Ainda estava escuro quando a tropa saiu dos domínios de Albardennol, a cidade silenciosa distanciava-se a cada passo que eles seguiam. Muitos soldados não queriam estar ali, gostariam de estarem no calor de casa, enrolados em seus cobertores, junto com suas famílias. Eles sabiam que a ida até um vilarejo distante significava que não voltariam mais para casa, de agora em diante, as vilas seriam suas novas casas.
Mardok e Amanda estavam na carruagem, acompanhados de dois empregados que o rei designará para servi-los durante a estadia em Aldrich. A viagem até lá demoraria três meses, vinte dias seria para passarem pelas vilas do norte, onde alguns dos soldados desembarcariam, depois seguiriam o caminho para seu novo lar.
- Não gostei de termos que nos mudar para Aldrich.
- Não é uma mudança definitiva Amanda, já lhe expliquei, o rei nos pediu diretamente para irmos até lá cuidar dos aldeões.
- Por que não o doutor Finn? Ele já está cansado de atender os habitantes de Nadroj e Albardennol.
- Ele pode até estar cansado de atender os pacientes da capital e da cidade, mas ele nunca iria para Aldrich, ele já morou lá um tempo, e não gostou da vila.
- E por que acha que nós gostaríamos?
- Amanda, foi uma ordem do rei, não discuta! – pediu ele – Eu sou médico, e há pessoas precisando de um médico lá, se todos pensarem como você está pensando, as pessoas lá irão morrer sem ajuda de ninguém. Queria ter ficado sozinha em Nadroj? Ficar na casa de Masha, agora que ela irá ter um filho? Ou queria que eu lhe enviasse para casa de nosso primo em Albardennol?
- Desculpe! Eu quero ficar perto de você. Só que esse ataque foi perto de Aldrich, eu tenho medo que ataquem aquele lugar.
- Você viu quantos soldados estão sendo mandados para lá? Mais os soldados que já vivem lá, e os rapazes que serão treinados, não há o que ter medo. Eu preciso de sua ajuda, não posso cuidar dos doentes preocupado com minha irmã na casa de estranhos ou sozinha na capital.
- Me perdoe, só estou apreensiva, tantos soldados assim, fiquei assustada.
- Eu também, mas prometo, nada acontecerá a você. – disse ele acalmando a irmã.
Após um dia inteiro de viagem, eles pararam um campo um pouco fechado e afastado da estrada, para que pudessem acampar e dormir. Nuth organizava a guarda, montando o revezamento dos soldados para protegerem a todos. Edan estava sentado à beira de uma das fogueiras, e conversava com Bartius e Mardok. Amanda estava na barraca tentando dormir, ela não gostava de dormir no chão, principalmente detestava estar no meio da floresta.
- Cansado da viagem Mardok?
- Nuth! Não o vi hoje o dia todo.
- Organizar todos esses soldados não é fácil – disse olhando em volta – Edan, coloquei cinco soldados para começarem o turno de guarda, eles estão rondando o acampamento, pode organizar mais cinco e trocar com eles daqui duas horas?
- Claro! Vou chamar os soldados e dormir um pouco. – respondeu saindo.
- Bartius!
- Claro capitão, vou organizar mais cinco soldados, e troco daqui quatro horas. Boa noite! – disse a todos saindo também.
- Cinquenta dias na estrada não é fácil, não é? – perguntou Mardok.
- Não! É horrível na verdade. Não gosto de viajar tanto tempo assim, ter que acampar todos os dias é terrível. Prefiro viajar com poucos soldados e seguir dois ou três dias direto, é mais rápido para chegar ao destino.