5 anos antes....

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Prólogo

Ela está sentada no saguão de espera do aeroporto, com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar e o coração apertado e magoado, porém esperançosa de recomeçar do zero nessa nova cidade nesse novo emprego, porém ela sabe que não será fácil recomeçar quando se está tão ferida por dentro. Será que conseguirá fazer novas amizades? Será que vai se adaptar á um novo ambiente de trabalho? Ou até mesmo entregar seu coração novamente a um novo amor? São perguntas por enquanto sem respostas, que só o tempo responderá.....Mas ela está disposta a tentar, embora terá que se esforçar muito para não ficar guardando mágoa para o resto da vida ,visto que aprendeu ao longo da vida que quando guardamos mágoa o único prejudicado somos nós mesmos.
Enquanto aguarda seu vôo, ela ficou olhando alguns álbuns de fotos , nostálgica, chorosa...fotos dos pais, da irmã, de amigas queridas fotos dela com o homem que ela mais amou até então, ela pega uma foto dos dois, de uns 2 anos atrás, na praia em Ilhéus-BA ele carregando- a nas costas, pareciam tão apaixonados e felizes....e agora não reconhecia mais aquela pessoa.
O võo dela é anunciado, ela colocou a mochila nas costas e se dirigiu ao portão de embarque realizou os procedimentos necessários e foi procurar seu assento ,ela escolheu na janela , pois sempre gostou de viajar na janela de qualquer transporte quer aéreo quer terrestre para" pensar na vida" e a ver passar pela janela como um filme por assim dizer e assim o fez,durante as 1:45 de viagem ,olhava pela janela e um filme passava em sua cabeça e ela chorava copiosamente ,apenas orando para que aquela fase ruim passasse logo e ela pudesse ser feliz novamente.

5 anos depois...


























CAPÍTULO UM

Em um sábado ensolarado, Cristiny decidiu ir visitar sua amiga Gabriella, mas conhecida como Gaby, que morava a meia hora de sua casa. Era o melhor que podia fazer, afinal, ficar em casa sem ter o que fazer não era nada convidativo.
Quando bateu à porta pela terceira vez, ela teve uma agradável surpresa, Josué, irmão da Gaby veio recebê-la. Ela o tinha visto outras vezes na casa, mas nesses 5 anos de amizade com Gaby não tinham trocado muitas palavras, no máximo um simples 'bom dia' ou 'boa noite'. Ambos ficaram alguns segundos calados.
- Oi. - Disse Josué com um belo sorriso.
- Oi. - Respondeu Cristiny, paralisada admirando aqueles belos pares de olhos cor de esmeralda
- Você deve ser a Cristiny, amiga da Gaby, não é?
- Sim. - Ela respondeu, meio aérea - como Sabe?
- Te vi por aqui algumas vezes, conversando com a Gaby. E semana passada você esteve aqui, quando ela chegou de viagem. Mas não deu para falarmos.
- Ah, sim, me lembro. - Ela olhou para o lado, envergonhada.
- Me chamo Josué. - Ele estendeu a mão, para cumprimentá-la.
- Muito prazer! - Retribuiu o cumprimento, notando que suas mãos eram fortes e ásperas.
- O prazer foi meu.
- E... - Limpou a garganta, colocando uma mecha de seus cabelos negros atrás da orelha - a Gaby está?
- Não, ela teve que ir ao médico com nosso irmãozinho caçula, ele teve uma crise de renite. Ela pediu para eu te avisar quando você viesse, pois o celular dela descarregou e não deu tempo dela colocar na tomada.
- Tudo bem, eu volto depois. - Ela ia virar-se para sair, quando ele a interrompeu.
- Você não quer entrar e esperar ela chegar?
- Não, não precisa.
- Tem certeza? Eu estava esquentando uma pizza, é de ontem, mas ainda está boa. Não quer me acompanhar? - perguntou, umedecendo os lábios.
- Acho que vou aceitar. - Respondeu, depois de pensar por alguns segundos. Não queria abusar, mas sentiu seu estomago rugir e uma pizza faria bem.
Ela entrou e notou que a televisão estava ligada em um programa de clips, o qual tocava "no one" da cantora Alicia Keys.
- Eu gosto muito dessa música. - Disse sorrindo, com entusiasmo, sentando no sofá.
- Eu também. - Ele trouxe um prato com vários pedaços de pizzas e colocou duas latinhas de coca cola em cima da mesinha de centro.
- Cadê o seu outro irmão o... - fechou os olhos tentando lembrar. Mas em vão. - Como é mesmo o nome dele?
- Samuel? - Disse ele após uma golada de coca.
- É. - Ela mordeu um pedaço da pizza calabresa.
- Ele foi à casa de David, um amigo nosso, para jogar vídeo game. Estou esperando ele ou a Gaby chegarem para eu ir à casa do meu pai.
- Vai visitá-lo?
- Na verdade eu moro com ele. - Josué respondeu de boca cheia. - Desculpe. - Disse ele, vermelho como pimentão, engolindo a pizza. Eles sorriram, e Cristiny o olhou com admiração, impressionada com sua naturalidade e voz calma. Ele parecia ser o tipo de homem lagardão ao mesmo tempo bondoso. Características essas que por algum motivo o fazia atraente. - Eu venho aqui, passo dois dias, às vezes uma ou duas semanas, mas a maior parte do tempo eu moro com meu pai.
- Interessante. Não sabia.
- E você? Mora com quem? Com seu pai ou sua mãe?
- Com nenhum dos dois. - Respondeu, analisando a lata de coca cola. Por algum motivo, lembrou-se de uma reportagem sensacionalista onde um homem ficou doente depois de encontrar uma cabeça de rato em uma garrafa de coca cola. Se isso foi verdade ou não, era tarde demais, ela já havia tomado o refrigerante.
- Sério? - perguntou surpreso, ao mesmo tempo em que mordeu outra fatia de pizza. Ele parecia faminto.
- Sério! Eu moro sozinha.
- E você não sente falta deles?
- Sinto, mas mesmo assim, eu amo morar sozinha. É bom você aprende a criar mais responsabilidade e não tem ninguém para ficar pegando no seu pé, dizendo o que tem que fazer.
- É por esse lado deve ser bom mesmo. - Ele refletiu olhando para a televisão. - Ás vezes não bate aquela solidão não?
- Ás vezes sim. - Ela tirou uma rodela de cebola da fatia da pizza. Não queria ficar com mau hálito. Afinal, nunca se sabe o que podia acontecer, pensou ela. - Tem dias que eu me sinto só, querendo alguém para conversar, desabafar, mas depois passa.
- Entendo. Você já se acostumou.
Nessa hora Gabriella chegou advertindo seu irmãozinho a não brincar na terra enquanto não se recuperasse.
- Oi Cris, nem tinha lhe visto.
- Oi Gaby, tava te esperando.
- É que eu fui levar esse sapequinha do Celebe ao médico.
- O Josué me falou.
- Agora que você chegou eu vou lá para casa do pai. Tava só te esperando. - Ele levantou do sofá, abaixando o volume da televisão. Nesse momento rolava o clipe da música "All of you" Colbie Caillat.
- Manda um abraço para o nosso velho e fala para ele que depois eu vou lá, ok?
- Beleza! - Colocou a mochila nas costas. - Até mais Cristiny, foi um prazer lhe conhecer, viu?
- Até mais Josué e obrigada pela pizza.
- Pelo visto vocês já se enturmaram, né? - Gaby se jogou no sofá.
Josué apenas sorriu para a Cris e saiu. Aliás, que sorriso maravilhoso! , Josué possuía um sorriso encantador, concluiu Cristiny em pensamento, analisando-o discretamente de pé a cabeça. Ele era alto, mais ou menos um metro e oitenta, cabelos castanhos escuros. Além disso, possuía discretas covinhas nas bochechas. Tinha um olhar sedutor e uma forma de passar as mãos nos cabelos que encantava qualquer mulher, tudo isso ela observou no pouco tempo que esteve com ele.
- O seu irmão é muito simpático! - Ela queria dizer gato, mas se conteve. - Foi um amor, me convidou para entrar, me ofereceu pizza. A gente conversou como se já nos conhecêssemos há um tempão.
- O Josué é assim mesmo! Ele tem muita facilidade em fazer amizades, trata todo mundo assim, como se já conhecesse. - Gaby deu um tapinha na mão de Calebe que ia pegar uma fatia de pizza. - Não! Se não você não janta.
- Chata! - Calebe foi para seu quarto emburrado.
- Pois é! Eu gostei do jeitinho dele.
- hummmmmmm só toma cuidado para não confundir amiga.
- Confundir o quê garota? - Cris sentiu as bochechas esquentar.
- Confundir com interesses românticos...
- Eu não vou confundir nada Gaby.
- Tá ok, eu sei que não.
Cristiny negou, mas na verdade sentiu uma atração diferente por Josué. Por alguns instantes chegou a imaginar casada com ele, rodeada de filhos. Sim, era cedo demais para pensar nisso, ela se sentia louca, mas tinha amado conhecê-lo e talvez, esse encontro não tenha sido por acaso, a vida poderia ter conspirado a seu favor, afinal, precisava viver um novo amor. E mesmo depois de alguns dias, não conseguiu lhe tirar da cabeça. Mesmo tendo o conhecendo há pouco tempo sentia um desejo incomum de vê-lo novamente, de viver algo diferente. Uma aventura talvez, uma paixão quem sabe.





ETERNO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora