Lobos de Cinzas

Capítulo III - Sol a pino

- Luz, maldito seja teu poder...

    Era meio-dia, o Sol estava a pino e Umbra dormia sob as sombras de um aglomerado de arbustos entre os pinheiros, as intenções de seu pai de deixa-lá sobrecarregada com treinamente pesado haviam funcianado, mas, não como ele planejou.
    Quando ela acordou o Sol estava em seu momentos de mais luz e, como de costume, o céu estava sem nuvens e nem todas as árvores, com suas sombras mal formadas pelo horário, seriam capazes de proteger um grande lobo.
    Eu estava do lado de fora da toca improvisada, sentada de costas para a entrada, olhava para alguma coisa da qual não me recordo, na verdade não me lembro sequer de ter estado com os olhos abertos naquele momento. Eu apenas pensava, em um puro momento de nostalgia..

"Ele veio pela manhã, talvez um pouco mais cedo que o normal, estava inquieto, seus olhos brilhanvam de ansiedade, eu o encontrei, ele me recebeu com um sorriso, um abraço e um cafuné enquanto dizia: 'Nem consegui dormir, acredita?'. E vindo dele, é claro que acreditava. No dia anterior, disse que o levaria para ver a Glicínia, ele estava louco para anotar e desenhar tudo em seu diário sobre os mistérios da floresta. Ele era um humano diferente e a Glicínia também viu algo de especial nele e o escolheu par..."

- Anala? - Umbra me chamou, dispersando meus  pensamentos. - Está tudo bem?

- S-sim, querida! - Me virei para encara-lá. -Algum problema? - segui em direção a entrada da toca.

- Não há problema algum.- Ela bocejou. - Mas você parecia tensa. Ou fora de órbita, pensativa.

- Eu estava apenas viajando em boas lembranças. - Respondi e logo quis procurar algo para mudar o rumo da conversa, porém, a própria loba já fez isso.

- Então... - Ela se levantou e se espreguiçou. - Quero sair logo! - Deu um passo a frente - Quero correr e voar! - Dizia.

- Voar? Haha... Você não voa durante o dia, sabe disso, não sabe? - Respondi.

- Mas você pode voar não pode?

- É mais compliacado para mim, eu posso voar apenas transformada, porém, a minha velocidade me ajuda a fazer coisas incriveís.

    Ela agitou a cauda negra e espessa e asentiu com a cabeça de maneira positiva, sabia de minhas habilidades, era minha aprendiz peculiar e eu tinha de ensinar tudo a ela com cautela, tanto que, algumas coisas eram praticadas apenas à tarde que é quando as sombras ficam mais altas e seguras. Era dedicada, voraz, aprendia rápido, eu me orgulhava.
    Tentamos conversar sobre seu treinamento atual, ela parecia estar recebendo algo do nível guerreiro. Depois, me contou sobre alguns sonhos e pesadelos que estivera tendo recentemente, mas, da qual vagamente se lembrava. Dizia que no sonho a Glínea levantava, assumindo uma forma diferente mesmo ainda parecendo uma árvore, suas flores tinham um brilho, uma luz que não queimava - era magnifica -, dizia também que a expressão de calma aos poucos saia do rosto da guardiã e se transformava em raiva ou ódio e até mesmo seus olhos mudavam suas diversas cores para um negro infernal com rajadas vermelhas, lembrava- se de um raio rasgando, estrondosamente, o céu que parecia mudar do dia para noite sem que ela percebesse, de repente vinham demônios, mais e mais deles atacavam aos lobos e as raposas e, com eles, também havia um gigante de árvore que acertava em cheio o coração da Glínea, então, Umbra acordava, ofegante e assustada, algumas vezes até chorando.

- Mas há mais coisas de que não me recordo...como...bem...havia alguém conosco e ela estava muito assustada.. ou...paralisada..- Se esforçava para lembrar. - Aahr! - Estressou-se - Eu só me lembro de outra luz vindo dela como a luz das flores...

- É um sonho complicado, não sei te dizer o que poderia ser. - Menti. Mil coisas passavam pela minha cabeça. Eu tive o mesmo sonho.

                               💙

NOTAS: Olá!!Gostaria de me desculpar com vocês a respeito do 1°cáp. onde eu esqueci de dizer que Anala é uma raposa! Mas já está editado! Tudo certo! ^-^
Obs.: Não seja um LEITOR FANTASMA!