Prisioneira do teu olhar

Prólogo

_ Pai, posso ir contigo para o trabalho?- pergunto fazendo bico para meu pai.

_ É perigoso Thay. A máquina pode ter graves efeitos. Aquilo serve para... Para...

_ Tornar as pessoas em almas livres. Em outras palavras,mata las.

_ Isso mesmo.- ele diz nervoso- Eu não quero que por acidente te tornes uma ALPS.- ele disse nervoso.

_ Eu nunca me meteria numa máquina para me matar. Confia em mim. Já tenho 16 anos.- pedi.

_ OK. Mas só hoje.- eu assenti e fui me vestir.

Peguei num macacão florido e nuns tênis. Deixei o meu cabelo solto e peguei num casaco de ganga. ALPS quer dizer Alma Livre Para Sempre. O meu pai é meio que maluco de pensar que eu ia entrar naquela máquina.

Ao chegar ao laboratório o meu olhar percorre o lugar já tão conhecido e para numa cápsula onde uma caixa de dois metros de altura, de metal e com vários botões de todas as cores, se encontra.

Todos os homens e mulheres que estavam na sala se aproximaram da cúpula.

_ Eu vou abrir a cúpula para verem melhor mas ninguém toque no botão rosa choque do centro.

Olhei para o botão e estremeci. O meu pai abriu a cápsula e todos começaram a analisar cada detalhe e a anotar tudo numa prancheta.

O meu pai sorria a todos e eu fui até ele.

_ Isto está incrível. Tenho o melhor pai deste mundo.- disse abraçando o de lado.

_ Obrigada. Não sabes o quão importante é ouvir isso.- eu sorri e voltei para o lado da máquina. Estava a analisar aquele botão rosa choque quando o chão estremeceu. Silêncio. Voltou a estremecer mas desta vez com uma intensidade muito maior. Um homem empurrou me e eu desiquilibrei me tocando no botão. A porta da cápsula abriu se. Tentei correr mas outro homem me empurrou e eu cai dentro da máquina gritando:

_ PAI. AJUDA ME.

Depois disso só vi as portas de metal fecharem se. Ouvi gritos do lado de fora e um gás começou a entrar para os meus pulmões. Deixei de conseguir respirar e bati na porta com força. Inútil. Deixei me cair exausta e só vi um clarão de luz aparecer seguindo se um segundo de escuridão...