EPISÓDIO 6: Trouxa (Luna)

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OLÁ, GENTE! Primeiro, não me matem. Eu sinto muito por demorar meses para postar capítulos. Eu não estava morta, mas passei por maus bocados. MAS FINALMEMTE ESTOU DE VOLTA!!

Fiquem com o cap novo e feliz 2018!
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- Mas eu não pedi isso. - a mulher me olhou indignada antes mesmo de eu deixar uma bandeja com frango frito e molho barbecue na sua mesa.

- Desculpa, devo ter me enganado. - disse e me virei. Antes de voltar pra cozinha, ainda a ouvi dizendo "esse lugar já teve funcionários mais competentes".

"Aff, aonde eu fui me meter," perguntei a mim mesma em pensamento. Tinha conseguido um novo emprego como garçonete em um bar refinado no centro da Tijuca. Meu primeiro dia foi numa quinta-feira, quando menos tinha movimento, mas mesmo assim eu consegui fazer burradas. Assim que pisei lá, me arrependi totalmente de ter ido na onda da Madu e colocado no currículo que tinha experiência com isso. Pensando bem, não era mentira se considerasse quando trabalhei num bar falido. Tá, eu não fazia nada, mas recebi por duas semanas antes dele fechar.

Adivinhe no que resulta se misturar gente estabanada com esse tipo de trabalho? Desastre, óbvio. Depois de eu ter errado pedidos e ficado perdida, uma sunbae* me chamou. Aí que o medo subiu e já comecei a pensar em como pediria desculpas antes de implorar pelo meu emprego.

(* Título honorífico coreano usado para se referir a colegas de trabalho/escola/faculdade mais velhos, experientes ou pessoas que você vê como ajudante, conselheira ou mentora.)

- Você não tem experiência, não é? - abriu um sorriso simpático.

- Desculpa, desculpa, desculpa. Eu não queria mentir quanto a isso. Eu trabalhei como garçonete, mas o bar não tinha movimento nenhum. Por favor, me deixe continuar trabalhando aqui, eu juro que aprendo rápido e vou tomar mais cuidado para não causar mais problemas. Realmente preciso desse emprego, eu...

- Calminha aí, moça. - ela riu. - Eu não estou te demitindo, nem tenho autoridade para isso. Só vim tirar essa dúvida, e parece que eu estava certa. - pôs a mão na cintura. - Parece que você está precisando de ajuda. Que tal eu te dar umas dicas hoje, só para você não se atrapalhar toda? - sem esperar uma resposta, ela pegou a sua bandeja e disse: - É só me seguir. - e saiu, comigo na sua cola.

Aquela mulher foi a luz na minha vida. Não demorou muito para eu pegar o ritmo a ponto de não esbarrar nos outros quando ia servir. Mas mesmo estando indo bem, minha inexperiência as vezes surgia, principalmente quando me chamavam através de toques no ombro ou no braço. Eu me desestabilizei toda quando alguém me agarrou pelos ombros por trás e disse perto do meu ouvido por causa do barulho:

- Leva uma cerveja bem gelada para aquela mesa ali no canto, meu amor? - e me soltou. Quando eu olhei para trás para descobrir que era o ser humano, levei um susto. Quem tinha acabado de falar comigo era ninguém mais, ninguém menos que Lara Almeida. E tem mais: ELA SE SENTOU EM UMA MESA ONDE ISAAC DUARTE ESTAVA! Como esses dois se conhecem, Jesus?! Eu sou tão desatualizada assim?

Então, tenho que dizer que eu sou uma pessoa que costuma conhecer todos os populares com o qual convivo. Não é uma tarefa tão difícil quando os seus nomes são tão pronunciados pelo "corredor da fofoca", que é um corredor entre o departamento de artes e o de marketing. As pessoas daquela universidade que tinham aula naquele corredor eram fofoqueiros profissionais. Sabiam de tudo o tempo todo e chegavam a ser mais rápidos e eficientes que o Twitter. Acontece que Madu era uma das pessoas desse corredor, então não tinha como não ficar sabendo das coisas.

A REPÚBLICA DOS REJEITADOS - O Clichê Elevado Ao NormalOnde histórias criam vida. Descubra agora