♦ Carta 1 ♦ De Lara para Júlia ♦

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Não revisado, mas feito com carinho, espero que goste.

Lara Medeiros Albuquerque

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Lara Medeiros Albuquerque

rue Eugene Carriere, 75018

Montmartre, Paris

LaraMedeirosAlbuquerque@hondes.com

29 de Março de 2046

Júlia Medeiros Aguiar

Rua Bela Primavera, A15, 50401-000

Crisália, Bahia

ProfessoraJúliaMedeirosAguiar@hondes.com

29 de Março de 2046, Paris

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29 de Março de 2046, Paris

Mãe,

Eu sei que vai estranhar o que tenho a te pedir. E, embora ame escrever, não sei se terá tempo para isso. Sei que está prestes a concluir seu doutorado em Literatura Brasileira e terminando um livro sobre almas gêmeas no século 19, o qual eu estou imensamente curiosa para ler, mas... Sem rodeios: o quero é que me conte sua história com papai assim como estou fazendo, por cartas, sem excluir nenhum detalhe, seja ele bom ou ruim.

A verdade é que ultimamente ando me perguntando como você e papai se tornaram esse casal tão incrível. Talvez seja o tempo livre ou ar romântico que Paris exala que tem me feito pensar nisso; eu só sei que me vejo tentada a pedir que relembre o passado.

Quem olha de fora, imagina que nunca tiveram impasses, mas eu, como filha, sei que não é bem assim. O amor tem suas negativas. Mas não é só positivo e negativo, e eu adoraria que me falasse quais as cores e dores que enxerga no amor. Quero saber o que é o amor na sua essência mais humana. Pode ser uma dúvida boba. E sei que alguns cliques poderiam ser suficientes para sanar qualquer pergunta, mas quero algo real, algo que... algo que eu possa sentir que pode acontecer comigo um dia.

Aviso também, mãe, que eu estou me saindo bem aqui. Já me instalei no apartamento e estou aprendendo a viver sozinha. É diferente, não nego, e nem sempre é tão bom como fazem parecer, mas o silêncio me apetece e as pessoas aqui são mais... receptivas e menos fixadas em quem é famoso ou não...

Além disso, elas não usam tanto hologramas ou vídeo-chamadas-holográficas para se comunicar. É um contato humano que me fazia falta. Não que não o tivesse aí, com vocês, mas o ter em casa e não o ver na rua, nas pessoas que conheço, me parece estranho, como ter algo bom e não dividir, parece que estou sendo egoísta. Sei que isso não está nas minhas mãos, mas não posso evitar pensar assim.

Hoje, uma amiga vem me visitar. Eu a conheci quando cheguei. Estava perdida no aeroporto e ela me ajudou a pedir um táxi. As placas aqui são muito mais modernas que aí. Elas são finíssimas e brilham muito de noite, não ofusca, obviamente, mas tem desenhos ao redor das informações. É lindo de se ver. Acho que quando eu dirigir, vou ficar prestando atenção apenas neles. Talvez tenha que esperar mais para me locomover pelas ruas parisienses.

Sobre a minha amiga nova, ela é... incrível. Elisa tem cabelos ondulados como os da Bella e a pele tão branca quanto a sua, mãe.

A mãe dela é brasileira, por isso ela se chama Elisa. Nasceu aí, e veio para cá ainda bebê. Isa, como os amigos a chamam, disse que tem muita vontade de conhecer o Brasil. Ela trabalha no aeroporto, em uma loja de roupas.

No dia que nos conhecemos, eu estava perambulando pelas lojas, pedindo informações com os funcionários, claramente perdida, sem saber onde deveria ir para pegar minha bagagem. Geralmente, quem fazia isso era a Emília. Ela sempre pegava minhas coisas e tratava de toda a burocracia dos voos.

Elisa foi a única que me ouviu sem o queixo empinado. Sobre as pessoas serem mais respectivas aqui... nem todas são. As de lojas chiques, não mesmo. A Isa sorriu, e perguntou se eu era brasileira. Disse que o modo de falar não era comum, muito chiado e caretas engraçadas, mas, ainda assim, ela comentou que eu falava francês de forma compreensível e até bonita. Lembro de ter sorrido.

Expliquei que tinha acabado de chegar, na verdade, fazia umas duas horas que estava andando por lá, e que precisava pegar minha bagagem, mas o aeroporto era enorme e as placas coloridas e altas demais para alguém com TDAH ler sem precisar ficar horas parada espremendo os olhos enquanto centenas de pessoas passavam querendo levar um pedaço da sua carne. Isa riu, e disse que seu horário de almoço estava para começar e que ela podia me ajudar se eu esperasse um pouco.

E eu esperei. Assim, consegui a primeira amiga em Paris.

Como disse, mãe, eu estou me virando bem.

Da sua filha,

Lara.

Nota da autora:

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Nota da autora:

Opaaaaa, turo bom? O que acharam desse começo? Vale uma estrelinha bonita no canto da tela? hashsahas.

Espero que sim. Ah, lembrando: há um grupo no WhatsApp, caso queira entrar, só me chamar.

Beijos e flores. ❤️🌷

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