Capítulo Trinta e Quatro

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Heitor

Entro no carro e quase arranco sem Malu estar dentro. Espero ela colocar o cinto e finalmente saiu cantando pneu.

O dia não poderia ter dado mais errado! Minha ex-noiva completamente sem-noção estava no mesmo recinto que eu e a professora atirada faltou foi abrir as pernas para mim bem na frente de Malu!

Eu poderia estar mais ferrado? Obviamente que não.

Malu me olha intercaladamente e fico até com um pouco de pena dela. A garota nem imagina que confusão estamos e estou voltando toda minha revolta contra ela nesse silêncio sepulcral. E pode acreditar estou lutando contra a vontade de berrar como um ogro com ela.

Paramos no sinal vermelho e ela se remexe no banco. Não a olho diretamente, porque vê seus olhos brilhando com um ponto de interrogação imenso na testa me deixa vendo em vermelho. Aquelas mulheres loucas tão perto dela. Deus, não quero nem imaginar a luta de amazonas que seria.

Parece que o sinal está quebrado porque parece uma década que estamos parados, mas só é simplesmente um engarrafamento. Malu se remexe novamente no seu lugar e me reprimo a dar uma olhadela, mas nem ao menos preciso, porque ouço o clique do cinto de segurança e uma mão delicada com unhas pintadas de um azul clarinho sobe timidamente por minha perna.

Posso até imagina o medo de ser repreendida que ela deve estar sentido e eu sei que esta sendo incrivelmente corajosa. Sinto vontade de puxá-la logo para meu colo, mas apenas espero. A curiosidade de ver o que ela planeja se desenrolar é quase tão grande da vontade de poder beijá-la logo.

A mão para em meu cinto e a outro vem para meus cabelos. Eles estão tão maiores do que uso normalmente que já posso amarrar e fazer um coque fajuto.

O hálito quente de Malu encontra a pele sensível de trás da minha orelha e suprimo meus impulsos. Ela tenta sem qualquer habilidade abrir o cinto com uma única mão, penso em ajudá-la, mas apenas espero. Minha garota está aprendendo rápido a me surpreender nesse quesito.

Acredito que tenha havido um acidente mais a frente na via, mas isso é o que menos me importa no momento. Malu beija meu maxilar e arrasta os lábios até o canto da minha boca. Dá uma leve mordida e sorrio. Ela sorri de volta tomando mais coragem e me beija.

Beija forte e com possessividade. Reclama-me como dela e sei que ela entendeu muito bem o que se desenrolou com Bárbara. A mulher não tem um pingo de sobriedade.

Finalmente senta sobre mim e agora me permito ajudar. Solto meu cinto de segurança e reclino mais o banco. O trânsito não vai andar tão cedo e os vidros quase sem visibilidade para o lado de fora protege nossa identidade.

Cravo uma mão em seus cabelos fartos e a outra aperta com firmeza aquela bunda linda. Malu arfa e sei como isso vai acabar, mas ela me afasta e tenta tomar novamente o controle. Eu sei que poderia muito bem domá-la, mas deixo-a assumir.

Ela empurra de leve meu peito e colo as costas no banco. Com as duas mãos ela desfivela o cinto, desabotoa o botão único da minha calça e desde o zíper. Observo-a trabalhar e ela fica tão compenetrada nisso que é lindo de ver.

Malu morde os lábios concentrada jogando os cabelos para trás e caramba, ela não imagina o quanto aquilo é sexy.

Tento beijar seu pescoço, mas ela não deixa e apenas aguardo apertando o banco com força. Ela desabotoa minha camisa e arrasta as unhas por meu peito fazendo me arrepiar em antecipação. Aquela mulher me deixa louco.

Beijos e mordidas são distribuídos por tantos lugares que não sei em qual me fixar, mas nem preciso por ela se pressiona completamente pronta sobre mim. Já estou a ponto de rasgar aquela maldita calcinha, quando ela sussurra algo em meu ouvido.

- Está melhor?

- Não muito, ainda não estou dentro de você. – Rosno respirando profundamente em seus cabelos. Seu riso é encantador e ela arqueia a sobrancelha.

- Porque estava tão irritado antes? Quase dava para ver fumaça saindo da sua cabeça. – Ri novamente, mas sinto a preocupação velada.

Perco um pouco a graça, mas sorrio junto.

- Não era nada demais. Você já está me fazendo esquecer aquilo. – Afirmo com banalidade.

- Porque não me diz o que aconteceu? – Indaga se pressionando lentamente e aquele foi o golpe mais baixo já existente.

- Já passou. Não quero falar sobre isso. – Sussurro quase gemendo. Deus! Malu sabe como me enlouquecer tanto de raiva como de prazer.

- Você ainda está tenso e sua "ira" não costuma passar tão rapidamente. Percebi que você começou a ficar assim quando a filha de Robert subiu ao palco e depois veio à professora Bárbara... – Relata ingênua e minha irritação sobe a quase mesma proporção que estava.

- Eu disse para deixar para lá! – Sibilo arrancando-a de cima de mim. O clima foi totalmente quebrado com aquela conversa e mesmo ainda louco para acariciá-la eu simplesmente não queria falar sobre aquelas duas com ela.

Não a olho, mas sinto o olhar magoado me penetrando tão friamente como o iceberg que afundou o Titanic.

Ela puxa as alças do vestido e arruma os cabelos envergonhada. Continuo do jeito que ela deixou antes de ser arrancada de cima de mim, mas logo me arrumo e ao olhá-la de esguelha, os olhos tristes e brilhantes com promessas de lágrimas encaram a janela.

E o iceberg ataca novamente! Recrimino ao perceber que o trânsito finalmente está andando.

Pobre garota. Ela devia está passando as noites com rapazes da idade dela. Que pode levá-la a festas, jantares, passear e ser gentil em qualquer lugar que forem sem ter medo de alguém conhecido os ver. Ela deveria estar com alguém que não fosse tão idiota a ponto de rejeitá-la por perguntas que não quer responder.

Mas eu jamais permitiria isso. Nunca deixaria algum desses rapazes chegarem perto dela, simplesmente por que é minha. Sou egoísta ao ponto de fazê-la perder o seu tempo com alguém que não pode assumi-la.

Chegamos ao meu apartamento e a garota nem ao menos me olhou, apenas entrou tirou as roupas no banheiro e lá mesmo vestiu um pijama.

Não comeu, nem falou nada, só se deitou no seu lado da cama e fechou os olhos.

Balanço a cabeça enquanto a água escorre por meu corpo. Malu é só uma criança perto de Bárbara e Aline. Elas são experientes e não possuem medo algum de se imporem. Mas Malu é doce e passiva ainda nas relações. Seria um ratinho nas mãos daquelas leoas.

Assim que volto ao quarto, ela continua imóvel, mas sei que ainda não dormiu e para deixa-la em paz, sigo para a cozinha e como qualquer besteira. Assisto um filme qualquer com o pensamento lá no quarto, mas a deixo. Não quero falar com ela sobre aquelas malucas, mas também não quero que ela fique assim.

Depois do que imaginei como tempo suficiente para ela dormir, volto para o quarto. Por um instante pensei ter visto seus ombros sacudirem, mas quando acendi a luz, continuava imóvel.

Assim continuou pelo restante do congresso. Eu me corroendo por dentro e ela mais distante possível. As poucas palavras trocadas e os arrastar de chinelos para longe de mim estava me deixando louco.

Mas finalmente hoje é o último e também o baile de arrecadação que eles inventaram para angariar dinheiro para uma ONG. Depois de hoje poderemos voltar a nossa vida normal e ela vai ter esquecido tudo, pelo menos é o que espero. 


Oi meus amores, eu sei que tô muito sumida, mas prometo que vou voltar a ter regularidade nas postagens dos capítulos! Espero que continuem lendo e indicando o nosso ENRAV!

Eu não resisto a vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora