A Minha Mensagem Mais Importante Sobre a Cura

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0 erro mais prevalecente, talvez, entre o povo que procura a cura, inclusive aqueles que ficam plenamente convictos desta verdade, é o de confundir a esperança com a fé. Os enfermos, quando oramos por eles, naturalmente têm a esperança de melhorar, mas a esperança não é de forma alguma a fé. A esperança é somente passiva, muito diferente da fé, que é ativa, criativa. A esperança tem algo de incerteza; olha para a frente, para a possibilidade, enquanto a fé olha para trás para uma obra consumada. A fé baseia-se com firme e confiada segurança, na Palavra de Deus, e não recebe apoio algum do que o olho percebe.
O homem natural é uma criação dos sentidos, Ele ainda vê ou sente os sintomas da aflição, insiste em crer no que os seus sentidos lhe dizem, em vez de crer no que a Palavra de Deus diz. A fé, ao contrário, não se influencia pelo que o olho vê, e, de fato, nem o leva em conta. A fé não honra os sentidos, mas recebe a sua força da Palavra invariável do Livro de Deus. Se essa não fosse a natureza da fé, não haveria necessidade de uma coisa como a fé. Por que haveria necessi- dade da fé para aquilo que o olho já percebe, ou para aquilo que a mão já apalpa?
O paralelo entre a salvação e a cura
É esta interpretação errônea da fé que a torna tão difícil de se compreender para se reclamar a cura do físico. Contudo, não há razão para esta falta de compreensão. O ensinamento da Bíblia acerca da cura é tão simples como o da salvação. A verdade é que a cura do corpo e a salvação da alma envolvem uma obra semelhante do Espírito e são governadas por leis quase idênticas, se não mesmo idênticas. A chave para o entendimento do assunto inteiro da cura divina está em reconhecer o paralelo quase idêntico entre reclamar a fé para a cura e reclamá-la para a salvação. Se, portanto, temos conhecimento da fé pela qual vem a salvação, então por meio duma comparação simples, podemos
compreender o mesmo princípio da fé pela qual vem a cura. _______
* Por Gordon Lindsay
Notemos a semelhança entre adquirir a libertação da alma, da sua pecaminosidade, e a de adquirir a libertação do corpo, da enfermidade. A maioria dos pecadores, a não ser talvez os tolos mais precipitados, alimenta vaga esperança de salvar-se por fim. Mas apesar de o pecador reconhecer o valor do céu, e que pode concordar que a probabilidade de se perder eternamente é infinitamente mais trágica do que meramente ficar enfermo, contudo, esse incentivo intenso ao arrependimento não é suficiente, em muitos casos, para resultar na conversão do pecador. Contudo, mesmo quando o pecador tem uma idéia do horror da doença do pecado, e exprime a vontade de abandoná-lo, ainda não se salvará antes de crer no fato de que Cristo morreu por ele.
A obra consumada da salvação
É somente quando o pecador aceita a obra consumada do Calvário, que se pode salvar. Se o pecador não crer, até se sentir salvo — nunca se salvará. Não já conhecemos pessoas que se enganaram neste ponto? Ê somente no ato de crer na obra consumada no Calvário, que se realiza a conversão do pecador. Uma nova reforma da fé
Essa crença na obra consumada de Cristo não se tornou a herança da Igreja de Cristo sem um conflito, que, de fato, fez tremer a Igreja até seus alicerces. Esta verdade veio como fruto da grande reforma. Lutero e outros descobriram que as orações, as penitências, os jejuns, as lágrimas, e as grandes lutas da alma não os traziam ao ponto de gozar paz com Deus. Foi somente quando eles aceitaram abertamente a promessa da obra consumada de Cristo, que veio a paz do céu. Nem era fácil nesse tempo fiar-se nisso. Todas as tradições dos homens, as miríades de dogmas da igreja medieval, todos os instintos do homem natural, e não convertido, chocaram-se e revoltaram-se contra tal verdade. Não obstante, homens intrépidos e corajosos lutaram até vencerem. A verdade que "o justo viverá pela fé," outrora quase não aceita por ninguém, por fim se tornou a pedra fundamental de inumeráveis milhões de pessoas.
Esta verdade, que a grande reforma deu à luz, é conhecida por todos os ganhadores de almas, bem sucedidas, e eles a usam sabiamente para instruir o pecador no que deve fazer para ser salvo. Eles sabem que é um erro tentar levar o pecador a se decidir antes de o Espírito aprofundar suas convicções e antes de ele ter conhecimento da promessa de Deus acerca da salvação. O ganhador de almas reconhece que se a mente do homem fica confusa, ou se não aceita plenamente a promessa, ele cairá com a primeira tentação que terá de enfrentar. Por esta razão um pregador sábio não exige que o pecador aja logo, quando começar a falar com ele. Há uma obra preliminar do Espírito que deve ser feita no seu coração. Há instruções que ele deve receber. O Espírito deve fazer a Sua obra de convicção antes de fazer a Sua obra do novo nascimento.
A obra preliminar do Espírito necessária para a cura
A tragédia é que muitos crentes, que conhecem bem essas coisas, desprezam essa sabedoria na obra da cura divina. Muitas vezes estão aflitos para ver o doente, por que têm muito interesse, atendido imediatamente, e se tudo não se realiza logo à maneira que esperavam, ficam irritados. Doentes viajam milhares de quilômetros às clínicas; gastam fortunas para obter a maior ciência médica, e aceitam sem questão o fracasso dos médicos, filosoficamente. Mas quando procuram a cura divina, eles querem estabelecer os regulamentos. Para eles, tais Escrituras como "a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus" tem pouca importância. Alguns, não conhecendo a Palavra de Deus, acham que alguém, com os dons de cura, deve andar de hospital em hospital, curando todos os enfermos. Ignoram, parece, o relato bíblico de Jesus no tanque de Betesda, onde curou apenas um e deixou outros coxos e enfermos sentados lá. Ou que Jesus, em Nazaré, não podia (não que não queria) fazer ali obras maravilhosas, por causa da incredulidade do povo. Passam por cima do fato que o ensinamento de Cristo acerca da cura se antecipa à vontade da parte do indivíduo em submeter a sua vida inteiramente a Deus, ou que quando o Senhor respondeu ao rogo da mulher gentia para curar sua filha, Ele declarou que a cura era "o pão dos filhos." Se compreendemos a cura divina, devemos reconhecer que o mesmo poder que cura a alma também cura o corpo, Tiago 5.14-16. A obra consumada da cura
Não é necessário muito tempo para o pecador se salvar, quando uma vez tem seu coração preparado para receber Cristo. Ao contrário, às vezes, podem ser necessários muitos anos para o pecador resolver submeter-se a Deus. Mas quando chega aquele momento, a salvação vem quase instantaneamente. Isso é possível por causa da obra consumada — a salvação completada uma vez para sempre no Calvário. Enquanto o pecador não crê, ou enquanto deixa para outro dia a salvação, não se salvará. Ao chegar à fé que Deus salva agora, a obra está feita.
Os crentes sempre animam o penitente a crer imediatamente. Não há meio para o pecador se salvar antes de ele crer que a obra de perdão já foi feita. Ninguém acuse um obreiro de usar de falsidade se insiste em que a alma penitente se fie na Palavra de Deus, e creia que a salvação é um fato já consu- mado. Contudo, na obra da cura divina, é isso mesmo a acusação feita por crentes, sinceros sim, mas não instruídos nesta verdade.
Dois enganos funestos
Ê nesta altura que queremos tratar de dois erros deploráveis que a Igreja
comete acerca da cura divina. Primeiro: Apesar de ser geralmente aceito que o ensinamento da Palavra, ungido por Deus, é necessário para uma obra verdadeira de conversão, muitas vezes as mesmas pessoas se mostram incoerentes falando contra aqueles que agem da mesma maneira na obra da cura. Muitas vezes animam os doentes a pedirem oração sem primeiro a instrução, e se ressentem se o pregador aconselha os doentes a prepararem o coração. Segundo: Alguns crentes, apesar de animarem o pecador penitente a crer na OBRA CONSUMADA da salvação, mostram-se inconscientes, falando contra os que tratam da mesma maneira para obter a cura dos enfermos. Alguns fazem mal de chamar a atenção para os enfermos que se disseram curados mas ainda estão doentes. Isso é pecado grave. É igual a desanimar um pecador, que deseja salvar- se, chamando sua atenção para um desviado, que uma vez se proclamou salvo. Que Deus seja verdadeiro e todo o homem mentiroso! Segundo a Palavra de Deus, está salvo se realmente creu. Igualmente o enfermo está curado se realmente crê. Tanto a cura como a salvação são obras consumadas, completadas no Calvário. Reclamemos as duas pela fé, que a obra está agora concluída.
A apropriação da fé
A cura é a obra acabada, da parte de Deus, mas temos de torná-la nossa, pela fé, sabendo que a obra já está terminada, apesar de quaisquer sintomas que sentimos ou vemos. Fé é crer, confessar, e agir fiando-se na obra de Cristo já feita, segundo o que está escrito na Palavra de Deus. Pedro declara: "Pelas Sua feridas fostes sarados." Lede, também, Isaias 53 e Mat. 8.14-17. Não recebemos a cura do céu, orando, nem persuadimos a Deus fazer o que já foi efetuado no Calvário. Oramos para que o doente se aproprie da cura, da mesma maneira como o pecador se apropria da salvação.
Os que recebem com alegria e se desviam
Jesus falou de alguns que ouvem o Evangelho e o "recebem com alegria, mas ... apenas crêem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam." Outros, disse Ele, "são sufocados com os cuidados, e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição," Lucas 8.13,14.
Não havia defeito algum na Palavra semeada nos seus corações. Não havia falta alguma no estímulo que ela dava ao povo para crer, nem na alegria que sentiram como resultado de crer. A dificuldade foi que deixaram algo os impedir de crer, deixaram algo "sufocar" a obra do Espírito. O mesmo acontece em crer para a cura. No momento em que o homem crê para a libertação de seu físico, ele a recebe, quanto à parte que pertence a Deus conceder. "Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis," Mar. 11.24. Ou como na Edição Revista e Atualizada: "Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim con-vosco." Portanto, se ficamos tentados a submetermo-nos aos sintomas, e cedemos, fazemos justamente o que o diabo quer. Fazemos como um recém-convertido, que, sob a tentação, submete-se à sugestão do inimigo que nunca foi salvo. É isso que faz o homem que crê para a cura, então duvida e depois declara que nunca recebeu a cura.
A verdade é que a maioria das pessoas que vem para a cura fica curada, quanto à parte que pertence a Deus. O problema realmente é evitar que essas pessoas não se submetam a influência da incredulidade, do ceticismo — o problema é que são escravos do conhecimento adquirido por meio dos seus sentidos. Nessas ocasiões, mais do que em quaisquer outras, é importante conservar essas pessoas sob a Palavra de Deus e afastadas de descrentes. O problema é idêntico ao que um pastor tem de enfrentar quando um bom número de convertidos aceita a Cristo. Como ele tem de se esforçar, cuidando dessas pessoas com todo o amor e as alimentando com o genuíno leite espiritual da Palavra! Se ele não o faz, quantos desses recém-convertidos não cairão? Sa-tanás tentou a Cristo dizendo: "Se Tu és o Filho de Deus . .." Ele tenta todas as pessoas verdadeiramente salvas. Ele tenta todas as pessoas verdadeiramente curadas. Mas, enquanto o recém-convertido resiste à tentação e ao diabo, e fita seu olhar em Cristo; o recém-curado, muitas vezes, é induzido pelos amigos e pelos inimigos, pelos fracos e fortes, pelos pregadores e pelos leigos, a não ficar demasiado certo da sua cura e ficar de prontidão para a volta da enfermidade. Aqueles que têm aceitado a cura de Cristo pela fé, e os que alcançaram a salvação de Cristo pela fé, devem ser alimentados, ensinados, e edificados com as promessas de que eles se estão apropriando pela fé. Somente aqueles que "permanecem na Sua Palavra," e que continuam em uma atitude correta de fé para com as bênçãos adquiridas de Deus, podem reter todos os benefícios.
O pecado da incredulidade
É melhor encararmos a verdade. A incredulidade é pecado. É condenada
pelo Senhor, é pior mesmo que a torpeza, que a licenciosidade. A incredulidade é guerra contra a própria lei da existência. E uma lealdade tirânica ao conheci- mento adquirido por meio dos sentidos e uma deslealdade à Palavra de Deus.
O pastor verdadeiro anima os recém-convertidos a fiarem-se na fé, mesmo se tiverem de passar pelo fogo das tentações. Admoesta-os a ficarem firmes e não cederem às astutas ciladas do inimigo. Da mesma maneira, devemos ensinar o recém-curado que o plano de Deus é tirar as enfermidades do meio de Seu povo (ÉXO. 23.25), e a vontade de Deus para com ele é que ele "vá bem em todas as coisas, e que tenha saúde, assim como bem vai à sua alma," III João 2. Esta é a promessa, e será cumprida nas vidas de todos os que se mostrarem ousados em crer.

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