Entre Amor & Laço - Completo

3° Segundo

Que ela era a flor mais linda do jardim
E a única que suportou
Merece conhecer o amor e todo seu calor.

Flor e o Beija-flor- Henrique e Juliano

Apresentações feitas seguimos nosso caminho até o famoso galinheiro, logo na entrada escutei o barulho das galinhas que cacarejavam sem parar. A Nanda pegou duas cestas de vime que estavam penduradas na porta e me entregou uma, entramos no galinheiro e o meu medo só aumentou. Algumas galinhas estavam quietinhas sentadas em cima de seus ovos, mas outras corriam de lá pra cá, por todo o lugar.

Para a Angélica e a minha prima era fácil, já estavam bem habituadas com essa tarefa até as galinhas pareciam conhece-las também, mas quando me aproximei para pegar um ovo, a galinha se levantou abriu as asas e parecia querer me bicar, dei um passo para trás com medo e a Nanda se colocou na minha frente.

—Espere, você escolheu pegar os ovos justo da galinha mais arisca do galinheiro. —Diz a Nanda acalmando a galinha que voltou a sentar no seu ovo.

A Angélica me ajudou a encher minha cesta e quando a Nanda ficou satisfeita saímos do galinheiro e levamos os ovos até a cozinha. Para a minha sorte o resto das tarefas do dia eram bem mais tranquilas e consistia basicamente em alimentar os animais da fazenda, desde os porcos que foram os mais nojentos até os cavalos, os que eu mais gostei.

Terminada nossa tarefa da manhã, almoçamos juntas na mesa da cozinha e agora entendi por que a minha tia fazia questão de esperar todos para o jantar, pois era o único momento em que podíamos comer juntos, o resto das refeições cada um fazia no seu horário.

A parte da tarde tínhamos o tempo livre, por isso a Nanda me arrastou até o meu quarto e me fez colocar um biquíni, eu não sei como a minha mãe sabia que eu precisaria de roupas de banho numa fazenda, mas ela acabou colocando quatro pares de biquínis na minha mala, o que agora eu estava muito agradecida.

Depois de devidamente vestidas seguimos a pé para uma cachoeira que tinha na fazenda. Eu já estava cansada de andar, quando avistamos o lugar. Era lindo as águas caiam em cascatas e desabavam num lago cristalino, a Angélica foi correndo na frente, tirou seu vestido e mergulhou na água, a Nanda foi logo atrás dela. Eu fui mais lenta como sempre, eu diria que cautelosa, observei a água primeiro, depois tirei meus chinelos, os shorts e por fim minha blusinha de baixo, revelando um pequeno biquíni preto.

Eu não podia evitar, os meus biquínis ficavam muito pequenos para o meu corpo cheio de curvas e se comprasse maiores ficavam frouxos se soltando e caindo. Portanto entre ficar com biquíni pequeno ou sem nada. É                 claro que eu preferia ficar com os pequenos. Enfim depois de muito pensar sobre o tamanho ideal da minha roupa de banho, amarrei meu cabelo num coque no alto da minha cabeça e entrei na água, minha pele se arrepiou inteira, a água era muito gelada e demorei para me acostumar.

Nadamos e conversamos por horas, as meninas eram bem legais e a conversa fluía naturalmente até que a Angélica me perguntou o motivo de estar morando na fazenda.

—Os meus pais me enviaram para pensar na escolha da minha carreira. — Eu digo chateada pela primeira vez no dia, desde que cheguei aqui, só agora lembrei o verdadeiro motivo da minha viagem até essa fazenda. É que as pessoas foram tão legais comigo que acabei esquecendo que meus pais me enviaram para cá, porque eu queria fazer um curso diferente do que eles tinham imposto para mim. Não falei toda a verdade para as meninas, porque fiquei com receio, talvez elas não entenderiam como eu me sentia, por isso dei apenas a resposta mais curta e fácil.

— Eu estou de férias.

Quando já estávamos cansadas de nadar, resolvemos sair. A Nanda e a Angélica foram primeiro e eu decidi dar um último mergulho, afinal já tinha molhado todo o meu cabelo mesmo, mergulhei e quando voltei a superfície o João estava parado ao lado do lago em cima de um lindo cavalo marrom, conversando com a Angélica e a Nanda que já estavam vestidas, portanto eu precisaria caminhar sozinha para colocar minha roupa.