Capítulo 6

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Nossos vizinhos eram cristãos, e de vez em quando eles abordavam minha mãe ou meu padrasto na porta de casa convidando-os para participarem das reuniões em sua igreja. Minha mãe até prometia ir, mas na hora sempre dava uma desculpa ou estava bêbada. Já o meu falecido padrasto, retribuía os convites com muita arrogância e indiferença, fora as vezes que ele batia a porta na cara deles. Eu nunca entendi, e também nunca me enteressei por saber o que é uma bíblia e o que tem escrito nela. Eu ouvia as pessoas falarem de Deus e Jesus, mas nunca procurava entender. Pra mim também isso era indiferente. Eu fazia parte daquele grupo de pessoas que questionavam a existência de Deus por ver a maldade e o sofrimento dominando o mundo. Pra mim não existia bondade e nem amor, só existia sofrimento e destruição. Era só o que eu conhecia. Eu fui me tornando um jovem cruel e vingativo, sem ânimo e sem perspectiva. Já não me importava com nada e nem com ninguém, e nem com a minha mãe. Ela por sua vez, finalmente aceitou o convite dos vizinhos para ir à igreja. Nunca pensei que algo desse tipo fosse acontecer, mas desde a primeira vez que ela foi, nunca mais parou de ir.  Frequentava quase todos os dias e percebi que ela estava mudando, já não bebia mais.

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