Capitulo VII Caminhos Confusos

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     Durante todo o trajeto passamos por muitos locais terríveis e que colocaria medo em qualquer pessoa que não fosse acostumada a lidar com tudo isso, Carla e eu continuamos a frente do grupo. A mata em si era grande e os sons que vinham dela confundia e muito qualquer um que passasse por ali, vi muitos animais diferentes ali e alguns até que nunca vi, andamos por horas e parecia que estávamos andando em círculos, Carla parou e fez sinal para que fizéssemos acampamento para podermos dormir tranquilamente ali. Gilda me ajudou com a fogueira e com as barracas, foi algo bem demorado. Conversamos animados, jantamos e fomos dormir, ao amanhecer acordei com um som esquisito, decidi chamar Oliver para ir comigo ver de onde vinha o som, chegamos a beira de um rio.

– O que é isso? Parece ser algo bem grande! – disse curioso

– É um grifo! Não faça movimentos bruscos, ele é feroz! – disse-me baixinho

– O que?! – olhei para o animal que estava comendo uma carcaça

– Grifos nem sempre são bonzinhos, alguns são bem cruéis – abaixou-se

– Como vamos voltar agora?

– Não podemos! Temos que esperar e pegar aquelas frutas! – apontou para um pequeno grupo de arbustos próximos ao grifo

– Vamos ter que distrair o animal então!

     Comecei a pensar numa maneira de distrair o animal, mas quando fomos levantar acabamos fazendo muito barulho e ele notou que estávamos ali, o grifo veio ferozmente para a minha direção, Oliver correu para perto dos arbustos para pegar as frutas que estavam lá. Procurei algo para me ajudar com o grifo (não sei como pude cometer esse descuido de deixar o fuzil pra trás), contornei o rio e me escondi em cima da arvore, ele era um animal muito alto e parecia ser forte. Deu para ver onde Oliver estava e ele estava terminando de pegar as frutas, Oliver foi para outra direção e seguiu o curso do rio. Esperei por um longo tempo até que o grifo se cansasse de tentar me devorar para sair dali, desci a arvore velozmente e fui para o acampamento, quando cheguei lá o Oliver já tinha chegado e todos estavam tomando o café da manha e se preparando para desmontar as barracas e partirmos para a estrada novamente. Seguimos o curso do rio que foi ficando cada vez mais caudaloso e com muitas ondas, até pensei em pescar no rio, mas na hora que me aproximei do rio Gilda colocou a mão em meu ombro direito.

– Pessoal e si. . . – disse olhando para o rio

– Nem pense nisso! Não há só peixes nessa água e nem todos da para comer – disse Gilda

– Nossa! – olhei surpreso para a água

– Há muitas criaturas que ficam escondidas perto do rio esperando uma oportunidade para devorar alguma coisa, seja animal ou pessoa – disse-me apontando para algumas rochas no rio – Esta vendo aquelas rochas ali?! É o pior lugar para você ficar preso!

– Você já veio muitas vezes para cá?!

– Não! Eu conheço a fauna e a flora do Limbo e sei que mesmo em ambientes diferentes tem alguns animais que tem os mesmos costumes que outros e assim sucessivamente, alem de que existe uma força maligna poderosa que rege essa mata toda

– Mas podemos ver ela?!

– Não sei! Pelo menos eu nunca a vi e nem quero ver

     Continuamos a caminhar mais, tudo parecia tranqüilo até que a mata ficou no mais puro e aterrador silencio, pouco depois vimos muitas arvores serem derrubadas a nossa frente, Carla gritou para que corrêssemos e nos separássemos para despistar a criatura que estava nos seguindo (como fugir de algo que não se pode ver? É impossível) corremos feito loucos pela mata, me embrenhei nas partes mais densas, mas a criatura parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, tentei me esconder dentro de uma gruta, fiquei em silencio e vi passar na entrada da gruta uma sombra enorme, tentei ver o que era, mas nada vi, repentinamente perto da entrada da gruta vi dois olhos brilhantes e a sombra formou uma silhueta, era uma criatura disforme, ela tentou me agarrar, desviei e atirei contra ela, mas nada aconteceu, acabei conseguindo escapar ao ela me encurralar contra a parede da gruta, passei por baixo da criatura, fui para a mata. A mata era muito fechada, quase não entrava sol, passei diante de muitos cipós e arbustos espinhentos, mas não parei um segundo se quer e a criatura veio flutuando velozmente em minha direção.

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