Sun Boy ❂ Marksung

❂ eighteen ❂

Em casa, quando Jisung comia tristemente o seu Choco Pie, sua mãe chegara e lhe perguntara como foi o dia.

— Quer a mentira perfeita ou a triste verdade? — foi o que respondeu.

— Ji Sung....

— Tudo bem, você quer a mentira, então. Pois bem... Foi ótimo. Foi um dia maravilhoso. — usou do bom e velho sarcasmo.

Sua mãe sentou-se ao seu lado, e afagou-lhe a testa.

— Sinto muito, Ji Sung. Mas tem que ser assim...

— Não, não tem que ser assim. Você que quer que seja assim e eu simplesmente tenho que obedecer. Não sabe o que acontece aqui dentro, Omma. Não deveria sair por aí proibindo tudo. — a essa altura, já não conseguia segurar as lágrimas.

— Park Ji Sung! Assim você está me ofendendo! Sou a sua mãe e quero o seu bem!

— Daí vem a pergunta, Omma: será mesmo que você sabe qual é o meu "bem"?

Dito isso, se levantou junto com os seus Choco Pies e deixou a mãe sozinha no sofá, indo para o seu quarto e se trancando em seguida.

Irritado, decidiu ver algo útil na internet, como um filme ou algum anime. Precisava esquecer um pouco aquele seu problema, e talvez isso o fizesse esquecer um pouco Mark. Mas até os personagens estavam com o seu amor enquanto ele estava naquele quarto sozinho e frio.

Desistiu, enfim. Partiu para o Youtube para assistir algum vídeo idiota de comédia ou apenas se atualizar nas músicas pop. O seu início tinha um vídeo objetivo, porém. Havia a sua imagem beijando Mark, como foco, e seu título era "PARK JISUNG É GAY?!".

— O... Quê? — sussurrou para si mesmo, enquanto clicava no vídeo.

E realmente, gravaram tudo e postaram na internet, com legendas de comentários particularmente ridículos.

Jisung nunca foi de se abalar por críticas negativas sobre si, mas aquilo o pegou de um jeito que nunca antes sentira. E as lágrimas desciam, junto com a página para visualizar os comentários. Era um pior que o outro, e Jisung se perguntou o porquê de ter tanta visualização e mais ainda de comentários negativos.

"Imaginando aqui o que Mark e Jisung faziam quando iam 'estudar' depois da escola"

E ainda tinha a resposta: "Secsu"

"Tá explicado o porquê de andarem sempre juntos."

"Mas pessoal, já vimos algo similar no dia da corrida de Jisung!"

"PQP deveriam expulsá-los por isso"

"Eu já desconfiava"

"Bando de viadinhos pão com ovo"

"Tnc só tem viado nos dias de hoje"

"Jisung não era hétero, não era?"

"Que falta de respeito com a escola e os educadores! Se for pra fazer esse tipinho de coisa, que seja no seu quarto"

"Aí depois vão falar com os pais e ninguém sabe disso."

"Até os garotos dos dias de hoje estão virando puta"

E outras dezenas de comentários similares. E todos esses afetaram, de alguma forma, o pobre Jisung, que já estava num infinito choro infantil. E ele lia cada comentário com muito esforçou, já que tinha os olhos embaçados por conta das lágrimas.

E aquilo o fez ficar enfurecido, pois as pessoas não sabiam de nada. Já estava triste por não poder ficar com Mark, e agora estava lendo sobre o quanto as pessoas o odiavam. Ou talvez não seja algo particular, e sim pelo fato de gostar de garotos. Mas não qualquer garoto, ele gostava de Mark. E muito.

— PAREM COM ESSA MERDA AGORA! — gritou, mesmo sabendo que eles não ouviriam, e pegou o notebook, lançando-o pela janela fechada do seu quarto.

Sua cabeça explodia, e Jisung rastejou até a sua cama, pressionando a cabeça e chorando sem fim. Escutou as batidas irritadas de sua mãe na porta e as ignorou. Só lembrou de de vê-la cantando uma canção infantil de ninar enquanto fazia cafuné em seu cabelo, antes de dormir.