• Fear & pleasure •

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Conforme o som da batida de uma porta de metal ricocheteou nas paredes de pedra, um flutuante aroma de bacon invadiu o quarto.

Dean pareceu indeciso.

– Mais tarde. – disse Castiel.

– Tu precisas comer.

– Mais tarde. – repetiu.

– Não, agora. Eu... tenho muita fome. De ti. Voltarei quando tiveres terminado. – dizendo isso, Dean foi procurar a bandeja que tinha sido deixada na cesta de pão junto à porta. Colocou a comida na cama e logo desapareceu na escuridão.

Quando o som das correntes cessou, Castiel envolveu-se no roupão de cetim. Era difícil conceber que podia sentir-se frustrado depois do alívio que ele acabara de lhe proporcionar. Mas sentia-se. Queria-o novamente dentro dele.

Santo Deus!

Levantou a tampa, olhou a comida e ficou congelado.

– Isso é o almoço.

O bacon estava dentro da quiche e havia uma taça de vinho acompanhando um bolo de frutas.

– Tu estavas dormindo na hora do café da manhã e eu não queria que comesses comida fria.

Jesus! Só restava um dia e meio. Em circunstâncias normais isso seria motivo de celebração, já que ele sairia dali vivo para depois voltar e buscá-lo. Mas o fato de ter de deixá-lo, embora fosse retornar para libertá-lo, deixava-o ansioso como o inferno.

– Dean, vou tirá-lo daqui. – quando não obteve resposta, Castiel desceu da cama com a urgência banhado em medo do futuro. – Está me escutando?

Começou a caminhar em direção ao canto escuro.

– Pare. – Dean ordenou-lhe.

– Não. – ele pegou o candelabro com a vela que oscilava sobre o criado mudo e ergueu-o em sua frente enquanto avançava em linha reta pelo quarto.

– Não te aproximes mais...

Quando a luz penetrou a escuridão do canto, Cas ofegou. Quatro trechos de correntes com algemas em suas extremidades pendiam da parede. Dois deles estavam a aproximadamente um metro e meio de altura e os outros dois rentes ao chão.

– O que é isso? – ele rugiu. – Dean... o que fazem com você aqui embaixo?

– Aqui é onde devo ficar quando limpam meus aposentos. Ou quando trazem e levam meus visitantes. Devo acorrentar-me e, depois que adormeço, Fletcher me liberta.

– Ele droga você? – perguntou espantado, embora não duvidasse que o mordomo fosse capaz de tal infâmia. – Alguma vez você já tentou fugir?

– Basta. Agora, coma.

– Para o inferno a maldita comida. Responda-me. – o desespero que lhe oprimia o peito imprimia-lhe na voz uma acidez aguda. Cas não podia tolerar a ideia de que Dean sofresse. – Já tentou fugir?

– Isso foi há muito tempo. E uma vez apenas. Nunca mais.

– Por quê?

Dean distanciou-se dele. A corrente presa ao tornozelo agitou-se no chão de pedra.

– Por que, Dean?

– Castigaram-me. – respondeu.

Santo Deus.

– Como?

– Tentaram tirar-me algo. No final, eu me impus, mas alguém saiu ferido. Portanto, nunca mais protestei. Agora, coma. Logo precisarei novamente de ti. – ele sentou-se diante de seus desenhos, pegou um lápis e voltou a rabiscar.

Heart of Blood [Destiel]Onde histórias criam vida. Descubra agora