Sinto sua mão apertar um lado da minha cintura.
A janela da sala fazia uma fraca claridade sobre a sua face, e então podia ver seu sorriso torto e seus olhos devidamente fechados.
- Posso te contar uma coisa ? - ele diz sussurrando.
- Cara são 2 da manhã e você.. - sou interrompida com o seu dedo indicador nos meus lábios.
Então ele põe as mãos na minha nuca me apoiando novamente em seu peitoral.
- Shhhh. - ele faz dando carinho aos meus fios de cabelo. - Posso dizer ? - ele prossegue.
O olho assustada. Mas tento lhe passar a idéia de que sim, ele podia dizer.
- Devo dizer a você que escute com muita atenção. - ele vidra os olhos em mim, a sala estava escura e a claridade vinda da janela me fazia o olhar com um efeito azul. Seus olhos brilhavam e ele me olhava com compaixão. Ele decide tocar devagar com seus dedos gelados em meu rosto, umidece a sua boca e diz. - Em todos os anos da minha vida, ninguém nunca mandou meus pesadelos irem embora tão bem sem dizer nada.
Eu senti um frio na barriga imenso, nesse momento o olhei assustada.
- Você me causa contrações Lee - ele susurra.
Franzo as sobrancelhas. - De que tipo ?
Ele põe a mão em minha nuca, já me vejo sobre ele e sinto nossas respirações rápidas.
- Do tipo que acelera o coração e de alguma forma a alma também. - ele me conduz para um beijo e até então para com os lábios abertos perto de mim.
- E-eu - abro levemente os meus lábios também. E então seus dedos percorrem entre os cabelos da minha nunca como um carro numa estrada. Eu vi o meu fim quando ele os apertou e sussurrou. - Me beije Lee.
E nesse momento lembro ter perdido minha sanidade. Era curiosa a simetria apresentada e vinda de nós dois, o beijo representava mais que amor. Um amor nem um pouco frio, a paixão continha um tipo de conservante que não nos deixava livres. As mãos dele queriam me segurar inteiramente, ao mesmo tempo.
E apesar de eu estar nos braços dele, ele ainda não acreditava nisso, e parecia que temia que fosse um sonho e que aquele sonho acabasse de novo, de modo não resolvido, como tinha acontecido tantas vezes no passado e lhe causara tanta dor e agonia. E o tempo, a duração do beijo, era o fator mais insignificante. O que nós queríamos era apagar aquela chama dentro de cada um de nós.
Eu queria decorar como me sentia totalmente presa por ele, à ele. Queria lembrar o cheiro e a textura do pescoço dele, da boca. Em anos nunca havia desestruturado tanto com o meu coração. Segurei seu rosto entre minhas mãos e dava o máximo de mim naquele beijo. Nessa hora, nenhum sentia mágoa, nenhum sentia medo de um passado que nos condenasse; só o que demonstravam eram as coisas boas que sentiam, a pureza apaixonada, a inocência.
Lembrei que não poderia entrar de pé direito nas ciladas do amor, lembrei que quando nos apaixonamos por alguém, se machucar vem no pacote.
Me afasto de seu corpo. O encaro a assustada.
- Você pode ir pro seu apartamento.
Ele corre os dedos sobre o seu cabelo e me olha incrédulo.
- Liam nós não temos uma relação, eu já tive uma relação fui arruinada com isso, e não quero mais que isso aconteça.
- Lee. Eu sou um cara diferente Lee. - ele toca no meu rosto e me encara. - eu realmente estou me apaixonando por você.
Frio.
- Isso foi um lance. - levanto e ligo a luz, pego a chave do meu apartamento e vou correndo abrir a porta. - Sério Liam.
- Eu não irei forçar permanência. Eu irei, mais isso não foi um lance.
- Nós temos uma amizade a partir de hoje. Somente. - falo sílaba por sílaba devagar.
Ele passa por mim cabisbaixo.
- Vou te mostrar que você pode sair dessa bola que você criou. - ele sorri fraco. - boa noite Lee.
Fecho a porta e saio com as mãos nos cabelos em direção da minha cama.
- Como pude ? - falo para mim mesma.
Me jogo na cama.
- Relações estáveis. - balanço com a cabeça negativamente. - hum hum.
...
- Luz não dá pra colocar isso na cabeça. - falo para Zoey caminhando até a minha sala de consultoria.
- Então quer dizer que você vai ficar encalhada por todos esses anos ?
Fico calada. - Luz entenda - grito - Eu estou me apaixonando.
Me senti em uma de minhas poltronas. - Isso é maravilhoso Lee, você vai poder construir a família que você sempre quis.
- Nana nana - balanço com a cabeça negativamente. - Vamos mudar de assunto. O Henry, como foi lá ?
Ela respira fundo. - Foi ótimo, nós nos divertimos bastante, conheci uma de suas sobrinhas, a Mel. Você precisa vê-la, ela é uma criança adorável.
- Me lembra a irmã da Chelsea - dou um sorriso torto.
- Você tem mantido contato com ela ? - Zoey pergunta abrindo o armário para pegar umas papeladas.
- Não - bebo um pouco de café. - Nem com os meus pais, aliás, vou ligar pra eles hoje a noite.
- Estou morrendo de saudades do tio Tom e da tia Elise. - ela abre um sorriso. - Principalmente da torta de maçã que ela faz.
Sorrimos.
- Você é ótima.
Ouço um batuque na porta.
- Deixe-me ver - digo me levantando e indo até lá.
Céus !
- Oi princesa, oi amiga da Lee. - era o Ethan. - Vim convidar vocês duas já que são inseparáveis para conhecerem um restaurante novo. Topam ?
Olho de solsaio para Zoey e mordo o canto dos lábios.
- Obrigada, mas não poderei ir. - Zoey diz.
Ele me olha como quem perguntasse se eu iria.
- Tudo bem, mas sem bebidas.
Ele sorri.
- Às oito passo no seu apartamento, deixe-me que eu te levo.
Ponho uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Ok. - dou um sorriso fraco.
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Não Posso Negar
RomanceQuem nunca sofreu de desilusão amorosa e já jurou para si mesma que jamais amaria alguém, mais falhou duramente na missão ? É.. se você ainda não passou provavelmente vai passar - e não, não estou sendo pessimista - Amores fracos servem de ensinamen...