Quando Deus me Falou

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Nasci em uma fazenda perto de Pacassett, Oklahoma, o sétimo de treze filhos. Criei-me na fazenda e cursei um colégio rural.
Com a idade de doze anos, meu irmão, recém-convertido numa latada*, levou-me consigo a um culto que se realizava em um "Faith Tabernacle", um templo rústico, perto da linha da estrada de ferro em Manford, Oklahoma. Assisti, vestido de traje rural, e, quando convidado, consenti alegremente, mas muito acanhado, a tocar o piano. Quando o evangelista lançou o apelo, nessa noite, fui convertido e fiquei cheio de gozo.
Desde então gostava de assistir à pequena igreja, mas muitas vezes não consegui completar o meu trabalho na fazenda em tempo para assistir aos cultos. Muitas noites chorei porque não podia assistir a esses cultos.
Certo dia, depois de completar quatorze anos de idade, quando procurava as vacas na mata, comecei a chorar. Senti-me um tolo e admirei-me que queria tanto chorar. Caí de joelhos ao lado duma pedra grande. 0 Senhor Jesus falou ao meu espírito e fez-me saber que me tinha escolhido para pregar Seu Evangelho.
Quando tinha quinze anos de idade, deixei a fazenda para acompanhar um bom ministro de nosso município em uma série de cultos evangélicos. Nunca me esquecerei da noite em que saí de casa, deixando meus pais chorando. Era o último de sete filhos a sair. Reconhecia que havia muitas responsabilidades na fazenda, e trabalho demais para meu pai fazer sozinho. Mas sabia, também, que o Senhor me falara e que Lhe devia obedecer. Reconhecia, mesmo como meus pais, que a seara grande do mundo era muito mais importante do que os poucos hectares de terreno que cultivávamos. Tinha a certeza de que o Deus que me chamara, supriria em tudo meus pais. E isso Ele fez abundantemente.
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*Outrora se realizavam grandes cultos de evangelização sob coberturas de galhos de árvores
Acompanhei esse pastor durante dois anos e meio, em campanhas de evangelização maravilhosas, através dos estados de Arkansas, Oklahoma e Califórnia. Foi em Los Banos, Califórnia que uma linda jovem assistiu a nossos cultos e, um ano depois, se tornou minha esposa.
Viajávamos, minha esposa e eu, dois anos na Califórnia, pregando o Evangelho de Jesus Cristo. Em 25 de março de 1943 nasceu nossa filha, Marie LaVonne, mas morreu sete dias depois. A tristeza e o desapontamento eram quase insuportáveis, mas assentamos no coração avançar na pregação do Evangelho de Jesus Cristo e recompensar o que perdemos com almas nascidas no reino dos céus.
Na primavera de 1944 fomos a Portland, Oregon para uma série de cultos evangelísticos onde ficamos, pastoreando a "Montevilla Tabernacle." Foi em Portland, em 20 de janeiro de 1945, que nasceu nosso filho, Tommy Lee, Jr.
Três semanas depois, demitimo-nos do pastorado e começamos a visitar igrejas em vários estados, antes de embarcar como missionários à índia. Passamos quase um ano na índia, onde tivemos o ensejo de ver muitas conversões alegres. Quantas vezes, depois de nossa volta à América, sentimos porque não compreendíamos o ministério da cura divina lá na índia. Mas depois de saber da libertação completa tanto do corpo como da alma, antecipamos nossa volta à índia com esta mensagem.
No outono de 1946, voltamos aos Estados Unidos, e aceitamos o pastoreado da "Full Gospel Church" (Igreja do Evangelho Pleno), em McMinvile, Oregon. Em 21 de março desse ano nasceu nossa filhinha, LaDonna Carol.
Durante o tempo de nosso pastoreado na igreja em McMinvile, Deus
tratou comigo de muitas maneiras maravilhosas. Foi durante esse tempo que uma irmã em nossa igreja me informou da morte do dr. Charles S. Price. Não o conhecia pessoalmente, mas lera dezenas de seus sermões gloriosos, e assim cheguei a amar muito esse homem. Ao ouvir falar na morte desse homem, fui à igreja e comecei a chorar em voz alta. Parecia-me que não podia conter a minha tristeza. Os heróis da fé dos anos passados passavam na minha mente como um panorama. Lembrei-me de Wigglesworth, de McPherson, de Pearlman, de Gipsie Smith, de Kenyon, de Price, de Dowie, e de outros. Nunca ouvira um deles pregar; nem conhecia um deles. Mas tinha saído deste mundo para todo sempre. Nunca os encontraria aqui. O mundo nunca sentiria mais a força e a influência de seu ministério maravilhoso. Somente ouviríamos falar neles e contar as proezas da sua fé. Como isso quebrantou o meu coração! Tudo que me aconteceu parecia muito estranho, quando nem conhecia esses homens.
Comecei a meditar em tudo isso. Disse eu: "Senhor, todos esses grandes heróis já partiram e milhares de pessoas continuam a morrer. Multidões permanecem enfermas e sofrendo. A quem irão agora para achar socorro? Quem agora vai comover nossas grandes cidades e encher nossos grandes auditórios com o poder magnético de Deus, curando enfermos, expulsando demônios? 0 que vai fazer este mundo agora? Foi assim que perguntava no meu coração e Deus respondeu às minhas perguntas de maneira maravilhosa, mas não imediatamente.
Alguns dias depois disto, durante o mês de junho de 1947, assistimos a um culto onde Hattie Hammond ministrava. Depois de ela pregar sua maravilhosa mensagem de "Ver Jesus," voltei para casa muito comovido na minha alma. Ouvir esta mensagem foi um outro passo que Deus planejara na minha vida. Na manhã seguinte, fui acordado por uma visão gloriosa, primeiro da cruz e depois do anjo Gabriel com sua trombeta; e depois, de Jesus Cristo em pessoa. Não existe língua que possa descrever Seu esplendor e beleza; não há língua para exprimir a magnificência e poder da Sua presença. Jazia como morto, sem poder mover um dedo, tomado por SUA presença.
Ele era belíssimo. Fico, agora mesmo enquanto me esforço para escrever o que vi, tomado de alegria e reverência indizíveis. De tudo o que tinha ouvido acerca do maravilhoso Cristo, não me contaram a metade. Suas mãos eram formosas.
Pareciam vibrar de poder para criar. Seus olhos eram como correntezas de amor, manando para o íntimo do meu ser. Seus pés firmaram-se em nuvens de glória transparente, que pareciam colunas de justiça e integridade. Suas vestes eram brancas como a luz. Sua presença era embelezada com tão grande amor e poder que me senti irresistivelmente atraído para Ele. Oh, é impossível contar a metade!
Depois de passar talvez trinta minutos de debilidade extrema, consegui levantar-me e entrar no gabinete onde caí de bruços, entregando toda a minha vida, em submissão completa, a Ele que eu chegara a conhecer como "SENHOR." Toda a minha vida ficou transformada. Eu jamais seria o mesmo. As idéias velhas e tradicionais, a que aderi, começaram a desvanecer-se e senti-me impressionado diariamente por um sentido de reverência e paz. Tudo ficou mudado. Anelava agradá-lo. Oh! como queria agradá-Lo! É só isso que tem importância para mim, desde aquela manhã bendita.
Com esta visão gravada na minha mente, e com o peso no coração pela partida de tantos grandes homens de fé, procurei diligentemente saber o plano perfeito de Deus quanto à minha vida.
No mês de setembro de 1947, aceitamos novamente o pastorado do Montevila Tabernacle em Portland Oregon, e iniciamos resolutamente o que esperamos ser um tempo prolongado de ministério na encantada "Cidade de Rosas." Mas Deus tinha isso planejado, também, apenas como um passo curto em nossas vidas.
O rev. William Branham chegou em Portland e promoveu uma campanha de curas no grande prédio "Civic Audito-rium." Ouvi falar nos grandes milagres de curas e do ministério maravilhoso do amado irmão Branham. Assisti, sentado na galeria. Não posso exprimir o que senti de emoção, no meu coração, em presenciar a operação do dom de curas no irmão Branham.
Durante três ou quatro anos fiquei muito comovido acerca dos métodos tradicionais que empregavam em tratar com os enfermos e os possessos de demônios. Sempre dizia que errávamos na maneira de tratar com os que sofrem. Sempre cria que podíamos, e que devíamos, fazê-lo à maneira bíblica. Convidávamos a igreja inteira a orar por uma pessoa, com a esperança de alguém orar a oração da fé pelo enfermo.
Reconhecia que isso não era o método bíblico. Enquanto presenciava o irmão Branham ministrar aos enfermos, fiquei cativo especialmente pela libertação de uma menina surda-muda, pela qual orou assim: "Espírito surdo- mudo, conjuro-te no Nome de Jesus, que saias desta criança." E quando fez estalar seus dedos a menina ouviu e falou perfeitamente. Quando presenciei isso, parecia-me que mil vozes me falaram de uma vez, todas dizendo a mesma coisa e repetidamente: "Tu PODES TAMBÉM! INICIA-O AGORA - Tu podes fazê-lo — é isso que Deus quer que tu faças."
Regressei a casa em um novo mundo. Tinha presenciado a BÍBLIA EM AÇÃO. Era o que tinha sempre anelado. Tinha visto, por fim, Deus fazer o que prometera fazer. Toda a minha vida tomou outro rumo nesta mesma noite.
Passamos muitos dias, depois, de jejum e oração. A minha esposa e eu permanecemos perante Deus determinados a ser instrumentos nas mãos de Deus, instrumentos pelos quais Ele desempenharia Suas obras poderosas de libertação hoje. Anunciamos imediatamente, até longe, convidando o povo a trazer os enfermos, os doentes, os coxos, os cegos, os surdos e mudos. Começamos imediatamente a pregar a libertação para todos e a orar pelos enfermos. Não é necessário dizer que Deus começou imediatamente a operar milagres, porque nos mostramos ousados em nos fiar na Sua Palavra. Começamos a AGIR SEGUNDO A SUA PALAVRA. Se Deus o disse, então tinha de ser. Se Deus prometera, então ELE TINHA DE O CUMPRIR.
Seguiram-se algumas semanas de resultados gloriosos, mas o meu coração não estava satisfeito. Informei à igreja que não aceitaria ninguém em casa, nem atenderia ao telefone, antes de Deus falar comigo. A sra. Osborn assumiu as responsabilidades pastorais. Entrei em um quarto determinado a permanecer até Deus falar comigo. Fiquei lá somente dois dias e duas noites e no terceiro dia o Espírito me falou muito clara e distintamente. Deus, por fim, respondeu às minhas perguntas acerca da morte de tantos heróis da fé e da necessidade enorme, que ainda existe em todo o mundo, deste grande ministério de libertação.
O Espírito falou assim: "Meu filho, como Eu estava com Price, McPherson, Wigglesworth e outros, assim estarei contigo. Eles morreram, mas agora é a TUA vez para te levantar.
ir e fazer como eles fizeram. Expele tu demônios; Cura tu enfermos; Ressuscita tu mortos; Purifica tu os leprosos. Eis que TE dou poder sobre todo poder do inimigo. Não te atemorizes. Sê forte. Se corajoso. ESTOU CONTIGO COMO ESTAVA COM ELES. Não há poder inimigo que possa ficar perante TI todos os dias da TUA VIDA, enquanto levas o povo a crer na Minha Palavra. Usei esses homens no tempo deles, mas agora é a TUA vez. Agora és TU que quero usar."
Havia mais dias e semanas de jejum e oração depois de eu receber esta comissão tremenda, e isso resultou em mais milagres e curas. Percebi muito definitivamente a vontade de Deus em pedir demissão do pastorado da igreja e levar este "Evangelho do Reino" até as extremidades da terra como um teste- munho entre todas as nações e povos. Assim começamos, no verão do ano de 1948.
Desde então temos tido o prazer de ver milhares de pessoas curadas de todas as sortes de doenças e enfermidades incuráveis, e de levar milhares de pecadores para aceitarem a Jesus Cristo como Salvador.
Temos visto dezenas de surdos-mudos curados perfeitamente duma vez. Temos visto grande número de cegos receberem a vista instantaneamente. Temos visto os coxos restaurados; os em cadeiras de rodas, até com a idade de quarenta e dois anos, se levantarem e andarem; os em leitos restaurados pelo poder criador de Deus. Temos visto olhos vesgos direitos; juntas duras libertadas num instante. Temos visto novos tímpanos dos ouvidos criados; pulmões, rins, costelas, e ou- tras partes do corpo retirados por operações, recriados e restaurados pelo poder criador de Deus. Temos visto os incuráveis feitos sãos; cânceres morrerem e desaparecerem, leprosos purificados. Temos promovido campanhas em toda parte de nosso continente e em outros países e ilhas. Em uma só campanha, vimos cento e vinte cinco surdos-mudos, noventa pessoas inteiramente cegas, e centenas de outras pessoas libertas milagrosamente. Em uma só campanha vimos 50 mil pessoas, cheia de alegria, aceitarem a Cristo como Salvador — até 5 mil em uma só noite. O que o Senhor fez no passado, é apenas uma pequena parte do que Ele anela fazer no futuro imediato.
Uma das declarações, mais penetrantes e que nos chama a agir, da Bíblia e acerca do tempo do fim, se encontra em Mateus 25.14, onde Jesus prediz o seguinte: "E este Evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim." Mais literalmente: "Estas boas novas serão proclamadas COM PROVAS a todas as nações, e então virá o fim." Esta profecia divina, dos lábios do Mestre, não tem coisa alguma com as atividades modernas e missionárias das sociedades religiosas, mas se refere a uma nova era de evangelismo ardente que proclama a Cristo como Senhor, COM PROVAS, a esta geração, significa um aviva-mento de métodos da Igreja primitiva, "testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo," Heb. 2.4.
Não posso compreender como a igreja moderna espera alcançar os perdidos com a mensagem de Cristo, se não prega a parte do Evangelho que sempre convertia as multidões à fé verdadeira — o poder milagroso de Deus para curar. Um exemplo do que quero dizer:
Quando chegamos em Colon, Panamá, para promover uma campanha, preguei a mensagem inicial e em seguida convidei todas as pessoas presentes não salvas a aceitarem a Cristo como Salvador. Mas em vez de alguém avançar a frente como esperava, uma onda de riso meio abafado passou pela assistência.
Percebia que não estavam convictos do Evangelho e disse logo: "Não faço mais apelo! Não peço a ninguém servir a meu Deus antes de estar convicto que meu Deus é o verdadeiro Deus, e que Ele faz justamente o que prometeu na Sua Palavra, a Bíblia."
Então acrescentei: "Este livro contém as promessas de Deus, uma das quais é curar os enfermos. Peço, portanto, que os surdos, os cegos, os paralíticos, os enfermos, que crêem no meu Deus, e que crêem que estas promessas da Bíblia são divinas e verdadeiras, venham aqui para a frente. Quero orar por vós, segundo a Bíblia ensina, e se o Deus que proclamei aqui hoje à noite é o verdadeiro Deus, e se este livro é verdadeiramente a Palavra de Deus, Ele vos curará agora."
Diversos responderam e oramos por cerca de meia dúzia, dos quais tínhamos a certeza de que tinham fé em Deus, e todos foram curados instantaneamente na presença da assistência. Não é necessário dizer, que a multidão, que enchia a arena, se admirou, justamente como as multidões no tempo de Jesus.
Na noite seguinte, a arena estava superlotada. Preguei.
Então repeti o apelo aos descrentes a aceitarem Cristo e mais de 400 pessoas, com lágrimas nos olhos, apressaram-se para chegar à frente. Entregaram as suas vidas a Deus que tinha demonstrado Seu poder perante seus próprios olhos. Era a verdade em Colon, Panamá, tanto como na cidade de Samaria: "As multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia," Atos 8.6.
Do Alasca à Argentina; de Nova York a Calcutá, índia; de Oregon a Porto Rico, em todo o lugar onde tenho pregado o Evangelho, descobri um fato que nunca falha: As multidões seguem a Cristo de boa vontade quando presenciam Seu poder divino manifestado para curar.
Uma coisa eu sei, o povo quer vermelho, quer moreno, quer preto, quer branco, quer educado, quer inculto, quer rico, quer pobre responde igualmente a Cristo, que HOJE EM DIA manifesta Sua compaixão inalterável, curando os enfermos.
Desde o dia em que Elias aceitou o desafio no monte Carmelo e o povo deixou de adorar a Baal para adorar a Deus-Jeová, até mesmo a época presente quando homens de fé estão proclamando as Boas Novas de Jesus Cristo, o Salva-dor que cura a TODOS QUE 0 INVOCAM E O SERVEM, com o resultado de centenas de milhares se ajoelharem perante o nosso Senhor, os homens estão prontos a declarar sua decisão definida a servir o Deus que é o Deus de milagres.
Não obstante tudo que os mestres religiosos ensinam, permanece o fato incontestável, que não existe substituto para a "demonstração do Espírito e de poder," I Cor. 2.4.
Paulo atribuía repetidamente o sucesso de seu ministério ao fato de Deus sempre confirmar Sua mensagem por milagres. Em Romanos 15.18,19 diz que Cristo tornou os gentios obedientes por grandes sinais e maravilhas, pelo poder do Espírito de Deus. E ainda que se empregam febrilmente mil e um substitutos, as multidões de não convertidos em todo o mundo ficam esperando, e morrendo, até a Igreja de hoje em dia voltar aos seus joelhos em jejum e oração, rogando a Deus que restaure Seu grande poder na vida dela — tem de orar como a Igreja primitiva: "Concede aos Teus servos que falem com toda a ousadia a Tua Palavra; enquanto estendes a Tua mão para curar e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do Teu santo Filho Jesus," Atos 4.29,30.

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