EU SOU UMA VERGONHA

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Souta se levantou e pegou um cigarro do bolso de seu paletó.

-Souta? - Sentei-me na cama e apontei para a placa de "proibido fumar" perto da porta.

Com um suspiro desapontado ele guardou o cigarro e o esqueiro, fuçou novamente seu paletó e retirou uma caixa pequena entregando-a a mim. Ao abrir havia um par de pequenos brincos, sorri pelo presente, Souta era um cliente assíduo de sexta-feira, era um homem muito reservado, gentil e quase não falava comigo, a única coisa que ele já havia me dito de sua vida  particular era que não era casado, era alto, sua pele era levemente bronzeada e ele deixava seus cabelos lisos compridos e cobrindo seus olhos ônix.

Souta retirou um a um os brincos de minhas orelhas e colocou os novos, sem dizer nada, sem expressar nada. Seu toque sempre me fazia sorrir, não podia controlar.

-Obrigada. - agradeci.

-Feliz Natal. - falou seco.

Virou-se e vestiu suas roupas, pegou meu roupão de seda que ele havia me dado no ano passado e o abriu para eu me vestisse. Pôs seu paletó pendurado no braço e abri a porta para que saísse.

-Obrigado. - Souta disse sem olhar pra mim.

-Espero ter te agradado, Souta. - falei sorrindo sem mostrar os dentes.

-Como sempre. - respondeu inexpressivo e saiu.

Este era o último, me joguei na cama e dei graças a Deus por já poder ir embora.

-Lauren, - Louis entrou no quarto me trazendo uma roupa - por hoje chega.

-Me dá dez minutos e já vamos. - os lençóis abafavam minha voz.

-Levanta daí. - Louis cobriu o rosto.

-Louis? - me sentei na cama - No próximo Outono eu vou parar.

-Que? - Louis sentou ao meu lado.

-É, vou parar, eu economizei e guardei um dinheiro, vou esperar até o Outono pra dar tempo de os clientes acharem outra.

-Você tem certeza?

-Absoluta.

Às duas da tarde eu estava chegando pontualmente na frente do shopping, Bruno já me esperava

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Às duas da tarde eu estava chegando pontualmente na frente do shopping, Bruno já me esperava.

-Obrigado por ter vindo. - agradeceu.

Entramos e ajudei Bruno a escolher os presentes de Natal de sua família, paramos em frente uma joalheria e ele ficou encarando as peças.

-É pra sua esposa? - perguntei.

-É, não é porque eu não a amo e ela me odeia que eu preciso ser um bosta de marido o tempo todo. Prêmio de honra ao mérito pra coitada da Mila que precisa me aguentar. Qual você sugere? - olhou pra mim.

-Acho que este - apontei para um em ouro rosé com um pequeno pingente de diamante.

-Isso é mais a sua cara do que a cara da Mila, mas considerando que ela nunca vai usar, tanto faz.

LAURENOnde histórias criam vida. Descubra agora