Capítulo V - Nuvens

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*AVISO*

Peço desculpas, mas,
Eu estive revisando os capítulos anteriores e fiz algumas alterações para melhorar minha performance literária, então, aconselho a você, caro leitor, que volte e dê uma olhadinha em tudo novamente para que a história não fique confusa!
   Arigatou! ^-^
E
Boa leitura.

- Estranhamente, tudo muda...

- Não posso voltar sem uma presa grende.- Lembrou-se Umbra.

- Tudo bem! O que vai ser hoje?- Perguntei, me virando para encara-lá.

- Eu tinha pensado naquele maldito veado que fugiu de mim aquela vez, se lembra?

- Me lembro muito bem...

    Isso foi há, mais ou menos, umas duas semanas atrás, estavamos próximas da parte mais escura e fria da floresta onde vivem nossos maiores inimigos, os Demônios das Sombras. Umbra estava espreitando um veado de grande porte que já sabia de sua presença, mas, se mantinha calmo, cavando entre as raizes procurando algo melhor para abocanhar. Ela esperou o mometo exato para pular em seu dorço e cravar os dentes em seu pescoço e tirar a vida do grande animal.
    Porém, ao invés de ele tentar fugir, o mesmo apenas ergueu a cabeça e ficou observando a loba se contorcer bruscamente no ar durante o salto e cair no chão, ela parecia estar levemente agonizando e, por um instante, pensei que estivesse morrendo. O animal se aproximou dela, mas, antes que pudesse fazer qualquer coisa eu pulei na sua cara e mordi seu olho direito. Ele soltou um estranho grunhido de dor e correu em alguma direção que não esperei para ver qual foi.
    Provavelmente eu o havia pego de surpresa, pois o mesmo não parecia estar a espera de um ataque meu. Será que ele não sabia da minha presença?, ainda me questionava. Umbra estava desacordada, viva, porém, inconsciente.
    Apressei-me para limpar meus caninos que estavam sujos com um pouco do sangue escuro do grande animal e quando Umbra acordou não se lembrava do que havia acontecido.

- Qual foi meu erro? - Ela perguntou.

- Sua ansiedade fez com que o salto fosse mal calculado, então, bateu a cabeça em um galho torto e baixo.- Eu preferia mentir.

- Mas, eu nunca erro um salto.

- Todos nós erramos.

    Ela queria tentar de novo, queria pegar aquele veado, queria a aprovação e admiração do pai. E a única coisa que eu quero é que ela não passe por outra coisa como aquela de novo.

- Vamos, Anala, eu prometo que não vou errar dessa vez.- Ao dizer isso, saiu caminhando na minha frente.

   Eu não sabia quais argumentos usar para impedi-lá, mas, queria tentar alertar minha aprendiz sobre o perigo iminente.

- Umbra, naquele dia eu senti uma coisa estranha... - Nós estavamos caminhando para perto da região norte da floresta, onde normalmente encontrariamos veados e corsas e, se fosse o que eu estava pensando, aquele animal estaria lá.

- Que tipo de coisa sentiu?

- Bem...eu não sei exatamente como te explicar, mas, consigo sentir o animal que você procura e tenho quase total certeza de que ele está aonde estamos indo.

- Excelente, não? - Indagou, animada.

    Fraca é isso que você é!, eu pensava para mim mesma, você é uma raposa fraca e incapaz de dizer à ela a verdade que você sabe exatamente qual é...

- Anala!

    Quando sua voz me livrou de meus pensamentos, repetitivos e grosseiros, percebi que a loba negra estava parada, tensa, e os únicos movimentos que a via fazer eram de seus pulmões inspirando e depois soltando o ar seco e frio, ela estava encarando algo.

- O que há de errado? - Me aproximei rapidamente dela.

- Neve.

    Sim, neve, um pequeno floco de neve caia diante de seus olhos cinzentos e logo em seguida percebi que Umbra poderia estar sendo exposta à luz se não fosse pelas nuvens que cobriam o Sol e traziam consigo uma brisa mais forte, um frio mais intenso e a neve.
    Mas, ainda não era inverno.

Lobos de CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora