Divisões e caça ao tesouro

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Ben passou o resto do almoço pensando no que faria para Marjorie se apaixonar por ele, já que só tentar se "gentil" e educado claramente não estava funcionando. Foi um pouco desafiador para o garoto, já que ele nunca precisou fazer alguma coisa assim por vários motivos. Um porque ele não se apaixona. Como isso nunca tinha acontecido ele tinha certeza de que "apaixonado" e "Ben" não combinavam numa mesma sentença. Outro que ele realmente nunca precisou de nada disso. Normalmente as garotas simplesmente se apaixonavam por ele. Fácil assim, simples assim.

Mas enfim, não se podia dizer que ele não estava tentando.

Flores. Garotas gostam de flores, certo?

Ele lembrava que Marjorie gostava de umas com o nome engraçado. Uma parede de seu quarto era decorado com desenhos daquelas coisinhas pequenas e brancas, ele sempre conseguia ver de sua sacada. Mosquitinhos. Esse era o nome. Deu uma risada nasalada. Que nome idiota.

Chocolates elas também gostam, não?

Mas Marjorie não era muito fã, não, ele se lembrou. Ela preferia frutas. Ele revirou os olhos. Quem é que preferia frutas em vez de chocolate? Ah! Ela gostava de uma trufa de chocolate branco e limão que vendia numa doceria que eles sempre iam com seus pais quando eram pequenos. Ele podia comprar algumas e...

Mas que droga. Isso tudo não era muito clichê? Marjorie detesta clichês, apesar de tudo nela fazer as pessoas concluirem o contrário. Ele lembra de um dia que ouviu Marjorie falando com sua mãe do lado de fora de sua casa. Quando chegou na sacada, viu a garota segurando uma caixa cheia de livros. Sua mãe estava podando algumas plantas quando a chamou e Marjorie foi feliz ao seu encontro.

⁃ Bom dia, Tia Natasha.

⁃ Bom dia, Majô, o que leva aí?

⁃ Ah, são só alguns livros para doação que eu vou levar lá pra escola. Li esses, mas não são meus favoritos. Pode ser que para outra pessoa seja, não?

⁃ Claro que sim. - a mãe de Ben pegou um do começo da pilha e analisou. - Hum, um romance... por que está doando esse?

⁃ Ah, eu achei muito clichê, não gosto desse tipo de coisa. É muito previsível. - ela disse e riu, sendo acompanhada por Natasha.

Ben bufou e revirou os olhos. Majô era complicada até pra isso! Como podia? Seria muito mais fácil se...

⁃ Ei. - Ben finalmente acordou para o resto do mundo e focou na garota que estalava os dedos perto de seu rosto.

⁃ O quê? - ele disse mau humorado.

⁃ Nossa, finalmente... fiquei meia hora te chamando.

⁃ O que aconteceu?

⁃ Já bateu o sinal. Temos mais três aulas agora, lembra?

⁃ Ah sim, claro. - ele disse e os dois se levantaram, pegando o caminho para a próxima aula. - Então... hoje a gente tem reunião, né?

⁃ Sim, nem pense em faltar. Hoje a gente vai separar quem vai fazer o que. - Ben revirou os olhos.

⁃ Eu não vou faltar. Já estou me acostumando com a "galera do baile".

⁃ Eles são legais. Esse baile é importante para nós, Ben. Eu espero que você não esteja planejando nenhuma gracinha.

⁃ Por que você sempre desconfia de mim?

⁃ Porque você é você, Ben. Já é motivo o suficiente. - Ben sorriu. - O que foi?

⁃ Você me chamou de "Ben". Duas vezes. - ela revirou os olhos.

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