• Dream or nightmare? •

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Quando Castiel virou-se na cama, sentiu o veludo sob as mãos e o toque suave de algodão egípcio contra o rosto. Enquanto mexia a cabeça de um lado para o outro no suave travesseiro, percebeu o martelar nas têmporas e a leve náusea tomar-lhe conta do estômago.

Que sonho estranho... a senhorita Mary e aquele mordomo. O chá. O carrinho. O elevador. Deus! Doía-lhe a cabeça, mas de onde vinha aquele maravilhoso aroma? Odores densos e sombrios... como uma agradável colônia masculina, uma colônia que ele nunca sentira antes. Enquanto inspirava profundamente, seu corpo esquentou-se em resposta e a palma da mão percorreu a superfície do edredom de veludo. Parecia pele... Espere um momento. Ele não tinha veludo em sua cama.

Abriu os olhos e mirou fixamente uma vela que estava sobre um criado mudo que não era o seu. O pânico rugiu em seu peito, mas a letargia dominava seu corpo. Lutou para levantar a cabeça e, quando finalmente conseguiu, sua visão mostrou-se incerta. Não que isso realmente tivesse alguma importância. Castiel não conseguia ver nada além da luz que se derramava sobre a cama.

Uma vasta e espessa escuridão rodeava-o.

Ouviu um misterioso som. Metal contra metal. Movia-se ao seu redor.

Aproximava-se dele.

Olhou em direção ao ruído, abriu a boca. Um grito formou-se em sua mente, mas não conseguiu se desprender do fundo da garganta. Havia uma enorme silhueta negra parada ao pé da cama. Um enorme...homem.

O terror fez com que o suor o banhasse e o disparo de adrenalina iluminou lhe a mente. Castiel esticou-se em busca de algo que pudesse usar como arma. A vela, com seu pesado candelabro de prata, era a única coisa. Tentou alcançá-la, contudo, uma mão segurou-lhe os braços.

Inutilmente, tentou se proteger enrolando os pés no edredom de veludo, contraindo o corpo. Não fez diferença alguma. A mão que o segurava era como que feita de ferro. Não o machucava, todavia.

Uma voz atravessou a densa escuridão.

– Por favor... não vou te machucar.

As palavras foram ditas com um longo suspiro de tristeza e, durante um momento, Castiel parou de lutar. Quanta dor. Quanta solidão. Que bela voz masculina.

Acorde, Castiel!

Que diabos ele estava fazendo? Simpatizando com o cara que o estava imobilizando?

Tentou, com os dentes, alcançar o polegar da mão que o prendia, preparando-se para mordê-lo e soltar-se. Depois, usaria o joelho onde mais lhe doesse. Não teve chance. Com um suave impulso, seu corpo foi girado e seus braços foram cuidadosamente presos nas costas. Virou a cabeça para o lado de modo que pudesse respirar e tentar se libertar. O homem não o machucou. Não o tocou de forma inapropriada. Simplesmente o sustentou frouxamente enquanto ele lutava. E quando Castiel, por fim, ficou exausto, ele soltou-o imediatamente.

Ainda ofegante, ele ouviu o som de correntes sendo arrastadas na escuridão à sua esquerda. Quando seus pulmões pararam de bombear sangue subitamente, ele grunhiu:

– Você não pode me manter aqui.

Silêncio. Não se ouvia uma respiração sequer.

– Você precisa me deixar ir.

Onde diabos ele estava? Caramba... o sonho com Fletcher tinha sido real. Portanto, ele devia estar em algum lugar na propriedade dos Winchesters.

Devem estar à minha procura.

Aquilo era mentira. Era um fim de semana prolongado e a maioria dos advogados de seu escritório tinha levado o trabalho para suas casas de veraneio. Se ele não aparecesse no escritório, como tinha planejado fazer, ninguém sentiria sua falta. E, se seus colegas tentassem entrar em contato com ele, encontrariam a secretária eletrônica e provavelmente presumiriam que ele finalmente resolvera curtir um pouco a vida e aproveitara para descansar um pouco no Dia do Trabalho.

Heart of Blood [Destiel]Onde histórias criam vida. Descubra agora