Aquelas palavras foram como um tiro. Meu coração ficou super acelerado, quase saindo pela boca. Pensei em como ele ficou sabendo que eu tinha ficado com Augusto. Caso fosse o mesmo que teria contado, eu precisava dar um fim nesse garoto, nessa história, ou até mesmo sumir. Mas respirei fundo e perguntei:
— O que você sabe, Gustavo?
— Sei da história do namorado de um tal de Augusto. Sei que ele veio te procurar. Eu estava na hora. – Disse Gustavo, com uma grande aflição perceptiva.
— Tá! Você pode me julgar da pior forma. Pode sair dizendo por ai que sou gay, que fiquei com esse menino e ainda por cima que sabia que ele namorava. Mas você não me conhece, completamente. Não sabe o que estou passando por causa dessa história. Sei que Bianca sabe dessa história e provavelmente pela sua boca, pois desde então, ela está me tratando super mal.
— Calma, Miguel. Eu não estou aqui pra te julgar. Eu estou aqui para te ajudar. Sei que você não é gay e Bianca também sabe disso. – Ele falou pondo os dedos na boca e tentando roer unhas que não tinha.
— Mas então por quê ela não falou comigo? Por quê não foram vocês dois que vieram me dizer? Seria melhor eu saber por um de vocês do que por Sophia – Falei um pouco inconformado – Uma menina que não tem tanta aproximação comigo, mas se colocou no meu lugar. Mesmo depois de dois dia.
— Eu sei, erramos. Mas eu tive dúvidas por aquela situação que você criou quando a gente se conheceu. Eu precisei contar para Bianca e conversar com ela antes, porque é a ela que devo minha amizade. – Ele falou exaltando um pouco a voz.
— Caralho, Gustavo. Eu sei que você é mais amigo dela, mas foi justo me deixar sendo visto como um "viado", servindo de graças para as pessoas? Foi cruel, cara. – Falei quase derramando lagrimas dos meus olhos.
— Desculpa, Miguel. Agora eu acredito em você. – Disse Gustavo
— E o pior, Gustavo. Bianca sabe que eu não sou gay, pois estou com ela. Mas ela preferiu virar as costas para mim.
— Não pensa nisso. Ela gosta muito de você. Ela só precisa de um tempo para digerir! Mas vem cá, o que deu na tua cabeça para se meter com esse tipo de gente? – Perguntou
— Ah, Gustavo. Desde que te conheci, pude perceber que não preciso me privar de conhecer pessoas de todos os estilos e gêneros. – Falei sentando em um meio fio da rua – E foi ele que conversou comigo e sem nenhuma segunda intenção. – Falei
— Ta bom, Miguel. Eu acredito em você. Agora vem cá e me dar um abraço...
"É isso mesmo que eu ouvi? Ele pediu um abraço para mim?" – Pensei...
Mas enfim, o puxei pela nuca e dei um forte abraço nele e, por trás, eu limpei as lagrimas que haviam caído em meu rosto. Eu fui surpreendido por atitudes e palavras maravilhosas. O melhor que veio de uma pessoa que eu menos esperava. Pelo menos, tudo aquilo tinha servido para alguma coisa. Porém, eu ainda estava errando em partes. O que todos achavam não tinha ocorrido no tempo em que imaginaram e sim, após toda a confusão. Eu realmente tinha feito a pior besteira da minha vida e o arrependimento mexia muito com minha cabeça.
Eu já estava em casa, ainda atordoado eu precisei em fumar maconha. Sentado na cadeira, em frente ao computador eu peguei o mato que estava dando da gaveta, o papel em seda, o isqueiro e comecei a preparar o cigarro. Logo acabei, então antes de acender, liguei o som em uma altura razoável, pois já se passavam das 22:00 horas. Ouvindo algumas músicas, não pude ouvir que o celular estava tocando. Quando mudei a música que durante esse intervalo ficou alguns segundos sem tocar, pude perceber que alguém estava a me ligar. O número era confidencial, ao atender, pude perceber que era Bianca mais uma vez, chorando.
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Três em um
RomanceMiguel, Bianca e Gustavo. Três jovens com valores e personalidades diferentes que se conhecem em uma ocasião inusitada. A forma como os três jovens vão se tornar amigos, faz com que desperte sentimentos turbulentos, onde irá sair totalmente do contr...