Regras

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Capítulo 19 - Calleb Vatore
Recentemente, veio na minha casa uma moça chamada Siobhan. Ela praticamente implorou para que eu a transformasse em vampira. Eu acabei não fazendo a sua vontade. Como sou vampiro, um dos poderes que tenho é a capacidade de ler as pessoas. E  eu li a Siobhan e descobri que ela é extremamente ambiciosa. Até onde ela será capaz de chegar com essa ambição? Se ela fosse uma vampira, causaria muitos problemas. Já não basta o Vladius.
Vladius foi o primeiro vampiro a morar em Forgotten Hallow. Ele meio que fundou a cidade em que vivo. Mas diferente de mim e da minha irmã Lilith, ele não se importa em beber de humanos, machucar humanos ou até mesmo matar humanos se ele considerar necessário. Vladius é a maldade em vampiro, e é capaz de levar qualquer um ao mal caminho.
A vida em Forgotten Hallow é extremamente chata. O que adianta ser imortal quando se está condenado a viver pra sempre em lugar mórbido e entediante?
O meu maior sonho é fugir pra bem longe daqui. Todos pensam que ser vampiro é tão legal. Mas não é legal ter que passar o dia todo protegido dentro de casa e só poder sair à noite, quando muitos estão dormindo. Não é legal ter que viver em um lugar onde as noites são mais longas e a vida mais monótona. Não é legal tentar fazer amigos, mas ao se aproximar de alguém, reparar que a pessoa está com medo, e é VOCÊ que causa esse medo.
Eu quero viver a vida e aproveitar o máximo, até que a morte chegue, o que pra mim não vai acontecer a menos que eu fique muito no sol. Eu quero explorar o mundo, conhecer novas pessoas, descobrir novas culturas. Eu quero é sair de Forgotten Hallow e não voltar nunca mais.

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Capítulo 19 - Sofia Bejerseen
Eu não acredito! Luna contou pra Deus e o mundo sobre o nosso namoro. Eu amo Luna, mas um grande defeito dela é esse. Quando ela fica muito feliz ou orgulhosa, acaba meio que mostrando isso as pessoas, e acaba também falando o que não deve. Ela definitivamente não sabe esconder nada de ninguém. Às vezes isso até chega a ser infantil. Mas nós nos amamos e o nosso amor é uma coisa que uma hora ou outra as pessoas descobriam.
Agora toda a nossa escola se voltou contra nós. Éramos populares, não que eu me orgulhasse disso, mas as pessoas pareciam estar do nosso lado. Porém depois que o povo descobriu sobre eu e Luna, toda a nossa popularidade se foi pelo ralo, e é justo nessas horas que a gente descobre em quem a gente realmente pode confiar.
O mais irônico de toda essa situação é que as únicas pessoas que estão nos apoiando, são as do clube dos Renegados, que nunca se deram muito bem com a gente.
Na hora do recreio, já estávamos cansadas de tanto sermos infernizas pelos outros alunos e de receber tantos olhares de lamento da Márcio e do Wolfang, até que os auto falantes da escola chamam eu e Luna para a diretoria. Nesse momento o corredor inteiro fica em silêncio e todos param e olham pra nós. Qual é o problema de todas essas pessoas? Elas não tem o que fazer não? Até parece que a vida de mim e de Luna é tão interessante pra receber tanta atenção. E como se não bastasse, agora até a direção da escola pretende intervir. Eu e Luna seguimos de mãos dadas e cabeça erguida pelo corredor até chegar na diretoria. Abrimos a porta da diretoria, cumprimentamos a diretora e então nos sentamos de frente pra ela.
—Boa tarde diretora - fala Luna
—Boa tarde garotas. Eu as chamei aqui pare lhes lembrar sobre a política da escola contra namoro nesse ambiente de estudo. É extremamente proibido realizar qualquer interação romântica aqui. E há boatos de que vocês não entenderam muito bem as regras. Que tal rever suas atitudes?
Luna fica vermelha. E sei que em breve ela vai chorar. Tenho que ser forte e fazer alguma coisa.
—Diretora! - começo - Estamos em pleno século XXI e concordo que é inaceitável namorar na escola - se eu quiser que a diretora me ouça, eu tenho que falar na língua dela.
—Continue Sofia - ela parece intrigada.
—Porém eu não vejo medidas sendo tomadas. Esta escola está repleta de casais se pegando. Eles transam no quartinho de limpeza, sem ao menos sequer se esconder das câmeras de segurança. E você nunca tomou atitude nenhuma em relação a esses casais, mesmo sabendo sobre eles. Por que eles são héteros. Agora, se eu e a Luna resolvemos andar de mãos dadas pelo corredor da escola , já nos sentindo humilhadas o suficiente pelo bullying, a senhora resolve nos chamar na sua sala para pedir para revermos nossas atitudes? Nós somos duas garotas e se nós quisermos nós podemos sim andar de mãos dadas dentro da escola. A senhora deveria deixar de ser tão hipócrita, e tomar atitudes de verdade. Se quer mesmo mudar essa escola e seguir as REGRAS, então é bom a senhora começar logo, e pensar muito bem em quem realmente deve ser punido. E se  a senhora não deixar logo de ser tão hipócrita e não tomar logo alguma atitude, eu contato os meus pais e nós iremos na justiça ver o que precisa ser mudado. De que lado será que o júri iria ficar, do lado da escola opressora e homofóbica, ou do lado de duas boas alunas que sofrem nessa escola por possuírem uma orientação sexual diferenciada? Reveja bem os seus conceitos, antes que seja tarde demais e você acabe no olho da rua. Pois eu tenho certeza de que não sou eu nem Luna que precisamos rever nossas atitudes.
Tanto a diretora quanto Luna ficam chocadas. Eu não! Já estava cansada de ser condenada por essa sociedade por pensar diferente. E aqui nessa sala, nós três sabemos que tudo que eu disse, é uma verdade, e daquele tipo de verdade que ninguém tem coragem de contar.
Como se nada de incomum tivesse acontecido, eu e Luna deixamos a diretoria. Espero não ter que voltar a falar com a diretora, pois nem tudo que eu disse foi verdade. Eu disse que tinha o apoio dos meus pais, mas nem sequer os meus pais me aceitam do jeito que eu realmente sou.

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