Capítulo 14 - Chegada

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Adrien havia conseguido um avião particular com um amigo do pai. O voo seria de madrugada, então todos teriam tempo de arrumar as coisas com calma. Alya e Nino precisaram falar com os respectivos chefes sobre sua ausência indeterminada, explicando que havia um parente doente. Chloé também havia inventado uma desculpa para o pai, enquanto mestre Fu apenas seguiu para o aeroporto. Sem malas.

Adrien e Marinette haviam arrumado uma mochila com um pouco de comida e roupas mais quentes. No momento, se encaminhavam até a mansão Agreste.

Adrien dirigia o próprio carro, segurando a direção com força desnecessária. Marinette pensava que talvez fosse por só agora a ficha ter realmente caído para ele, já que antes ele até havia consolado ela mesma. Suspirou, antes de pousar a mão sobre a dele.

-Sei que é difícil, mas precisa manter a cabeça fria, ok? – Marinette sentia que precisava dizer isso. Sabia que ele estava escondendo o que sentia, então mesmo que ela dissesse para ele se manter calmo, ao mesmo tempo ela queria que ele colocasse aquilo para fora.

-Eu estou com a cabeça fria, Marinette. Ninguém está mais calmo que eu. – O jeito que ele falou, juntamente com a mandíbula cerrada e com o fato dele nem ter olhado para ela, diziam o contrário. Ela deu outro suspiro.

-Desculpe por hoje mais cedo. Acabei desrespeitando a sua dor.

-Não diga isso. – Ele largou o volante, dirigindo com apenas uma mão, para com a outra, segurar a mão dela. – Eu realmente prefiro só pensar nisso quando eles estiverem bem diante de nós. Se eu começar a pensar no que está acontecendo, vou ficar maluco.

-Eu... entendo. Mas quando sentir a pressão, pode contar comigo, sabe disso, não é?

-Claro que sei. – Ele deu um sorriso mínimo, mas ainda olhando para frente. Marinette quase pôde se ouvir dando o terceiro suspiro depois de olhar para o noivo daquele jeito.

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-Adrien! Por favor, diga que tem notícias do senhor Agres... – Nathalie, um pouco mais velha, mas ainda sim elegante, correu até o loiro desesperada, coisa rara de se ver. Porém, foi cortada por ele.

-Nathalie, vou viajar para o Tibet. Cancele tudo dessa semana para meu pai, Marinette ou para mim. Quando eu puder, vou explicar.

-Mas... – Adrien e Marinette andaram até o escritório do pai. A mestiça apenas deu um aceno para a secretária, com um sorriso pequeno e tenso nos lábios.

Assim que os dois entraram, o loiro correu em direção ao cofre, abrindo-o o mais depressa que conseguia. Alia jazia o Miraculous do pavão, para o qual Adrien mal olhou na ocasião que pegou o livro do pai.

-Então esse é o Miraculous. – Marinette respirou fundo antes de pegar a joia. Uma luz azul-arroxeada apareceu, revelando um kwami com uma cauda de cinco penas, tal qual a cauda de um pavão. Ela era toda azul e possuía três antenas saindo de sua cabeça. Ela levantou a cabecinha, coçando os olhos. Mas não tardou a esbugalha-los ao olhar quem a havia despertado.

-Você... É Adrien Agreste? – Ela olhava para Adrien e falou de maneira doce, mas preocupada. A sua voz lembrava a de Tikki e isso fez Marinette ficar triste por sua Kwami.

-Sim. Você era a Kwami da minha mãe, Louise Agreste.

-Sim, sim. – Ela se virou para Marinette e lhe deu um sorriso. – Sou Duusu, é um prazer. Você vai ser minha nova portadora?

-De certa forma, sim. – Marinette acariciou a cabecinha da Kwami, que sorriu com o carinho. – Te explicamos melhor no caminho para o aeroporto. Estamos indo para o Tibet.

Redescobrindo a felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora