❂ sixteen ❂

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A porta se abriu de repente, assustando os garotos. Jisung ergueu-se rapidamente, era a sua mãe. Mark fez o mesmo, e curvou-se quando a viu.

A mulher estava chocada; como poderia ter outra reação ao ver o seu filho agarrado com um garoto? E Jisung estava visivelmente nervoso, aquele não era o horário de sua mãe chegar, normalmente era mais tarde.

— Omma, pensei que estivesse trabalhando... — Jisung deu alguns passos a frente e pegou a bolsa da mãe, indo guardá-la. A própria ainda estava paralisada, olhando para Mark.

— Está tudo bem? Quer um copo d'água? — Mark foi à cozinha e voltou com o copo cheio. A mãe de Jisung aceitou, e bebeu o líquido rapidamente.

— Mark, você... Pode calçar o seu tênis e ir para a casa? Está ficando tarde... — ela pediu, e dessa vez estava olhando para Jisung, cujo já estava encolhido no sofá.

— Sim. Tchau, Jisung. Tchau, senhora Park. Tenham uma boa noite. — disse, após calçar o tênis, e a mãe de Jisung foi acompanhá-lo até a porta. Quando a fechou, ela cruzou os braços e caminhou cuidadosamente até Jisung e parou em sua frente.

— Tudo bem, Omma? — perguntou o garotinho que estava ali, pois estava tão encolhido que era quase impossível reconhecer o adolescente Jisung.

— Não, Park Ji Sung. Eu queria te fazer uma pergunta. — falou, num tom alto e autoritário. Jisung conhecia bem aquilo e sabia que não prestaria no final.

— Sim, Omma. — concordou.

Park Ji Sung, seja sincero: você é gay? — largou a bomba e não correu, permaneceu em pé, estática e esperando a resposta do filho.

Jisung, por sua vez, ficou calado nos primeiros segundos. Mas a sua mãe olhou-o com aquele olhar, cujo matava-o por completo e o fazia soltar os seus mais profundos segredos. Mas ele nem sabia o que estava fazendo com Mark, para ser sincero. Foi muito rápido, e Chen Le tentava ajudá-lo.

— Não, eu não sou gay, Omma. — foi a sua resposta.

— Que comum um garoto hétero da sua idade estar agarrado com um outro garoto no sofá de casa. — foi sarcástica, fazendo os pêlos do corpo de Jisung se eriçarem, porque ele não gostava muito do seu sarcasmo.

Em geral, a mãe de Jisung é uma amor. Mas quando está brava, mostra o seu lado imponente. O garoto não gostava muito desse lado.

— Ji Sung, eu sou a sua mãe, eu devo saber o que meu filho está fazendo enquanto estou fora. — continuou.

— É que o Mark gosta de mim, então eu...

— Mark é gay? Você é gay? — ela o interrompeu, quase sem querer.

— Sim, ele é. Mas é por minha causa, por eu ser o Sol dele ou algo do tipo. Ele me ama. — contou. — E acho que sou gay, Omma. Eu gosto de Mark. No início, não desse jeito, mas depois que nós aproximamos mais... Eu gosto dele.

— Você gosta dele? — ela aproximou-se de Jisung e sentou-se ao seu lado.

— Sim, Omma. — o garoto abaixou a cabeça.

— Ji Sung você é virgem?

O garoto ergueu a cabeça e arregalou os olhos. Mexeu-se um pouco para o lado, como se tivesse visto algo horrendo e assustador. Aquilo era chocante.

— Por-por que está me perguntando isso? — gaguejou.

— Os vizinhos me contaram que vocês ficam se beijando em seu quarto e que às vezes caem na cama e fazem coisas sensuais. — contara sua mãe, num tom quase natural, como se aquilo fosse algo comum.

E os olhos de Jisung se arregalaram mais ainda e ele amaldiçoou os seus vizinhos fofoqueiros e exagerados. "Coisas sensuais?", era a pergunta da vez. Jisung não conseguia se lembrar dessas "coisas sensuais".

— Ainda sou virgem, sim, mãe. Não acho que deva desconfiar de mim...

— Desculpa, Jisung. Eu apenas quero o seu bem. E... Eu espero que não me ache uma pessoa má, mas eu preciso que se afaste de Mark.

O que ela fez foi afastar Jisung de si, fazendo o garoto ficar de pé e observá-la com injúria.

— O quê? Não pode fazer isso! Eu gosto de Mark, Omma, você sabe disso! — ergueu o tom de voz.

— Eu não quero que tenha esse tipo de relação com Lee Min Hyung, Park Ji Sung. Quero que foque nos estudos para poder entrar mas melhores universidades da Coréia! — ela também levantou-se. — Quero que você cresça, Ji Sung!

— Quer me trancar no quarto? Quer me obrigar a estudar?

— Quero que desista dessa besteira, Ji Sung. Vamos, é para o seu bem. Confie em mim e não me desobedeça.

Jisung suspirou e ficou calado por um tempo.

— Sim, Omma. — com um ar triste, curvou-se em questão de respeito e subiu as escadas até o seu quarto. Quando entrou no cômodo, despencou na cama e pegou o celular.

"Jisung — Mark, eu quero terminar."

Doeu ter escrito aquilo, mas não podia desrespeitar e desobedecer a sua mãe. Aquilo seria por enquanto, até ele poder convencê-la de que Mark e ele devem ficar juntos.

"Mark — Por quê?"

Ele bloqueou o celular, e o fez prometer que não responderia tão cedo àquela mensagem. Agarrou o seu travesseiro e desejou que fosse Mark no lugar, dormiu com o rosto úmido, e nem acreditou, quando acordou pela manhã, que havia chorado por um garoto.

Logo Jisung, cuja marca registrada é o seu magnífico sorriso.

Sun Boy ❂ MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora