A REPÚBLICA DOS REJEITADOS - O Clichê Elevado Ao Normal

Abrindo meu coração ❤️

Olá, leitores.

* Desvia dos tomates arremessados na minha direção *

Meu nome é Sisa Lício e eu estou aqui para dizer que finalmente voltei! Antes de mais nada, preciso contar o que aconteceu.

Não é algo feliz, não é algo triste. É só uma história real.

Para quem não sabia, eu cheguei a fazer faculdade por dois anos e foi um dos períodos mais felizes que eu tive. Só que eu precisei sair dela por motivos financeiros e de saúde mental. A experiência do Ensino Superior é muito difícil para quem o enfrenta, é como jogar os dados com a vida e com sorte você tira os números certos que podem não te causar tanto trauma assim.

Mas eu não tive essa sorte.

Só percebi que eu precisava sair de lá quando tive uma crise de ansiedade no meio da aula e ninguém pôde me ajudar. Eu não conseguia parar de chorar e não sabia o que estava acontecendo.

E esse foi o começo, três anos atrás eu mal sabia que isso me acompanharia até aqui.

Até o final de 2017 eu tentei trocar de curso, mas como eu não consegui, tomei uma decisão difícil e cancelei a minha matrícula. Isso, cancelar de nunca mais eu vou voltar lá através dessa conquista q eu tive em 2016. Mas era algo que eu precisava fazer, pois me sentia sufocada tendo que estudar algo que eu não gostava e muito menos amava.

Com isso em 2018 foi o ano que eu me fiquei em estudar para passar novamente no ENEM. Também foi o ano em que a minha depressão aumentou. Comecei a ficar em um estado crítico que é difícil descrever. Para terem uma noção, eu não saia de casa porque eu sentia que eu não tinha o direito.

Ai eu tive meu grande breakdown num banheiro da escola onde eu fiz ENEM, depois de entregar a prova do segundo dia.  Eu passei a não fazer nada porque eu não conseguia. As crises eram constantes e eu parecia uma alma penada que sentia que tinha decepcionado todos que me conheciam e me apoiavam. Eu estava tão fraca pra lutar contra isso que acabei deixando que meus pais descobrissem meus problemas psicológicos, que começaram a florescer 8 anos atrás. E não foram boas experiências.

Com tantas coisas ruins acontecendo, com pais que não conseguiam compreender a gravidade do que estava acontecendo e com esse sentimento de derrota na vida, eu tentei voltar a escrever, pois sempre foi o que me tirou da fossa. E não deu certo, eu não conseguia me concentrar pra nada. E sempre que eu pensava no futuro, vinha uma crise de ansiedade que eu não conseguia desviar. Isso aconteceu em casa, na rua, no meu trabalho (várias vezes), em festas de família, no banho, durante a madrugada (por que quem disse que eu conseguia dormir?)... Vários momentos.

Aí eu abri mão e desisti de mim mesma, pois foi a solução rápida que eu achei no momento. Mas as crises continuaram, então não adiantou de muita coisa.

Não tinha ninguém que eu conhecia pessoalmente que pudesse me ajudar (agradeço demais as minhas amigas virtuais espalhadas por todo Brasil que eram quem conseguiam me acalmar). Não tinha ninguém para me dar apoio para procurar ajuda. Então eu decidi ser meu próprio apoio.

Eu marquei uma consulta com um psiquiatra. Tive que me impor demais com os meus pais para que eles minimamente aceitassem. Acho que eles me deixaram ir porque achavam que eu estava exagerando com as minhas frescuras de chorar toda hora. Qual não foi o surpresa quando eu voltei com prescrição para antidepressivos e remédios contra ansiedade, todos tarja preta? Acho que só aí que eles caíram na real.

E por que eu estou contando tudo isso? Porque eu estou finalmente em tratamento. Faço acompanhamento psiquiátrico e terapia. As coisas já melhoraram 1000%, mas tem muito ainda pra eu caminhar. Mas o importante é que com essa iniciativa eu consegui voltar a fazer as coisas que eu amo, inclusive escrever.

Eu vou voltar a reescrever ARDR e retornar de onde parei. Mas agora não, pois eu percebi que preciso de mais embasamento pra escrever o que eu quero e falar de racismo e guerra de classes sociais, abordar isso de uma forma legal e sem enfiar lorota que eu tirei do senso comum.

Por isso, enquanto esperam, eu gostaria de pedir para que lessem UNNIE. Esse é a história que tem estado na minha cabeça há muito tempo e pasmem: é um romance entre duas garotas sul-coreanas.

Sim, eu to escrevendo um romance sendo que eu dizia que nunca faria isso se não pudesse escrever algo bom de verdade. E eu acho que UNNIE é assim.

Ele já tá disponível no Wattpad, só ir lá no meu perfil. E dessa vez eu tava tão empolgada que eu fiz até trailer! Tá lá no meu Twitter como fixado https://twitter.com/a_sisao

Eu espero que possam me perdoar por ter sumido, eu realmente não queria, mas tem coisas que não temos como controlar. Espero também que talvez a história que eu tenha contado aqui sirva de exemplo: se vc se sentir mal consigo mesmo, não ignore! Procure ajuda médica e se precisar, seja o seu próprio apoio.

Beijos e até mais ××