EU SOU INESQUECÍVEL

116 12 1
                                    


A faculdade havia entrado em recesso, a grande parte de meus clientes estavam viajando com a família. E eu? Eu estava presa com o velho Ragazzo.

-Você não precisava ter contratado a Karin pra me arrumar Louis. - sorri carinhosamente.

-É pra me redimir por te fazer trabalhar no Natal, ainda mais com aquele velho.

-Antes ele que o Martinez. - suspirei.

-Ele tenta a todo custo reservar com você, ainda mais porque te viu sair com o Souta. Mas eu não deixarei, fique tranquila.

-Como você vai querer a maquiagem Lauren? - Karin era uma das garotas da casa de shows, ela ajudava com a maquiagem e cabelo das dançarinas e era famosa na cidade por sua performance solo.

-Eu quero ficar irreconhecível. - disse sem rodeios.

-Mas sua beleza natural é tão linda! - Karin suspirou.

-É facilmente reconhecida, melhor ficar diferente mesmo, não importa se parecer mais velha. - Louis argumentou com ar entediado, estava deitado em minha cama mexendo no celular - Vou só esperar te buscarem e vou pra casa dos meus pais Lauren, qualquer coisa me liga.

-Ligarei sim.

O velho Ragazzo havia nos informado ontem as especificações do jantar de Natal, era uma festa corporativa onde todos os sócios e parceiros da empresa dele levariam familiares, eu não sei do que se trata a empresa, até porque sou paga pra agradar, não pra espionar.

No horário combinado eu estava pronta esperando.

-Você tá linda. - Louis sorriu - Provavelmente se eu não tivesse visto a Karin te arrumar eu não te conheceria.

-Obrigada. Essa é a intenção, podem haver outros clientes lá e é muito constrangedor que me reconheçam de cara.

-Pedi pra equipe do cliente usar o nome fictício e eles concordaram, será Ana, okay?

-Eu nunca fui em eventos grandes, assusta um pouco. - respirei fundo.

-Somente sorria, mantenha a postura, faz cara de rica e somente responda quando te perguntarem algo, não permita que sejam invasivos, se algum outro homem a não ser o cliente for abusado com você avise ao senhor Ragazzo.

-Todos vão ver de cara que sou uma acompanhante, e se me perguntarem o que eu faço da vida pra tentar me humilhar? - olhei agoniada para Louis.

-Encha o peito, empine o nariz e diga a verdade, - franzi o cenho - que você tem um negócio de entretenimento e administra juntamente com um sócio, não diga meu nome.

-O campo de Paintball não é meu e eu só te auxilio quando você não pode ir. - ainda o olhava.

-Feliz Natal. - Louis me entregou um envelope e nele havia um documento - O campo é inteiramente meu, você sabe, minha família não tem nada a ver com ele, mas agora você também é patroinha.

-Louis - eu estava boquiaberta - eu não posso aceitar isso!

-Lauren, eu não tenho herdeiros ainda, eu vivo no meio de gente rica e possivelmente perigosa, se algo acontecer preciso de alguém de confiança pra tomar conta.

-Você tá me escondendo alguma coisa?

-Por que faria isso? - disse e desviou o olhar para a janela - Sua carroça chegou.

Na verdade, na verdade, não era uma carroça, era uma limusine, Louis me acompanhou até o lado de fora onde o velho Ragazzo estava parado na porta do veículo me olhando embasbacado.

LAURENOnde histórias criam vida. Descubra agora