» JUNIOR «
Suor está escorrendo de mim quando me inclino sobre ela. Por um momento, acho que ela adormeceu, mas mesmo seus olhos estando fechados, os lábios cor de rosa curvam-se em um sorriso.
— Minhas pernas. Isso foi...— Ela finalmente volta de onde quer que tenha ido, piscando grandes olhos azuis para mim.
— Perfeito. Incrível. Surpreendente. Eu deveria pegar um troféu.Isso a fez rir com tanta vontade que me leva junto, a felicidade que não tinha sentido em quase uma década me fazendo sentir como um idiota.
Como é possível que esta pequena e
atrevida mulher possa me deixar sentindo nas alturas?Me fazendo sentir humano?
Porra, apenas o fato de que ela me faz sentir alguma coisa é um maldito milagre.
— Você deveria sorrir mais vezes. Seu sorriso é lindo.— Ela toca um lado do meu rosto. — Porque você nunca sorri?
A pergunta me pega desprevenido, e não consigo encontrar uma resposta satisfatória.
— Eu acabei de sorri.
Os olhos dela se fecham e seu nariz atrevido enruga-se.
— Sim, eu vejo você sorrindo e rindo com frequência quando estamos juntos, mas em outros lugares, com outras pessoas, você sempre parece meio...frio e infeliz.
— Porque algumas pessoas são entediantes— Tento manter o tom leve, mas a verdade é que esta linha de conversa está começando a ficar desconfortável.
— Apenas por isso?Emilly abre os olhos e nenhum de nós pode olhar para longe, safira contra esmeralda, preso em um impasse de um silêncio bizarro.
— E por qual outro motivo seria?
Ela estava olhando para mim seriamente com as sobrancelhas juntas, procurando por uma resposta.
Torcendo o lábio com tanta força que eu juro que ela vai machucá-lo. Quando finalmente respira fundo, sei que encontrou as palavras que procurava.— Quem partiu seu coração, Júnior?
A pergunta me deixa frio, os olhos azuis de Emilly parecem entortar em mim. Minhas costelas apertam com o seu olhar suplicante. Eu poderia dizer a ela, poderia contar sobre minha infância, sobre o suicídio de minha mãe, sobre Elisa e todo estrago que causou. Sobre como eu estou permanentemente quebrado por dentro agora. Mas então eu imagino o jeito lamentável que ela olharia para mim. E eu não posso e nem quero ter a pena de Emilly. Então, em vez disso, eu a encaro com um olhar congelado.
— Ninguém quebra o que não existe— Eu digo com um meio sorriso meio desdém— Eu faço o coração partido por aqui. Você deveria saber disso e começar a cuidar do seu.
A risada dela é curta e amarga.
— Sua capacidade de mentir para si mesmo é notável, baby.
— O que está querendo dizer? —Não posso parar o desprezo que se espalha pelo meu rosto.
— Que sei que você esconde alguns esqueletos. Você disse um nome uma vez enquanto dormia. Elisa eu acho.—Sua bela boca está puxada em uma careta.— Também chamou por sua mãe.Como o toque de um botão, essas palavras saindo de seus lábios transforma o pouco do meu bom humor em algo escuro, e envia um bombeamento de sangue frio ao meu murcho coração preto.
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Destinos Cruzados
RomanceSeparadas ainda na infância, as gêmeas univitelinas, Emilly e Sophia não imaginavam quão grande o poder do destino. Donas de personalidades totalmente contrárias, elas não estavam preparadas para jogar o jogo da sina. Emilly cresceu rodeada de mord...