Capítulo 48- Nathan-Amar é dar à alguém a paz que o mundo tira

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» NATHAN «

— Oh, meu Deus, Nathan.

Sophia suspira. Sua voz é no mesmo tom que ela usa quando ela está prestes a vir, e isso faz meu pau contorcer reflexivamente, mas eu apenas sorrio para ela.

— Bonito, não é?

Eu olho para ela, que está segurando o corrimão e inclinando-se com os braços abertos.

— É de tirar o fôlego.

Ela vira seus grandes olhos azuis para mim, sua boca aberta, e depois
volta a admirar o oceano. A água do mar era de um azul profundo, cintilante nas partes em que os raios solares tocavam. O céu estava livre de nuvens, ou seja, um dia maravilhoso com direito a paisagens de tirar o fôlego. E estamos descendo da cidade e em direção a praia dos carneiros, onde vamos os dois dias que antecedem a festa de Gregório.  Quando busquei lugares para levar Sophia, não tive dúvidas de que aquela praia seria perfeita. Pelas críticas no site, o clima era ameno, o lugar discreto e intimista como precisávamos que fosse. Era incrivelmente clichê, mas eu sabia que ela iria gostar. Eu havia descobrindo uma lado delicado e romântico de Sophia que julguei nunca existir.

— Beatriz e Nina iriam adorar isso.—Ela diz, e sinto a saudade diminuir meu coração, a preocupação latejar minha cabeça e deixar meus ombros pesados.
— Sim, iriam.

Voltei a olhar para Sophia e encontrei seus olhos fixos em mim, sentimentos borbulhando fortes através deles. Ela desembrulha as mãos ao redor do corrimão e tropeça em minha direção até chegar ao volante.

— Também já estou com saudades daquela pequena falante.— Diz.

Sorri. Sua doçura acalmando um pouco minhas aflições, como um dom de me manter assim. Calmo. Ainda que na cama eu a desejasse com concupiscência, fora dela, sua presença me mantinha no eixo e eu gostava disso, do controle silencioso que ela mantinha sobre minha bestialidade.

Eu coloquei meus braços ao redor dela, abraçando-a por trás.
— Coloque as mãos no volante.

Ela faz isso e coloco minhas mãos em cima das dela, dando a ela uma aula de navegação, intercalando com beijos no topo de sua cabeça, sentindo spray de sal em meus lábios.

— Humm... sua mão está na minha bunda.— Sophia diz.
— Ela está? Ela deve ter uma mente própria.

Embora não possa ver seu rosto, posso senti-la sorrir. Ela prende o
polegar ao lado da minha mão e aperta. Navegamos tarde adentro e logo avistei a praia dos carneiros. A beleza natural, sem sombra de dúvidas, era o maior atrativo ali. Dois funcionários veio até nós e seguimos até o bangalô que estava a nossa espera. O lugar que iríamos ficava em uma área de preservação, região de desova de milhares de tartarugas. Longe dos resorts e dos muitos turistas, separados por uma mata do restante dos visitantes, Sophia e eu poderíamos ter a paz e a privacidade que merecíamos.

— Olá, sejam bem vindos ao Refúgio da paixão. Me nome é Marli. E eu sou a encarregada de ajudá-los durante o tempo que vocês ficarão aqui.

Fomos acompanhados até a pequena pousada e instruídos sobre como proceder para não incomodar os animais. Havia apenas um casal no espaço com dez bangalô, e eles estavam à metros de distância de onde ficaríamos. Eu tinha reservado todos os demais próximo para reforçar nossa privacidade durante a estadia. Sophia parecia completamente encantada pelo lugar, dando-me a certeza de que a
escolha tinha sido acertada.
O bangalô ficava alguns metros acima da areia, com uma escada de cinco degraus que permitiam chegar no interior. Era de arquitetura simples, feito de madeira e telhado de palha. Com duas redes e duas cadeiras no terraço, acompanhados de detalhes do artesanato local.

— Aqui não é possível ter sinal de internet ou de telefone. — Marli disse. — Para conseguir uma ligação, vocês precisaram atravessar a mata, até onde ficam os grandes hotéis.
— Ok.

Não era algo comum para mim ficar um dia inteiro sem comunicação com o trabalho ou com minha casa. Mas tantas coisas inusitadas aconteciam ultimamente que, talvez, fosse hora de tirar momentos para relaxar e ser apenas eu. Tudo estava tranquilo. Eu já tinha conseguido uma ligação cedo. Tinha meu trabalho em ordem e minha casa também. Podia me dar o direito de descansar.

— Dentro do bangalô temos uma caixinha para pronto-socorro e sinalisadores de emergência caso precisem. Entretanto, um funcionário passará pela área três vezes ao dia para verificar se precisam de algo. Mas vocês sempre podem vim até nós no bangalô central. A qualquer hora.
— Ok, tudo certo. Obrigado, Marli! — Sophia e eu dissermos.

Depois das devidas explicações, ficamos sozinhos. Sophia estava sorrindo tanto.

— Eu não posso parar de dizer. Isso é realmente... surpreendentemente maravilhoso.
— Eu ainda não acabei exatamente com as surpresas de hoje— Eu disse.
— Oh?
— Venha —Estendi a mão para ela —Tome um banho e relaxe um pouco. Vamos jantar na praia hoje.

Ela entrelaçou os dedos nos meus, um brilho pícaro nos olhos. Enquanto Sophia relaxava na banheira, tomei uma ducha rápida e vesti uma calça moletom e uma camisa branca. Marli ficou encarregada de preparar nosso jantar. Nada complexo demais. Uma cesta com frios, pães, queijos, algumas frutas, cremes e uma garrafa de champanhe. Organizou tudo em uma mesa baixa  em frente à praia, com algumas almofadas para sentar. Luzes pequenas escondidas dentro de conchinhas iluminavam a areia e completavam a beleza da luz do luar. Sophia apareceu na varanda do bangalô algum tempo depois. Ela está usando apenas uma das minhas camisa, que é completamente enorme nela.

Parece a coisa mais sexy que já vi.

Ela caminhou descalça pela areia, até onde eu estava.
— Quem é você? Você está muito longe do cara frio que eu costumava conhecer.

Sorri, erguendo uma sobrancelha.

— Sim, bem, eu tenho coisas melhores para me aquecer nos dias de hoje.

Ela me abraçou e eu a puxei para minha boca. Ela suspira, enquanto eu gemo e me permito mergulhar minha língua entre os lábios, e recebê-la de
volta ao meu lado de desespero.

— O jantar está servido.— Murmuro,
contra seus lábios, minhas mãos deslizando pela bainha da blusa, para que a bunda redonda esteja em minhas mãos. — Espero que aprecie a noite que mandei preparar.
— Não tenho dúvidas.

Ela sorriu. Em seguida nos acomodamos. Abri a garrafa de vinho e servi em duas taças.

— A nós, e a nova chance que o destino reservou—Brindei
— Que saibamos aproveitar. — Ela completa e então iniciamos o jantar.

Eu tinha a noite perfeita. A garota perfeita. Tinha tudo o que podia querer, e qualquer coisa que não fizesse parte desse pacote poderia facilmente ser esquecida por algumas horas.

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