de outros países.

-Ahã.-O museu tinha uma aparência antiga e acreditei que se eu entrasse,poderia sentir o cheiro de poeira.

Brenner também me mostrou algumas lojas famosas da cidade e por fim,me convidou para ir ao cinema com ele.
E é claro,que eu aceitei.Eu não vou mentir que eu pensei em várias coisas lascivas durante a viagem até o cinema.

Ele pagou nossas entradas.Eu protestei disse que eu poderia pagar,mas ele não quis saber "Os cavalheiros tem que servir as damas",
foi o que ele disse.
Ele segurou minha mão enquanto esperávamos na fila.Pode acreditar que esse simples gesto fez meu coração acelerar?

-Você acha que o filme é
bom?-Perguntei.

-Talvez.Mas se for chato,vamos para outro lugar, não gosto de assistir filme desinteressante.

-Nem eu.

🤖🤖🤖🤖

Eu e o Brenner sentou perto das duas últimas cadeiras, lá no fundo.
Não havia quase ninguém no cinema,só eu, Brenner e um jovem sentado laaaaaaaaaaá na frente.O que significa que ficamos com muita privacidade.Acredito que não tem muita gente,porque é dia de semana,e também nas segundas o ingresso é mais caro.
Nos primeiros minutos do filme eu não estava entendendo quase nada, mas depois começei a entender que a história era uma mistura de humor com ação.

Eu ri alto quando o personagem principal disse:" A gente não tira self,somos fraco de feição".Mas Brenner não riu.Na verdade,desde o começo ele não riu de nada.
Olho para ele,parece tenso.Ele também olha para mim.Não sei o que me deu, para eu beijar ele.Meu coração se encheu de uma coisa nova;uma emoção incomum na minha vida.
O seu telefone toca e o jovem lá da frente chama um palavrão.
-Alô? Não...Sim...Eu não sei...Entendi...Tá legal, então...-A ligação é encerrada.

-Era a Kátia.-Diz.Eu quase que dizia que não me interessava quem era ,mas fiquei calada por ele ser tão honesto.

Seu celular toca novamente.O que é que essa mulher quer?O jovem da frente fica puto.

-Não poderei ir... Você poderá cuidar disso sozinho...Invente uma desculpa plausível,caso eu não chegue a tempo...-Dessa vez ele não disse quem era.Fiquei fingindo que estava prestando atenção no filme.

Entre nós houve um silêncio constrangedor,eu sabia que ele também não estava prestando atenção no filme.
Ele tocou meu joelho e eu fiquei paralisada.Parecendo uma estátua.

-Para não haver desavenças entre nós novamente, -Ele para de falar,e eu continuo olhando para a tela grande a minha frente.- quero que você saiba que,a Kátia marcou o casamento novamente.

Eu não disse nada. Não havia nada para ser dito.A vida era dele e ele sabia o fazia.

✴✴✴✴✴ ✨ ✴✴✴✴✴

A viagem de volta para o trabalho foi bem "tranquila".Eu não falei nada,e nem ele também.E o que eu poderia dizer,naquelas circunstâncias?
Se eu dissesse que o juramento que ele fez com o pai dele havia sido muito idiota,eu seria egoísta demais.Não poderia agir daquela forma.
E por um breve instante me peguei imaginando se eu aceitasse a oferta do Ricardo. Tenho quase certeza que ele seria um bom genro para meus pais e um bom cunhado para meu irmão também.
Mas não era ele quem eu queria.
Eu queria o idiota comprometido do meu chefe.
Por que eu fui gostar logo dele?Por que meu coração foi tão burro?

Amor pela primeira HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora