Aos quatorze anos, Hayden não consegui desencantar da sua mente um aniversário de que tivesse gostado. Apesar disso, ele ficava empolgado, o que só o fazia sentir-se tolo ao fim do dia.
De que é que estava à espera, afinal? Que o Peter Pan descesse do céu numa casca de banana voadora e dançasse a ragatanga para ele com um chapéu feito de maçãs verdes?
Ele acabava por sentir-se sempre totalmente sempre imensamente idiota. Ainda assim, no seu aniversário de quinze anos, ele ficou empolgado. Não tanto como o ficara para o de Dilany, que devido às mudanças de cidade estava tão longe como Elsa, que se tornara uma cicatriz discreta no seu passado. Como já recebera o direito à internet de volta, Naivée foi a primeira pessoa a desejar-lhe um feliz aniversário. Já não como sua namorada, porque achou que não podia suportar os pais do rapaz... Ele entendeu... Afinal, os recursos eram limitados quanto à conquista romântica da rapariga africana. Agora, eram apenas amigos de ballet.
Além dos seus pais, não houve mais ninguém a lembrar-se. Nem mesmo Dilany se dirigiu a ele... Hayden sentiu-se o maior dos idiotas ao ler as mensagens de feliz aniversário que ele mesmo enviara à outra no seu aniversário, seis dias antes.
Estando então sozinho, acabou por fazer algo que os seus pais queriam fazer para aquele aniversário.
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Adultos
Short StoryEstes são os contos sobre a sociedade a degradar-se aos olhos de uma criança. #652