- Laios o que faz aqui? Deveria estar no conselho, o rei quer que conte aos anciãos da cidade tudo o que aconteceu.
- Estou esperando o senhor capitão. O que devo contar no conselho? Nunca participei de uma reunião antes. – Laios respondeu apreensivo.
- Diga tudo o que aconteceu, o que descobriu e ouviu, precisamos saber de tudo para decidirmos o que fazer. E não se espante com os anciãos eles gostam de fazer alvoroço, mas é o rei quem decide o que fazer. Mas eles precisam saber dos assuntos para opinarem. Você vai perceber logo. Vamos estão nos esperando. – disse o capitão entrando no salão.
- Capitão! É um prazer vê-lo. – disse um ancião
- Laios participará da reunião hoje? – perguntou outro senhor. O conselho era formado por trinta homens da cidade, responsáveis por levar até o rei assuntos que não conseguiam resolver com Simon. E em casos mais críticos todos se reuniam para ajudar o rei a decidir o melhor para a cidade.
- Sim, Laios nos traz informações valiosas e preocupantes – respondeu o general, fazendo sinal para que Laios se aproximasse dele e começasse a falar.
- O rei Solrac tem recrutado homens e rapazes dos vilarejos de seu reino – começou ele
- Todos os reis recrutam jovens para o exército Laios – falou um senhor de meia idade um pouco ranzinza
- Sim, nós sabemos disso Mikel, mas Solrac atacou um vilarejo há dias atrás – disse Fling com rispidez – continue Laios.
- O rei Solrac tem recrutado muitos jovens dos vilarejos de seus domínios, e há dias atrás atacou a vila de Oswin que pertencia ao reino de Reynul, os rapazes e homens que não foram mortos no ataque ou que não conseguiram fugir foram levados para o castelo de Grojik, ele tem tomado algumas aldeias e vilarejos pequenos que fazem divisa com seu reino. Algumas vezes fornecendo mantimentos, ajudando os aldeões, ou quando a vila recusa a ajuda, os soldados são enviados para tomá-las. Muitas vezes são pequenas terras, alguns camponeses mais afastados dos vilarejos que tem soldados cuidando dos aldeões. Ele tem conseguido o apoio de alguns homens de posses, que tem ajudado aos agrupamentos com estadia e comida para as viagens.
- Há muito tempo ouvimos que Solrac tem conquistado a confiança de alguns camponeses com certas posses, e assim aumentando o seu domínio. Mas atacar um vilarejo como Oswin, pode ser alguma retaliação ao rei Reynul, eles sempre brigaram pelas terras perto das montanhas que dividem nosso continente. – outro homem falou.
- Meu senhor, a aldeia de Oswin foi totalmente destruída, eles se recusaram a aceitar as ofertas do rei Solrac, foram fiéis a Reynul, os soldados que faziam a guarda da vila foram mortos sem piedade, eles mataram os idosos, e os homens que tentaram lutar junto aos soldados. Muitas famílias não conseguiram fugir, crianças se perderam dos pais, ou ficaram órfãos, poucos homens que se salvaram, separaram-se para não serem perseguidos, os demais foram todos levados para um campo em torno de Grojik, um camponês de Oswin que tentou salvar o filho, disse que ouviu de um dos soldados que Lord Arias deu um campo ao capitão do exército de Solrac para levarem os prisioneiros. E os homens que fugiram e foram capturados morreram como exemplo.
Quando Laios terminou de falar, todos olharam uns para os outros e depois de momento em silêncio começaram a falar ao mesmo tempo. Nuth e Fling olharam um para o outro:
- Silêncio! – pediu Simon – Estamos aqui para decidirmos o que fazer. O rei está enviando vinte soldados para Aldrich, vamos reforçar a guarda da aldeia, é a que fica mais próxima de Oswin.
-Excelente! Como o inverno se aproxima, teremos alguns meses para preparar o exército, e enviarmos mais homens para a vila – respondeu Delius, ele era um senhor, cabelos grisalhos, olhos escuros, a barba ainda era preta, mas já podia se ver fios brancos. Ele quase não se pronunciava nas reuniões e era de pouca conversa fora delas também, sempre ouvia mais do que falava.
