Capítulo Quatro

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Carinhas Sorridentes

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Carinhas Sorridentes...

      Derrubo pela segunda vez o frasco de compridos que estava em minhas mãos, por sorte ele cai fechado sobre a bancada; enquanto eu coloco as pílulas brancas em potinhos de plástico... Estou dispersa e uma pilha de nervos, essa não é a melhor combinação para uma enfermeira, não uma que está separando os medicamentos dos seus pacientes. Fecho os olhos e respiro profundamente, antes de voltar a minha atenção para a tarefa em que estou. Assim que termino, guardo o frasco no armário e fecho a pequena porta de vidro, então a tranco e devolvo a chave para a enfermeira chefe.

— Obrigada, Elza. — ela sorri para mim, embora tenha acompanhado de perto a minha desastrosa missão.

      Respiro mais uma vez e seguro a minha pequena bandeja de alumínio, indo em direção às escadas. Eu nunca, nunca mesmo, deixo problemas externos interferirem em meu trabalho, em minha concentração e seriedade com os pacientes. Entretanto, agora não consigo afastar dos meus pensamentos o meu encontro com Evan na hora do almoço. Foi terrível e nem um pouco parecido com as expectativas que criei em minha mente. Na verdade, eu voltei para o trabalho em seguida, me sentindo a pior perdedora do mundo... Isso foi há quatro dias e a sensação de derrota ainda pesa em meu peito. Eu lhe mandei algumas mensagens desde então — porque não, não irei aceitar essa sentença tão facilmente —, mas ele é muito bom em me ignorar. Pergunto-me a cada cinco segundos se ele ainda está na cidade ou se ele fugiu assim que chegou ao seu hotel... Eu não sei, não sei de nada. Bato levemente na porta de Dolores antes de entrar. Ela está sentada à cama tricotando, as cortinas ainda estão fechadas porém, perdendo a luz do lindo Sol lá fora.

— Bom dia, minha linda senhora. — eu entoo a voz mais divertida que consigo, enquanto puxo rapidamente as cortinas para o lado — O que estamos tricotando hoje?

— Oh, oi, Mirian. — ela me cumprimenta com um sorriso, me confundindo com a enfermeira da noite.

— É Lizz. — eu a corrijo com carinho, entregando o seu copinho de remédios — Tome todos.

— Eu não gosto desse azul, é muito amargo.

— Se tomá-lo muito rápido, nem sentirá o gosto. — eu a oriento, olhando ao redor do quarto em busca de uma garrafa de água — Beba um pouco de água depois.

— Obrigada, Glória.

— É Lizz. — dou risada, limpando o seu queixo molhado — O que você está fazendo?

— Um cachecol. — ela conta, olhando para a lã verde como os seus olhos — Vou te dar quando terminar, eu nunca te dei nada.

— Eu tenho três cachecóis que você me deu e duas tocas, além de um aparador de mesa... Mas, ainda estou esperando aquela colcha que você me prometeu.

— Ah, claro! — ela exclama balançando as mãos, como se finalmente tivesse se lembrado do fato — Você ainda não escolheu a cor.

— Vermelho. — eu digo, apontando para o meu batom, depois de ter ouvido seus batimentos cardíacos — Está se sentindo bem?

Foi Assim que te Amei  Capítulos para a degustação.Onde histórias criam vida. Descubra agora