Prisioneira do teu olhar

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Um ano que se passou. Um maldito ano. Os pais dele nunca o chegaram a encontrar. Ele não saiu com nenhuma garota durante esse tempo. Agora trabalha ainda no café de minha mãe, mas foi nomeado chefe. É cada vez mais difícil não poder abraçar ele ou simplesmente lhe tocar. Ele sente o mesmo. Uma vez quase se joga do 12º andar. Não é preciso dizer que foi horrível ver ele de pé na beira da janela.

Agora tamos assistindo televisão na sua sala. Uma notícia nos chocou aos dois. Não pode ser.

_ Garoto de 18 anos desaparecida há um ano, ainda não foi encontrado. O garoto fugiu de casa e seus pais o estão procurando afirmando que ele roubou dinheiro deles. Se o virem liguem para o número *****. A recompensa será de 1milhão.

Uma foto de Tyler apareceu no ecrã. Não pode ser. Agora que tudo tava indo tão bem.

_ Tenho que fugir. Vou arrumar tudo.

Ele arrumou suas coisas muito depressa e depois escreveu uma nota.

Caro senhor Inácio, aqui tem a renda deste mês.
Um abraço,
Tyler.

Deixou duas notas de 100 e colocou uns óculos escuros e um chapéu.

_ Todo mundo me vai conhecer na rua. Odeio meus pais.

Ele saiu e eu o segui, ainda calada. Ele andava devagar mas se via em seus passos firmes que estava desesperado. Ao chegar na rua correu. Ele levava só uma mochila com roupa e um pouco de comida. Não podia ir no aeroporto.
Estava passando por um boate fechado quando um homem apareceu do nada e o segurou firme.

_ Cuidado Tyler.- eu disse pra ele.

Mas de que servia? De nada. O cara tirou os óculos dele e depois olhou bem para a sua cara.

_ Ei, Isaac. Vem cá. Acabou de nos sair o número da sorte.- ele mostrou os rosto de Tyler ao outro cara.

_ Um milhão. Tamos ricos, Patrick.- Isaac disse rindo- Essa joiinha vai ser entregue hoje na polícia.

Eles riram. Senti uma vontade enorme de bater na cara dos dois. Mas, vendo a realidade, apenas os segui. Tyler se debatia para se soltar dos braços musculosos de Patrick. Ty fazia exercício mas não tinha tanta força como esse cara.

Ele foi arrastado durante vários minutos e passado um tempo deixou de se debater. Seu rosto mostrava preocupação e tristeza. Ele ia ser preso. Seus pais diziam que ele os havia roubado e todo mundo acreditaria neles. Senti meus olhos marejarem. Quando ele me viu chorar fez um sorriso triste.

_ Aqui temos o fugitivo Tyler Silver. Queremos nossa recompensa.- Isaac disse com desejo na voz.

_ Meu Deus. Coloquem ele na cela.- dois policiais vieram até eles e levaram Tyler- Muito obrigado. Tomem o vosso cheque.

Os homens saíram rindo de lá. Eu fui até à cela. O policial ficou falando no celular.

_ Desculpa Ty. Eu que disse pra você fugir. A culpa é toda minha.- enterrei os rosto em minhas mãos e ele me olhou sorrindo, mas dessa vez confiante.

_ Não se preocupe. Eu não vou ser preso. Bem... Eu já tô, mas não mais. Cansei. Esse ano pode ter sido tranquilo mas te ver todos os dias e não poder te beijar me deixa louco.

Ele tirou um comprimido do bolso e eu o olhei sem palavras. Era droga. Ele ia se matar. Por mim.

_ Mas... Você acha que... Não tem outra saída?- eu perguntei entre soluços.

_ Meus pais vão fazer de tudo para eu ser preso e depois minha vida vai ser um inferno. Assim eu posso ser feliz, ao seu lado. Arranjei isso ontem. Desculpa mas eu ia me matar hoje mesmo. Enquanto você dormia.

Eu não acredito nisto. Ele se ia matar. Mesmo sem ser preso ele se ia matar.

_ Porquê?- eu perguntei. Pergunta estúpida à qual ele já tinha respondido.

_ Porque te amo.- ele disse.

Ele pegou no medicamento e o colocou na boca.

_ Te vejo lá em cima.- ele disse antes de cair para o lado.

Eu sorri. Eu estava sorrindo muito. Eu o ia poder tocar, abraçar, beijar... Já nos havia volta a trás.

Meu corpo se iluminou. Era como se mil estrelas estivessem brilhando sobre mim. Depois me transformei num pó. Fechei meus olhos e os abri pouco depois.

Já não estava mais no chão frio de pedra. Já não estava fechada. Estava numa sala toda branca onde uma mulher vestida de branco assinava um papel.

_ Bom dia, Thalia Campbell. Três anos na Terra. Nunca ninguém demorou tanto.- ela disse sem me olhar.

_ É, acho que sim.

_ Se você quiser já ir embora tem...

_ Eu espero Tyler.

Esperei, esperei, esperei. Aquela sala branca já me tava enjoando. Umas horas depois uma nuvem branca apareceu. Levantei a cabeça e sorri.

Lá estava ele. Tão lindo como sempre. Me levantei e fiquei ali, imóvel, o olhando. Ele também não se mexia. A mulher estava calada nos encarando.

E foi aí que eu corri. Me joguei no seus braços e ele me rodou no ar. Seu toque era suave. Suas mãos massias em minha cintura me faziam sentir segura.

Ele me pousou e eu me pus em pontas de pés e o beijei. Seu beijo era calmo e feroz, suave e áspero, mas acima de tudo tinha paixão, desejo. Paramos por falta de ar.

_ Casa número 11198. Tyler Silver.- a mulher disse entregando uma chave a ele.

_ Obrigado.- ele disse.

_ E você, orfanato número 45...

_ ORFANATO?- eu não podia acreditar.

_ Vice só tem 16 anos. Não pode viver sozinha.

_ Eu vivo com ele.- eu apontei para Tyler.

_ Ele aceita ser seu tutor?- Tyler assentiu.- Assine esta folha- ele assinou e ela me entregou uma chave também.

Saímos daquela sala e nos deparamos com um mundo incrível. Se via um lago lindo e várias árvores. Aquilo era como a Terra, só que mais perfeito ainda. Fomos até uma paragem de táxi ali perto.

Um carro com todas as cores apareceu do nada. Entramos e o condutor sorriu para nós. O que nos dizíamos pra ele?

_ Qual é a casa?

_ 11198.

O carro avançou a alta velocidade. Eu não soltava a mão de Tyler. Paramos em frente a uma casa linda de três andares. Tinha um lindo jardim. Depois de ver tudo dentro da casa vimos a parte de trás também. Uma enorme piscina de águas cristalinas estava lá.

Aquele era sem dúvida um mundo incrível.

[...]

_ Vamos pra piscina?- Bianca perguntou a Rick.

_ A ver quem é o primeiro a saltar.

Eles correram e me molhada toda.

_ Tenham cuidados crianças. Não molhem a vossa mãe.- eu sorri para o dono da voz e o beijei.

_ Eles são uns traquinas.- eu disse a Tyler.

_ Eu sei.

Eu vou explicar. Neste mundo não se pode ter filhos, não se envelhece e não se morre. Mas eu tenho filhos. Claro. Conforme morrem adultos também morrem crianças. Nós adotamos uma garota de 10 anos (Bianca) e um garoto de 9 anos (Rick).

Nossa vida está incrível desde que chegamos aqui há 10 anos e espero que ela continue como está por muito mais tempo.

_ Eu te amo.- sussurrou Tyler em meu ouvido.

_ Eu também te amo.- disse o beijando.

FIM

Oi people. Eu sei que ficou um bocado bosta o meu livro mas azar. Só escrevi para passar o tempo mesmo.

Kiss.😘