Capítulo 4 -Pesadelos

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De repente, me vejo num lugar imenso, infinito sem nada para nenhum dos lados que eu olhasse e totalmente branco, então, vejo um espelho atrás de mim e me viro para ele, tento tocá-lo, então uma pessoa aparece de costas atrás de mim, me viro e vejo outro espelho, e então, uma sala de espelhos!

Admiro meu próprio reflexo de uma maneira que nunca fiz antes, de repente meu reflexo olha numa direção oposta a minha, me viro e então vejo um tubinho de vidro com um líquido preto em meio ao nada, como se flutuasse no ar, eu me aproximo e quando o tento pegar, ele cai no chão e se quebra, de repente, a sala fica escura e meus reflexos somem.

Olho desesperada em todas as direções e nada, até que me sinto desconfortável e olho para trás, vejo um dos meus reflexos, está com o rosto coberto, quando tento analisá-la, ela levanta o olhar e o cabelo saí da frente de seu rosto, um rosto cortado,com os lábios irreconhecíveis, pele sangrando e inchada, mas os olhos, assustadores, olhos sem cor, totalmente brancos.

Saio correndo de perto daquela imagem, mas, estou numa sala de espelhos, um labirinto, e ela aparecia em todos os espelhos, e a cada passo que eu dava, ela chegava mais perto, olho para o lado vendo ela se aproximar, até que, de repente ela some, e paro de correr.

Olho para todos os espelhos, ela realmente sumiu, relaxo os músculos e olho para frente, e, ela está lá, fora do espelho, com a pele branca, feridas abertas, ela está incrível mente próxima, tento gritar, mas não consigo, ela estica a mão, sua mão está cortada e pinga sangue, ando para trás mantendo uma distância maior daquilo, ela se aproxima ainda mais sem dar nem um passo, as unhas dela começam a crescer e a ficarem pontiagudas, ela vai cortar o meu rosto! Não adianta correr, não posso me esconder, ela lambe os próprios lábios cortados.

-Alissa! –ouso uma voz grossa e penetrante que me faz gritar, abro os olhos e olho em volta, estou no meu quarto, a porta da varanda está com uma fresta aberta.

Minha mãe abre a porta do meu quarto com tudo e liga a luz –Filha, te ouvi gritando, o que ouve? –ela se aproxima e se senta do meu lado na minha cama.

-Tive um pesadelo... –olho em volta para ter certeza de que realmente acordei, minha mãe me abraça e acaricia meu cabelo - Foi horrível! –abraço minha mãe, ela me dá um beijo na testa.

-Sempre são filha, e não tem como fugir deles –ela me acaricia, sinto meus olhos voltarem a pesar, mas me recuso a dormir –Dorme filha, eu fico aqui.

-Não vou fazer isso com a senhora! Já sou grande. –cruzo os braços e me deito.

-Não vou conseguir dormir até ter certeza de que você esteja bem. –ela se deita do meu lado, ela está com a mesma roupa de quando cheguei da escola, ela se cobre, não demora muito para nós duas pegarmos no sono.

Tenho nenhum pesadelo depois disso.

Quando acordo de manhã, estou bem cansada e minhas costas doloridas, minha mãe já não está mais do meu lado, deve ter acordado e vou arrumar alguma comida. Me levanto e vou me trocar, coloco uma calça jeans um pouco mais justa e uma camiseta de banda, meu moletom branco e meu tênis all star, arrumo o cabelo e contorno o olho, quando termino e me encaro no espelho, me lembro de meu pesadelo, desvio o olhar, e vou direto pegar minha mochila e meu celular.

Desço as escadas correndo.

-Bom dia mãe. –grito quando chego na sala e vou direto para a cozinha.

-Oi filha, conseguiu dormir depois? –ela fala com um sorriso no rosto.

-Consegui sim, o que foi? –tento olhar por trás dela.

De outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora