II

931 67 18
                                    

Demorei, não é? Eu sei, mas eu estava ocupada demais. Ainda pensando sobre, o que vocês acham Lauren g!p ou não? Preciso da opinião de vocês. Boa leitura. 



Lauren Point Of View

Saí do carro, fechando a porta do veículo com certa brutalidade, assustando James, que apenas deu um passo para trás. Peguei a saída do estacionamento subterrâneo e em seguida, entrei no elevador, continuava a ser seguida por meu contratado. James está comigo desde que deixou o exército e confesso que ele era o único em quem eu talvez pudesse confiar. Quando chegamos ao último andar, ou seja, a cobertura, eu pude suspirar em alívio, saindo da caixa metálica, enquanto retirava os saltos, que já estavam me causando dores. Caminhei pela enorme sala, sentei-me no sofá e cruzei as pernas, passando a mão pelo cabelo revolto. O pior de tudo nesta noite foi aquela mulher, aquela mulher que fez-me sentir estranhamente diferente, que me causou uma revolução interior, trazendo-me a raiva como resposta para aquele olhar intenso que ela ousara me dirigir. Me sinto violada, como uma verdadeira submissa, dependi daquele olhar por longos segundos, e não era para ser assim. Eu quem deveria ter vencido aquela batalha, eu quem deveria ter causado as sensações que ela me causou. Me sinto perdida, confusa com esse sentimento estranho que ela me fizera experimentar há horas atrás.

—Desculpe, mas a senhora parece irritada — concluiu ele, em um tom de cautela.

—Sim, bastante. Você sabe como eu odeio festas e odiei mais essa em especial — falei, levantando-me.

—Eu devo perguntar o porquê? — Questionou, atraindo meu olhar.

Talvez minutos tenham se passado nesse período de tempo em que o observei. Não confie nas pessoas, dizia minha consciência. Ela tinha a merda da razão, eu não deveria dar tanta confiança para ele, mesmo eu sabendo que é só com ele que eu sempre contei. Olhos castanhos invadiram minha mente, causando um arrepio na espinha, isso me fez oscilar a cabeça, a fim de espantar aquela imagem de meus pensamentos. Aquela mulher era perturbadora.

—Não é apropriado — falei, piscando os olhos algumas vezes. —Pode se retirar James, preciso de privacidade. 

—Oh sim. Desculpe, senhora. Irei para o meu quarto. — Ele colocou as mãos atrás do corpo. —Com licença — disse, e eu assenti, então ele virou-se, passando a caminhar em direção ao seu quarto.

Caminhei até a cozinha e abri a adega, retirando de lá uma garrafa de Sutter Home, esse não era meu preferido, mas era o mais agradável vinho que eu tinha no momento. Deixei a botelha sobre o balcão e estiquei-me, pegando uma taça, despejei o líquido rosa blush ali, vendo as bolhas se manifestarem aos poucos. Peguei a taça em mãos, passando a caminhar até os painéis de vidro blindado, tendo a vista de toda Nova Iorque aos meus pés. Era bom ter aquela sensação de controle, que me trazia de volta a paz que eu tanto almejo. Eu podia ver todos, mas ninguém podia me ver, era como um paradoxo, pois a parede era de vidro e ambos os lados deveriam ser transparentes. Que pensamento idiota. Levei a taça até os lábios, inclinando-a e bebendo o pouco do Sutter Home. Divino.

—Aqueles olhos... — murmurei perdida.

Parece que ela não sairia tão cedo de meus pensamentos, me sentira tão raivosa por isso. Fui direto para o meu quarto, pisando forte ao passar pelos cômodos. Tranquei-me, já sabendo que eu deveria me controlar, que eu deveria não pensar nela. Joguei a taça ao chão, causando um barulho alto, o qual ignorei. Levei as mãos a cabeça, fechando os olhos com força. Controle-se, Jauregui. Sentei-me em minha cama, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.

—Droga de garota! — Exclamei, sentindo a adrenalina ser derramada por meu sangue.

Em um impulso, levantei, derrubando tudo que estava sobre cômoda, e em seguida, derrubando-a também. Odiava perder o controle, odiava quando alguém desafiara da forma com ela me desafiou. Minha respiração estava descontrolada, e eu só precisava quebrar tudo que havia ali para contê-la, porém a voz do Doutor Flyn me veio a mente, e ele se encontrava agora ao lado de minha consciência, alertando-me das consequências de tal ato.

ControlOnde histórias criam vida. Descubra agora