S I X

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- Você já pode ir - digo retirando os meus calçados e largando-os na sala. - aliás, não tem nada porque permanecer aqui.

- você é organizada. Embora tenha acabado de deixar os seus sapatos no tapete da sala - ele diz sorrindo.

- deixei-os aí, caso eu tenha que plantar um deles na sua cara já mesmo - dou um leve tombo ao ir buscar o controle da TV. - ui.

- Você está terrível bêbada ! - ele diz se levantando e me analisando. - Você precisa de cuidados, não vou te deixar aqui sozinha. Nem que seja preciso eu ligar para aquela sua amiga.

Zoey, a mensagem.

Pego meu celular que estava dentro da minha bolsa, dedillho a tela e.. Droga ! Falha ao enviar mensagem.

- Ela já está vindo - minto - Pode ir, obrigada pela noite.

Ponho uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Ele caminha até mim e segura uma de minhas mãos, falho ao me afastar e dar de costas com o balcão a qual divide minha sala da cozinha.

Ele me pressiona um pouco mais ao balcão e eu me sinto em um beco sem saída. Nossas respirações se tornam ofegantes e uma onda de energia percorre pela minha espinha.

Suas mãos se encaixam perfeitamente na linha da minha cintura, e ele dá um leve aperto no lugar. Respiro fundo e ponho uma das minhas mãos em seu peitoral na tentativa de o afastar. Mais ele segura minha nuca e me puxa os cabelos, oh céus !

- Saia daqui - eu falo entre suspiros.

Ele me lança um sorriso e beija a minha bochecha direita.

- Boa noite Lauren - dá de ombros e sai do meu apartamento.

Tento organizar minha respiração e meu pensamento com o que havia acabado de acontecer. Nós quase nos beijamos !

Saio correndo e tropeço na mesa batendo meu dedo mindinho.

Droga. É o que repito inúmeras vezes até chegar ao banheiro.

Começo a me despir e então ligo o chuveiro, fico em silêncio deixando a água escorrer sobre as minhas curvas. Ouço um barulho. Desligo o chuveiro e fico quieta tentando descobrir o que poderia ter sido.

Nada.

Termino meu banho e vou em direção ao quarto por algo mais confortável pra sentar no sofá e ligar pros meus pais, faz tempo que não os ligo.

Barulho.

É alguém empurrando algo no apartamento de cima.

Ponho uma blusa de mangas e uma calça enorme. Se este vizinho acha que vai me incomodar e tirar a minha noite de sono, está super enganado.

Pego o andar de cima, número 8 é o que tinha escrito na porta, dou uns três batuques na mesma.

A pessoa continua a empurrar coisas, bato novamente mais forte dessa vez. Cruzo os braços, e batuco os pés na espera de alguém.

A porta se abre e meu Deus!

Ele passa a mão sobre os cabelos desgrenhados, e fraze as sobrancelhas.

- O-oi - ele diz me analisando.

Se pessoas virassem tomate, eu estaria um dos bem vermelhos.

- An.. É... O barulho, está fazendo muito barulho - coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha. Uma hora dessas era pra eu está gritando.Mais eu tou ? Não. Ele é um cara maravilhoso e me parece até tímido também.

- An me desculpe, eu estou de mudanças pra cá, achei que não estivesse causando barulhos. - passa as mãos entre seus cabelos os alinhando-os.

- Tudo bem - lanço um sorriso. - me desculpe por ter vindo aqui e ainda mais desta forma. - falo me analisando e torcendo os lábios.

Ele sorri. Não, ele não sorri, ele acaba de destruir meu psicológico. - tudo bem, pode vir aqui mais vezes - ele muda de expressão e me olha assustado - An.. sem pensamentos maldosos por favor, eu não sou um cara maluco. É talvez um pouco - ele sorri de lado - como amigos.

- Vou pensar no seu caso - dou um meio sorriso. - Preciso ir, está tarde demais e eu estou um caco.

Ele balbucia algo e não consigo entender.

- Oi ?

- Opa, nada - sorri. - eu penso alto sem querer.

Sorrio pra ele receosa.

- Vou indo.

Não Posso Negar Onde histórias criam vida. Descubra agora