• Touches & promises •

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Castiel despertou com o ruído da ducha. Empurrando-se para fora da cama, pôs os pés no chão e decidiu explorar um pouco o ambiente enquanto Dean estava ocupado.

Levantou a vela e caminhou na direção da escrivaninha. Ou pelo menos na direção de onde acreditava estar o maldito móvel. Sua canela foi a primeira a encontrá-lo, esbarrando contra um pé de madeira maciça. Praguejando, Castiel inclinou-se e esfregou o que sem dúvida se transformaria em uma enorme mancha roxa. Malditas velas!

Avançando com mais cuidado, seguiu em busca da cadeira em que Dean se sentara e baixou a luz quase completamente imprestável para ver no que ele estivera trabalhando.

— Santo Deus... – sussurrou.

Era um retrato dele. Um assombroso, preciso e sensual retrato dele olhando diretamente para fora da página. Mas Dean nunca o tinha visto. Como sabia...

— Por favor, afasta-te disso. – disse Dean do banheiro.

— É bonito. – ele inclinou-se mais sobre a mesa e observou uma grande quantidade de diferentes desenhos, todos contemporâneos. O que o surpreendeu. – Todos eles são bonitos. – completou.

Havia bosques e flores distorcidos. Vistas panorâmicas da casa e dos jardins dos Winchesters, todas surreais. Representações dos quartos da mansão, todas elas um pouco livres em seu estilo, mas de igual forma visualmente belas. O fato de ele ser modernista o surpreendeu, dada sua formalidade ao falar e seus modos... arcaicos.

Estremecendo, Castiel voltou a olhar seu desenho. Era um retrato clássico. De um realismo clássico. As outras obras de Dean não tinham um estilo, na verdade. As representações eram distorcidas porque ele não via o que estava desenhando há mais de cinquenta anos. Fazia tudo recorrendo unicamente a uma memória que não era renovada há décadas.

Castiel levantou seu retrato. Fora executado com amor e cuidado. Uma homenagem a ele.

— Gostaria que não olhasses nada disso. – Dean disse novamente, agora ao ouvido dele.

Castiel ofegou e virou-se com agilidade. Quando seu coração se acalmou, um pensamento surgiu em sua mente: Inferno! Como ele cheira bem.

— Por que não quer que eu os veja?

— São pessoais.

Houve uma pausa enquanto algo lhe ocorrera.

— Você desenhou as outras pessoas?

— Deverias voltar para a cama.

— Desenhou? – insistiu.

— Não.

Aquilo, de qualquer forma, era um alívio. Por razões que Castiel não sabia como (ou não queria saber como) precisar.

— Por que não?

— Elas não... não me eram agradáveis aos olhos.

Sem pensar, Castiel perguntou:

— Esteve com alguma delas? Teve relações sexuais com elas?

Dean tinha deixado a ducha aberta e o som de água correndo e chocando-se contra o mármore quebrava o silêncio.

— Responda. – insistiu Castiel.

— Não.

— Você disse que não teria relações sexuais comigo. É porque não... é por que não pode se relacionar com humanos?

— É uma questão de honra. – Dean respondeu baixo.

— Então os vampiros... fazem sexo? Quer dizer, eles... vocês... podem fazer, não podem? – certo, por que diabos ele estava levantando esse assunto? Cale essa maldita boca, Castiel...

Heart of Blood [Destiel]Onde histórias criam vida. Descubra agora