Arlindo - O Guerreiro Renegado

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Arlindo caminhava tranquilamente pelas ruas apertadas da região norte da cidade. Estava tomando sua dose de sol matinal enquanto aproveitava e exercitava o belo corpo, o que o deixava revigorado e também fazia bem para sua pele impecável. Ele parou para observar seu reflexo no espelho que estava a venda na vitrine de uma loja quando ouviu uma voz familiar. Ele se virou e avistou Dorothy há alguns metros de si conversando com um sujeito mal encarado que gritou com ela, chamando-a de maluca, e saiu andando na direção oposta. 

O clérigo de Obad-Hai observou a jovem Leon e a admirou por alguns instantes. Ela carregava a espada no cinto e o escudo nas costas, estava usando os cabelos longos presos pela metade e seu traje de calça escura, botas até o joelho e a jaqueta fechada na cintura de cor avermelhada que vestia por cima da blusa clara destacavam as curvas de seu corpo. Ele ergueu as sobrancelhas finas, impressionado com a beleza da moça, e rapidamente passou a mão nos cabelos macios e bem cuidados jogando-os suavemente para trás. "É, estou lindo" confirmou olhando-se no espelho mais uma vez. Ele então estralou o pescoço e foi em direção a bela garota que conhecera no dia anterior.

— Bom dia! – disse ele se juntando a ela com um sorriso amigável no rosto.

— Arlindo? – Ela se virou levemente surpresa – Bom dia.Você está bem? – perguntou com um sorriso um pouco forçado. 

— Eu estou ótimo! –  afirmou ele sorrindo com os dentes alinhados e brilhantes  – Mas não parece que posso dizer o mesmo de você – comentou o clérigo. – Aconteceu alguma coisa?

— Ah... Não é nada – ela respondeu olhando para o homem que agora já estava longe dos dois.

— Hum... – Ele comprimiu os olhos desconfiado.  – Tem certeza? 

—  Eu apenas estou um tanto preocupada –  respondeu colocando atrás da orelha uma das mechas onduladas que caiam ao lado do rosto.

— Com aquele seu amigo? – perguntou olhando para o sujeito que ia se afastando, tentando descobrir quem era.

— Não – Ela negou com a cabeça – Nem conheço aquele homem direito. Estou preocupada com Steve. 

—  Ah... Achei que tinha um caso com ele e haviam brigado – Olhou para o lado e para baixo.

— O que? Não! – ela negou desgostosa da ideia. Arlindo sorriu. – Eu falei com aquele senhor apenas para saber se ele estava interessado em ir para Thorrun comigo ou se conhecia alguém disposto  – explicou.

— Está indo pra lá? – ele ergueu uma das sobrancelhas.

— Estou tentando. – Ajeitou a barra da jaqueta para baixo – Ontem eu conversei com o rei Hammel e ele me disse que Steve havia ido para Thorrun em missão. Eu pedi para que ele me permitisse ir atrás do meu tio e ele deixou, mas preciso arranjar uma equipe depressa, pois seria muito perigoso ir sem nenhuma ajuda extra para o reino ao norte.

— De fato – concordou o clérigo passando a mão no queixo fino – Mas muito curioso seu tio ter ido para Thorrun.

— Por que diz isso? – ela perguntou entornando levemente a cabeça para o lado. 

— Bom, primeiro que não há nada naquele lugar. Acredito que ninguém more lá para o seu tio ter ido salvar ou qualquer coisa do tipo... Segundo que poucos meses depois dele ter partido, aconteceu o incidente na taverna que investigamos. Claro que é um palpite que a carroça tenha vindo de Thorrun, mas ainda assim, por ela ter batido na taverna, chamou atenção de varias pessoas pro reino do norte, que acabaram viajando pra lá...

— Está dizendo que há uma conexão entre as duas coisas? – Ela franziu o cenho.

— Não sei, mas que é curioso, isso é...  – Olhou para movimentação das pessoas passando ao lado dos dois.

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