Capítulo📆 8

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-Ana por favor,tenta ficar calma, já estou chegando aí.-Desligo o celular e começo a me arrumar que nem uma louca,a primeira saia e blusa que vejo eu visto.

Droga!Ainda tem esse cachorro inútil!
Vou deixar com a vizinha mais próxima.Eu mesmo que não vou deixar ,Bolt,destruir essa casa. Espero que se comporte na outra.
Faço um coque desalinhado na cabeça,pego uma sandália qualquer,nem sequer passo maquiagem, aliás,eu vou a um hospital e não para uma festa.
Pego o Bolt e bato na casa da vizinha,que nunca vi na minha vida.
Ela abre a porta e eu praticamente empurro Bolt para ela.

-Por favor moça,tem como a senhora ficar com meu cachorro?Porque o pai da minha amiga está morrendo e ela precisa de minha ajuda, não tem ninguém com ela.- Acho que não tem,porque onde a família de Ana mora é um pouquinho longe daqui.- A vizinha faz cara de pena e, decide ficar com o Bolt.

- Tudo bem,espero que ele não fique com fome.- Também espero.
Corro para fora do condomínio e pego o primeiro táxi (parece que já vem virando rotina,esse meu "costume").

O hospital em que o pai da Ana está é o Camponês,ela me disse uma vez.
Não é um hospital tão nobre,mas é particular, só uma pessoa com uma bufufa legal, consegue ficar aqui. Uma pessoa como eu, por exemplo, não costuma a ficar num desses.
O problema será achar onde Ana está,mas por sorte o Rafael vem me encontrar.Ele me abraça. Desde quando ele ficou tão emotivo?

- Cadê a Ana? - É a primeira pergunta que me vem a mente.

-O pai dela chamou para vê-la.

-Sério?

-Sim,ele está morrendo. Os médicos disseram que não podem fazer mais nada. Se ele viver, será um milagre dos céus, porque dos médicos não haverá mais ajuda.

-Meu Deus.

-Ele já morreu 3 vezes.Sendo que os médicos conseguiram retornar ele para a vida.-O Rafa começa a andar e eu o sigo.

- Então quer dizer que ele está assim desde que eu estava a trabalho? -Porque a Ana não me chamou? E eu pensando que ela e o Rafael tava no maior love.

-Sim. Sendo que a Ana não queria atrapalhar sua viajem, aliás, eu já estava aqui.-O Rafa senta em frente a um quarto,e eu sento também.

Não gosto de sentar em cadeiras de hospitais mas nessa hora,essa é uma das mínimas coisas que me preocupo.
Aponto para o quarto da frente e pergunto se é onde o pai da Ana está.

-Sim, é esse.-Escuto um soluço e me levando subitamente.Mas o Rafa me empurra novamente para a cadeira.

-Ninguém pode ir para lá, só a Ana.O pai dela a chamou em particular.Acho que devem estar conversando sobre algo interessante.- E é nesse instante que eu tenho um rápido flashback da Ana me dizendo que nunca teria o perdão do pai. Talvez ela e ele estejam se perdoando e se despedindo.

Ana sai do quarto totalmente alheia,e quase que ia embora sem prestar atenção em nós.Quando ela me vê corre para os meus braços e começa a chorar.

-Ele se foi...Ele se foi...Ele se foi para... sempre.-Ela fala mas o choro fica interrompendo.

Eu não sei o que falar em momentos como esses,eu não sou o tipo de amiga que tem as palavras mais sábias do mundo. A única coisa que consigo fazer é disponibilizar o meu abraço para ela chorar.
O Rafa quando escuta,vai logo chamar os médicos,que vem correndo para tentar outra tentativa de reanimar o paciente.

-Ele...Ele... não chegou...a me...perdoar... -Ela chora mais forte.

-Shhhhh,eu tenho certeza de que ele te perdoou de coração.

Amor pela primeira HarleyOnde histórias criam vida. Descubra agora