GINGERBREAD MAN

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      Já era quase meio-dia e eu ainda não havia sequer levantado da cama, já tinha utilizado todas as poucas horas de sono que pude aproveitar e as lágrimas ainda caiam desde muito cedo, era como se ainda houvesse uma torneira, haviam ligado-a novamente e estava emperrada, ninguém sabia como desligar.
     Passei a notar melhor toda a decoração do meu quarto, todos os objetos antigos ainda estavam lá, até mesmo os brinquedos e bonecas. Fico muito feliz que Margareth nunca tenha me perturbado sobre aquilo, ou me pedido pra mudar dizendo que eu talvez estivesse muito crescida, acho que ela sabia o quão importante era pra mim
     A bandeja que Margareth trouxe ainda estava lá, quase intocável: uma banana, um copo com suco de laranja e pão com geleia, e de tudo apenas o copo com suco de laranja que agora estava pela metade foi tocado. 
      Eu agora estava sentada na minha cama agarrada ao travesseiro, e só havia algo na minha cabeça, ou mesmo alguém.
Peguei meu celular e chequei as mensagens pela primeira vez, havia bastante delas. Algumas eram de Alberth, coisas se passavam pela minha mente enquanto eu passava as mensagens uma a uma. 


-Annie, onde você está? Nem notei quando vc foi embora, desclp se te deixei só por um minuto, achei que estivesse se divertindo. Aliás, tem como me arranjar uma carona? De alguma maneira o pneu do meu carro furou.


-Oooooi, vc ta ai? Preciso de ajuda. qual é, eu sei que vc n dorme essa hora.


- Não precisa, já cheguei em casa. Betty foi  embora muito nervosa e disse que você a prendeu no carrossel, isso é verdade? 


Ela também disse que foi provavelmente você que furou o pneu do meu carro. Mas eu simplesmente não acredito.


Você ta ai? Porque não me responde?

Fiquei em choque.

Maldito Alphabeth boy, Maldita vadia loira

Eu devia ter feito pior

Devia ter ligado o carrossel e deixado ela dar voltas por um bom tempo

Devia ter feito-a vomitar como eu

Devia tê-la feito engolir o vômito

Devia ter usado a faca nela

E desfigurado aquele rostinho de porcel...

As batidas na porta atrapalharam meu pensamento, Margareth a abriu lentamente.

-Conseguiu comer alguma coisa, amor?
-Não estou com fome - falei, baixo.
-Você é forte, pode superar qualquer coisa - ela disse - mas seu corpo ainda precisa de energia.
Eu não respondi, eu ironicamente não tinha energia.
-Eu quero sair dessa cidade - falei. Eu queria estar mais perto da minha irmã.
-Eu sei querida, e logo nós vamos.
Ela sorriu.
-Quando você vai se levantar e começar o dia?
- Nunca - eu disse
-Não seja dramática, ele não merece você, nem mesmo suas lágrimas, Annie.
Eu não respondi.
-Não me faça marcar uma consulta com um psicólogo - ela disse
-Não quero conversar - falei - pode me deixar sozinha, por favor?
Ela me encarou por um tempo
-Está bem - disse, por fim - Mas pense no que eu te falei.
Ela se retirou.
Eu voltei a checar as mensagens, havia algumas de um número novo, enviadas ainda hoje de manhã.

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⏰ Última atualização: Jun 23, 2017 ⏰

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