IV

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Sempre que a fala estiver em negrito, é porque é a consciência delas falando, entenderam? Votem e comentem, amo vocês! Boa leitura!


Lauren Point Of View

Derramei o Whisky Macallan N• 6 em meu copo curto e com fundo grosso, deixando a garrafa sobre a mesa de vidro temperado. Caminhei até o piano, sentando-me no banco do mesmo. Após provar do líquido quente, deixei-o sobre a estrutura do instrumento, e olhei para partitura, vendo que era Debussy - Clair de Lune, minha favorita. Debussy levou 15 anos para completar esta composição, e digo que o resultado foi maravilhoso, pois aquilo era a unica coisa que tocava um pouco meu coração. Tocar era como meu refúgio para os problemas que tanto me rodeiam, eu diria que nunca consegui encontrar a verdadeira paz, e acho que estou começando a acreditar que ela é uma utopia para mim. Minha cabeça se tornou mais confusa do que o normal depois de ter lindos olhos castanhos desafiando os meus. Alonguei os dedos, posicionando sobre as teclas das primeiras notas que estavam perfeitamente alinhadas na partitura. Então, comecei a tocar a música, era uma melodia lenta, nem tão melancólica e nem tão alegre, era algo do meu agrado. Era a minha calmaria se aproximando, e eu fechei os olhos, a fim de aproveita-la. Por mais de três segundos eu consegui não pensar em mais nada, é uma pena que a minha concentração acabou falhando antes mesmo da canção ser finalizada. Ultimamente eu nem tenho conseguido fazer algo sem que minha mente voasse para o dia em que Camila Cabello veio à mim, e quase transamos em minha mesa. Foi algo inaceitável, algo inaceitável que eu gostei. Eu preciso encontrá-la, eu preciso vê-la outra vez, mesmo que seja para discutir e entrar em guerra. Foi aí que uma lâmpada acendeu sobre minha cabeça, papai havia me mandado uma cópia do e-mail de demissão da Cabello e segundo dados, ela iria amanhã , dia 24, buscar suas verbas rescisórias. Eu poderia ir para o The New York Times e vê-la. É, é isso mesmo que eu farei. Levantei do banco, pegando meu copo com Whisky, colquei a mão vaga no bolso do meu Robe de Seda, na cor vinho, e caminhei até as paredes de vidro, vendo Nova Iorque inteira, toda aos meus pés. Um sorriso surgiu em meu rosto, ao pensar na forma em que eu controlo tudo isso, mesmo que indiretamente. O controle era meu modo de felicidade.

* * *

Peguei minha bolsa e levantei da grande poltrona que fica em minha sala, caminhei até a porta e puxei a maçaneta, saindo dali. Peguei o elevador e caminhei pelo estacionamento subterrâneo, onde James já me esperava. Ele abriu a porta do veículo e então, eu pude entrar, em seguida, coloquei o cinto de segurança. Em questão de segundos o carro já se encontrava em movimento, e eu apreensiva com o fato de estar indo ao encontro do meu inferno. Camila Cabello. Teria sido uma boa decisão ir até ela? De qualquer forma, eu fui a responsável pela sua demissão e eu a entregaria suas verbas rescisórias. Exatos vinte e dois minutos e quarenta e três segundos foram o bastante para o carro chegar e parar em meu destino. James abriu a porta para mim e eu sorri agradecida, saindo do veículo.

—Devo esperar a senhora aqui ou irei logo resolver os problemas que me pediu? — Questionou, fitando-me.

—Você pode ir, qualquer coisa eu ligo, tudo bem James?

—Sim, senhora. Com licença — falou, retirando-se.

Olhei em volta, passando a caminhar até passar pelas grandes portas do The New York Times. Metade desse local é todo meu, era bom, mas não era o suficiente para me agradar. Entrei no elevador, sendo seguida por um homem e ao fitá-lo de soslaio, eu soube de quem se tratava, era Shawn Mendes, namorado de Camila Cabello. Um rapaz sortudo. Cale a boca consciência!

—Bom dia, Senhora Jauregui — falou ele.

—Bom dia — murmurei em resposta.

—A senhora vai para o último andar, não é? — Questionou, fitando-me, e eu assenti.

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