Entre Amor & Laço - Completo

10° Segundo

Eu estou confusa, na verdade, dizer que estou confusa é expressar uma pequena parte do que estou sentindo nesse momento, a profundidade dos meus sentimentos é bem maior do que isso. Minha vida está uma confusão só, parece que estou dentro de um liquidificador e alguém continua apertando o botão para ligar e automaticamente eu sou jogada de um lado para o outro, sem qualquer aviso prévio de que tudo vai mudar de repente.

Muito bem, tudo mudou mais uma vez, eu não sou estúpida, nem nenhuma garota ingênua que não sabe enfrentar os pais, quando aceitei passar as férias aqui, ou melhor quando meus pais não me deram nenhuma alternativa a não ser ficar um tempo nesse lugar totalmente afastada dos meus amigos. Eu pensei muito, antes de tomar qualquer atitude precipitada, na verdade eu decidi ficar aqui, depois de chorar um pouco no caminho, já que eu precisava de um tempo, e bem ou mal era isso que meus pais estavam me dando no momento, por isso resolvi aceitar e ignorar o resto.

No entanto as coisas não são como planejamos tudo em algum momento sai fora do nosso controle e eu me sinto assim agora, depois de brigar e discutir com o Ben mais uma vez eu cheguei a conclusão que a raiva que sinto por ele, talvez seja algum tipo de ressentimento porque ele não é gentil e educado comigo o tempo todo, como o João, talvez se ele fosse mais legal e acessível eu não teria tanta raiva dele assim, essa a única explicação que posso pensar nesse momento e não consigo imaginar nada melhor.

Talvez se eu deixar de ignora-lo nosso relacionamento pode mudar para algo mais tranquilo e amistoso. Foi pensando nisso que depois de comer um lanchinho rápido na cozinha, eu resolvi seguir a Angélica até o celeiro para ver o Ben treinar, mal sabia eu, que iria me arrepender mais tarde por ter tomando essa atitude, muitas das minhas complicações nunca teria acontecido, se eu tivesse feito outra coisa naquela tarde, mas nós não podemos prever o futuro então eu segui a Angélica até o celeiro.

— Você tem certeza que ele não vai se importar? — perguntei preocupada no meio do caminho, pois não quero levar uma bronca daquele ogro novamente, muito menos se ele tiver toda razão em ficar bravo comigo, ninguém gosta de pessoas bisbilhotando.

— Claro que tenho, não se preocupe e tire essa cara de medo, o Ben não morde — respondeu Angélica brincando comigo, enquanto estamos entrando no celeiro.

No início não vejo nada diferente é o mesmo celeiro de todas as manhãs, porém hoje tem uma peça a mais, é um tambor suspenso no ar por quatro cordas, ele balança de um lado para o outro com movimentos confusos, sem qualquer direção, pelo menos é isso que posso observar, da distância que estou.

— O que acha de sentar aqui? — perguntou e antes mesmo que eu responda, já estamos sentadas lado a lado num banquinho de madeira, observando o Ben, que ainda não percebeu a nossa presença e está fazendo alongamentos em volta do tambor.

Porém, ele não está usando nenhuma roupa de ginástica para isso, será que os peões de rodeios não usam outra coisa, se não calças jeans apertadas até para treinar, deve ter alguma lei que proibi os peões de usarem qualquer coisa diferente disso, talvez a calça jeans seja um uniforme obrigatório, vai saber? A questão que não quer calar é, por que ele não está usando camisa, eu sei que está um calor terrível, estamos no verão, eu mesma estou usando um short jeans curto e uma regata branca, mas ficar sem camisa é uma covardia.

—Não existe melhor lugar no mundo para mim, do que ficar aqui vendo o Ben treinar — comentou Angélica suspirando apaixonada e eu não estou diferente, não que eu esteja apaixonada, longe disso aliás, bate na madeira e isola seria meu fim, mas que estou suspirando por aquele abdômen perfeito, não poderia negar, está evidente no meu rosto.

— Ele tem um bom conjunto — disse sem dar tanta importância, aquele corpo. Ele não era musculoso não, na verdade todo seu corpo parecia ser construído a dedo, sabe aqueles músculos nos lugares certos e na medida exata, pois é era assim e eu não conseguia parar de babar.