05-A Protegida

Capítulo 7

Coringa...

Depois que a Jasmim me expulsou do quarto o Thiago e eu fomos nos sentar na recepção, foi aí que me veio à cabeça, a Mary não sabe dá morte do pai dela e isso vai deixar ela acabada.

-Vamos meninos.

Levei um susto quando a Jasmim apareceu com a Mariana em uma cadeira de rodas.

-Ela precisa ficar aqui Jasmim.

-O médico deu alta para ela Diego calma.

-Mas e as dores?

-Remédio, você conhece?

A Mary sorriu um pouco fraca e eu percebi que ela esta sonolenta.

-Mary você está bem?

-Com muito sono, o remédio ta me deixando cansada.

-Então vamos para o Alemão pra você poder descansar.

Eu tomei a cadeira da mão da Jasmim e a levei até o meu carro

-Jasmim! Você vai conosco?

-Não Mary, meus pestinhas já devem ter derrubado a casa, fiquei muito tempo longe de casa, qualquer burrice que o Diego fizer você me liga.

-Obrigado por tudo.

-Não precisa Mary, você agora é dá família e a gente protege a nossa família, se cuida querida.

As duas se despediram e eu a coloquei dentro do carro, ela estava quieta o caminho todo e eu já estava angustiado com todo aquele silêncio.

-Mary!

Ela não me respondeu, parei o carro no acostamento e percebi que ela tinha dormido, baixei o banco do carro para ela dormi mais confortável.

Quando chegamos em casa levei a ela para o meu quarto e deitei na cama e fui até a cozinha, estava morrendo de fome, não sou magrelo e nem gordo, mas quem me ver comendo dúvida pra onde vai a comida, mas também o tanto de coisa que eu faço, não tem como engordar.

-Coringa...

Acabei dormido no sofá e nem vi, abri os olhos e me deparei com a Mary chorando.

-O que foi?

-Está doendo muito.

-Suas costelas?

-Sim.

-Me deixa ver.

Ela levantou a blusa e eu vi as marcas pretas, meu peito se apertou isso deve está doendo muito.

-Vamos tomar o seu remédio e dormi você precisa descansar muito.

Eu a peguei no colo e ela se aninhou em meu peito, se eu pudesse ficaria ali pra sempre, essa mulher abalou totalmente as minhas estruturas, para um dono de morro eu não fico no padrão de homem, não maltrato mulheres e nem as uso, o meu doador de esperma abandonou minha mãe, que deu a sua vida para me criar, cresci vendo minha velha se desdobrando para colocar comida na mesa, mas quando fiz quinze anos à vida decidiu que me tiraria ela, fiquei sozinho no mundo e para ser sincero não queria ir para um abrigo ou casa adotiva, foi ai que eu conheci o Davi e a Bia, o casal tinha um coração de ouro e me adotou como um filho, quando eles foram embora ganhei uma nova família, os Fernandes, a Jasmim faz questão que eu esteja com eles sempre e agora ela esta fazendo a mesma coisa com a Mary o que torna essa família ainda mais especial para mim.

Mary...

Um mês se passou desde a morte do meu pai, eu continuo morando com o Coringa, mas eu não sei até quando isso vai durar, de uns dez dias pra cá ele está muito estranho comigo, se bem que nós não temos nada, mas mesmo assim ele está estranho, eu vou tentar arrumar um emprego e sair daqui.

Nesses dias que passaram eu conversei muito com a Jasmim pelo telefone, ela quer que eu vá na casa dela conhecer a família dela, os dois filhos mais velhos já estão casados e ela está louca por netinhos.

-Mariana!

Escutei o Coringa me chamar.

-Oi!

-Boneca eu vou ter que ir na Rocinha, mas eu volto à noite.

-Tudo bem, você vai jantar em casa?

-Acho que não, mas faça algo pra você comer, não quero que você fique doente.

-Pode deixar.

Antes de sair ele me olhou e sorriu, veio até mim e me deu um selinho.

-Tchau minha bonequinha.

Fiquei paralisada, ele tinha acabado de me dar um beijo, o meu primeiro, ele diz que me chama assim porque eu pareço uma boneca de porcelana.

Anoiteceu e eu tinha feito um estrogonofe de frango com arroz branco e suco de laranja, quando eu fui sentar para comer bateram na porta, tinha um menino lindo com um cartão na mão.

-Oi tia o meu nome é Henrique e me mandaram te entregar isso.

Ele me entregou o cartão e correu sem me dar tempo de agradecer, fechei a porta e abrir o cartão.

“Mary a primeira vez que te vi fiquei encantado com tanta beleza e delicadeza, cuidar de você todo esse tempo me fez o homem mais feliz desse mundo”. Deixa continuar te amando?

“Te amo, Diego...”

Quando terminei de ler já estava chorando, alguns minutos depois a porta voltou a bater, dessa vez duas meninas um pouco mais velhas que o Henrique.

-Oi tia, eu me chamo Maria Luiza e essa é minha irmã Rubi mandaram você vestir isso aqui, vai corre.

Elas me entregaram um caixa grande eu corri pro quarto, dentro da caixa tinha um vestido azul, um pouco rodado e uma sapatilha preta, tudo simples, mas lindo, quando eu desci a casa estava diferente, tinham velas espalhadas por toda a sala, foi quando o vi, de camiseta preta e jeans claro, estava lindo.

-Oi Mary!

-O que está acontecendo Die... Coringa?

-Pode me chamar de Diego , se você disser que sim, a partir de hoje você vai poder tudo.

-Disser sim pra quê?

Ele se ajoelhou na minha frente e tirou uma caixinha, quando ele abriu pude ver duas alianças de compromisso.

-Mary você quer namorar comigo?

Meus olhos transbordaram.