Capítulo 3

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Mary...

Acordei e me dei conta tinha dormido agarrada ao Coringa, não imaginei que um desconhecido poderia me dar tanta tranquilidade e segurança. Me assustei com gritos de um homem, o Coringa esta ao meu lado aparentemente nervoso.

-O que você fez com elas seu desgraçado? Seu filho da puta onde está a minha mulher e a minha filha?

Me encolhi quando reconheci ser a voz do meu pai, ele sabe onde eu estou e vai fazer de tudo para me levar para casa.

-Mary?

-Ele... Vai... Me... Ma... Ta.

Eu já estava chorando e nem percebi.

-Ele não vai encostar em você, eu juro.

Ele pegou o telefone e ligou para alguém.

-Ph vem aqui em casa com alguns vapores e tira o Samuel daqui antes que eu perca a minha pouca paciência com ele; não, matar não; ela tá bem, eu vou ficar em casa hoje; eu confio em você, agora vem logo pirralho.

Quando o Coringa falou em matar o meu pai eu me encolhi, por mais que o meu pai seja um desgraçado eu não gostaria de vê- lo morto.

Alguns minutos depois ouvimos mais gritos.

-Vamos embora daqui Samuel

-Eu não vou sair daqui sem a minha mulher e a minha filha.

-Tu sabe muito bem o que você fazia com elas, então não torra a minha paciência.

-Se o Coringa queria a Mariana pra ser putinha dele era só ele me falar que eu a vendia.

Meu rosto corou pela vergonha, não sei como o meu pai pode falar uma coisa dessa, sou sua única filha, ele deveria cuidar de mim, vi que o Coringa cerrou os punhos.

-Eu vou matar o seu pai.

Ele se levantou agitado e eu corri até ele.

-Por favor...

-Ele disse que ia te vender, ele te chamou de puta.

-Eu sei, mas ele é meu pai.

-Ele é um monstro.

Assenti e fui pra janela, meu pai estava sendo arrastado e gritava muito.

-Esquece isso, vamos arrumar alguma coisa pra comer, estou morrendo de fome.

-Você quer que eu faça alguma coisa?

-De jeito nenhum, eu tenho uma empregada, ela já deve ter feito o café.

-Tudo bem, mas eu quero ver a minha mãe.

-Depois eu te levo na casa do Ph.

-Obrigado.

Nós descemos e fomos comer algo, só agora consigo perceber quão linda e a casa dele, tudo muito arrumado e neutro, não tem fotos de família nem algo do tipo.

 

Coringa...

Deixei a Mary na casa do Ph e vim para boca, achei melhor deixar as duas conversarem, vim resolver algumas coisas e depois volto para a casa da tia Marisol para conversar com elas e tentar resolver as situação delas. Algumas horas depois o telefone do Ph toca.

-Fala mãe; Mariana? O que tá acontecendo aí?

Ele colocou no alto falante e eu escutei a Mary chorar.

-Meu pai está aqui Ph socorro.

-Nós estamos indo.

Antes dela responder escutei um tiro e a Mary gritar, o Ph me olhou preocupado e eu sai apresado.

Quando eu cheguei podia escutar os gritos da Mary de longe.

-Mary?

-Aqui na cozinha Diego.

A tia Marisol respondeu, ela é a uma das poucas pessoas que não me chama pelo apelido, quando entrei na cozinha a dona Eliane estava caída no chão e a Mary em cima dela chorando, fui até elas e vi que o tiro tinha pegado no peito, peguei o pulso dela e vi que ela estava morta.

-Mary vem.

-Não Coringa, nós precisamos levar ela para o hospital.

-Não Mary, vem comigo.

-Ela vai morrer Coringa, nós precisamos levar ela para o hospital rápido.

-Sua mãe se foi Mary.

-Não, isso é mentira, ela está viva.

Ela balançava a mãe dela e gritava.

-MÃE! ACORDA MÃE, ABRE O OLHO, MÃE! MÃE!

Ela estava cheia de sangue, eu não sabia como tirar ela de cima da mãe, senti uma mão no meu ombro e olhei para trás, a tia Marisol me olhou e me chamou, levantei e fui até ela num canto.

-Ela levou um tiro.

-Eu sei tia, o tiro foi no peito.

-Não meu filho, a Mariana levou um tiro.

-O que!

Eu corri até ela.

-Mary ele acertou você?

Ela não me respondeu, estava em silêncio em cima da mãe.

-Mary?

Eu peguei em seu braço e vi que ela estava desmaiada.

-Droga, Ph trás o carro.

Ele saiu correndo e eu peguei a Mary no colo, o tiro pegou na barriga, nós fomos para o hospital no morro.

-Chama o médico, ela levou um tiro.

A recepcionista saiu correndo e voltou com um médico e um enfermeiro.

-O que aconteceu Coringa?

-Ela tomou um tiro doutor, ajuda ela.

-Tragam à marca, eu vou fazer o possível, já eu volto pra te avisar.

Eles tiraram a minha boneca do meu colo e sumiram, não sei o que vou fazer se algo acontecer com essa mulher.

05-A ProtegidaOnde histórias criam vida. Descubra agora