Control

VIII

Roupas de ambas para o encontro acima.

Lauren Point Of View

O celular tocava insistentemente em meu bolso, e eu estava disposta a ignorar, mas ao que parece a pessoa que quer falar comigo é muito insistente. Bufei, retirando o aparelho do bolso e olhando de quem se tratava a chamada. O que esta maluca quer comigo? Atendi ao telefone, temendo o que viria a seguir.

—Hey Laur. — Seu grito quase me ensurdeceu.

—Bom dia, Hamilton — respondi-a, respirando fundo.

—Sempre formal, não é mesmo? — Sua risada ecoou.

Normani Hamilton, ou Normani Kordei como prefere ser chamada. Dividimos um quarto em Yale e concluímos o curso de administração juntas, nunca pensei que ela me procuraria, afinal perdemos contato após a formação, e eu só vi algumas vezes em eventos importantes, trocamos nossos números e só. Ela foi para Londres e eu voltei para Miami, me mudando em seguida para Nova Iorque. Não eramos amigas inseparáveis, eramos apenas boas companheiras que gostavam de ouvir as molestas uma da outra.   

—Com licença, Senhora — disse a Ashley ao entrar —O governador está a sua procura.

—Me dê um minuto, Hamilton — pedi, afastando o telefone da orelha —Peça para ele esperar, e já eu o atenderei. — Ela assentiu, se retirando. Voltei ao telefone —O que quer? Negócios?

—Saudades...

—Conte-me outra desculpa mais convincente  — murmurei, soltando uma risada nasal —Como vão os negócios? Soube que você cresceu muito no meio de roupas e acessórios.

—Os negócios vão bem, e sim, a marca Kordei ganhou muito espaço no mercado de roupas nos últimos tempos.

—Interessante.

—Mas enfim, não quero falar sobre o trabalho. Vim te avisar que estou de férias e estou viajando para New York amanhã mesmo...

—E qual é minha relação com essa notícia? — Questionei, erguendo uma sobrancelha.

—Qual é? Porra, Jauregui! Somos amigas, onde está sua consideração?

Eu não tenho consideração nem pela minha família... Só pela Camila. Cale a boca, consciência.

—Não vou ordenar, porque sei que você é uma maniaca louca por controle e se eu fizesse isso você pegaria um ódio mortal por mim.

—Você me ligou apenas para me xingar? E eu não sou uma maniaca louca por controle!

—Não, amiga. Desculpa aí. Sabe que eu te amo, não é? Então, você pode, por favor, ir me buscar no aeroporto hoje às vinte horas da noite?

Chantagista barata!

—Hoje?  — Eu já tinha planos para hoje, e os mesmos incluíam Camila.

—Sim, não pode? Porque como a maravilhosa amiga que você é deveria vir me buscar, meu voo sai já já.

—Eu tenho um compromisso — limitei-me a falar.

—Desmarque ué.

—Não posso, é importante — respondi.

—O que é mais importante do que a sua amiga aqui?

—Não é da sua conta...

—Qual o nome dela? É bonita? — Ela me conhecia e sabia que eu sempre ficava nervosa quando o assunto era mulher.