Capítulo 9 - Douleur

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Marinette não aguentou e assim que chegou em casa, ligou e contou para os pais a grande notícia. Eles ficaram extasiados, fazendo Marinette prometer que assim que possível os dois passariam na casa deles para conversarem mais.

Adrien, que novamente ia dormir no apartamento de Marinette, pediu para que fossem dizer ao pai pessoalmente no dia seguinte, já que ele fazia o estilo mais ''tradicional'' em relação a essas coisas.

E assim o fizeram, depois de marcar por telefone o encontro, eles estavam pontualmente na mansão Agreste ao meio-dia. Gabriel estava falando com algum sócio, por isso o almoço sairia um pouco atrasado, fazendo Marinette e Adrien esperarem no antigo quarto do loiro.

-É estranho estar de volta nesse quarto. – Nada havia mudado desde que ele saíra, pois o pai disse que as portas estariam sempre abertas para ele voltar para casa.

-Nem tanto, seu quarto é bem legal. E a vista é linda. – Marinette sentou na cama, sorrindo para ele. Ele sorriu de volta, mas foi um sorriso bem menor que o esperado. – O que foi Adrien?

-É que... Estou preocupado com meu pai. O comportamento dele continua muito estranho e com uma notícia dessas, não sei como ele vai reagir. Lembra que eu disse que havia chegado numa conclusão? – Ela assentiu.

-Lembro sim.

–Pois bem, ao longo desse tempo, fui percebendo que certos assuntos mais... emocionais, por assim dizer, são os que mexem com ele. Eu ainda lembro da primeira vez que aconteceu. Ele estava preocupado comigo, se desesperou, coisa que ele não costuma fazer, e depois falou que eu ia acabar sendo pego também. Eu não entendi nada, mas passou. Naquela hora, ele pareceu um pai normal, do jeito que ele era antes da minha mãe desaparecer e tudo mais. – Ele deu um suspiro e continuou.

-Adrien...

– Quando ele te conheceu, ele agiu de um jeito diferente do que costumava agir, ele parecia feliz e animado, e estava demonstrando tudo isso. Mas como da primeira vez, do nada ele pareceu ter uma dor na cabeça ou algum incomodo forte e do nada, ele voltava a ser o frio Gabriel de sempre. E em outras situações foi assim também, num primeiro momento ele parecia um pai normal, depois uma dor de cabeça, seguido do mesmo comportamento.

-Adrien, o que está querendo dizer? – Marinette franziu as sobrancelhas diante da explicação do noivo.

-Quero dizer que isso tudo tem um padrão. É como se ele estivesse amarrado a alguma coisa, por isso age desse jeito tão frio. E quando o antigo pai que eu conheci tenta sair, ou melhor, ele quer sair a toda hora, mas não consegue. E quando ele tenta, é como se ele fosse puxado para dentro de novo. Entende?

-Eu acho que sim. – Ela o olhou de forma estranha. – Olha Adrien, sei que não o conheço tão bem, e também notei essas situações. De fato, esse padrão existe, mas não sei se é exatamente como você disse. Seu pai pode estar passando por algum conflito interno e a reação dele é ficar desse jeito. Ele precisa de ajuda médica, é disso que ele precisa. – Ela colocou a mão no ombro de Adrien, enquanto ele parecia processar o que ela havia dito.

-Eu sou um bobo por pensar algo de ele querer voltar a ser como antes, não é? – Ele baixou a cabeça.

-Claro que não, meu amor. Você sente falta de como ele era antes e apenas está associando uma coisa a outra. Talvez sua teoria esteja certa, talvez isso possa ser arrependimento pelo comportamento que ele vem tendo e do nada, ele perceba que não é assim que ele quer ser... Eu não sei Adrien, mas de qualquer forma, um médico, na minha opinião, deveria ser visitado.

-Você tem razão. – Ele deu um beijinho na ponta do nariz dela, abraçando-a logo em seguida.

Deitaram na cama abraçados e assim permaneceram, sem trocar nenhuma palavra, pois nada precisava ser dito. Só se soltaram quando Nathalie foi chama-los para almoçar.

Redescobrindo a felicidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora