Capítulo 6 -Confiar na pessoa errada

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No dia seguinte acordei gritando e ouvi alguém correr, quando olhei, minha mãe estava do meu lado com uma expressão aflita.

-Alissa, o que aconteceu? –ela passou a mão pelo meu cabelo e massageou meu couro cabeludo para me acalmar, fui até ela e coloquei a cabeça no seu colo.

-Tive pesadelos, vários, todos horríveis. –disse com a voz fraca e com os olhos fechados aproveitando o carinho da minha mãe.

Ela continuou acariciando meu cabelo, o carinho da minha mãe era fantástico, minha mãe era meu ponto seguro e me acalmava, não importa o que acontecesse.

Ela me ajudou a ficar de pé, mas minha cabeça ainda doía. Ela me deu um boa olhava e me viu estreitando os olhos por conta da luz.

-Acho bom que você saiba que não vai sair de casa até estar melhor. –apesar de fofa, minha mãe disse com a voz firme.

Concordei com a cabeça e ela me levou para tomar meu café da manhã, panquecas.

Me sentei e comi várias panquecas com calda de chocolate e morango, depois fui me deitar no sofá;

Minha mãe me disse o que aconteceu enquanto eu dormia.

Disse que a meninas caíram seus quixos quando chegaram e viram Oliver comigo dormindo em seus braços enquanto ele estava encostado na porta, em como Melissa a ajudou a fazer os cookies. Disse que não gostou muito de Amber e Jeniffer apesar de parecerem boas pessoas.

Era fácil conversar com a mamãe, ela não gritava, estava sempre disposta a conversar e eu a via como amiga.

Quando ficou um pouco mais tarde, disse a ela que tomaria um banho e subi as escadas sozinha me apoiando na parede. Fui até o meu quarto e após pegar uma muda de roupa fui até o banheiro.

Entrei debaixo do chuveiro e deixei a água quente bater nas minhas costas, depois deixei que molhasse meu cabelo e escorresse pelo meu rosto.

Quando saí, enrolei o cabelo na toalha e me vesti com um short preto e uma camisa azul turquesa e fui até meu quarto.

Coloquei música no computador, me sentei na cama e comecei a desembaraçar os longos fios do meu cabelo preto.

Por mais difícil que fosse pentear meu cabelo, era relaxante a sensação. Os repetitivos movimentos com a escola e a massagem natural me acalmavam.

Comecei a sentir cheiro de comida, minha mãe estava preparando alguma coisa para nós duas comermos.

Assim que acabei de pentear o cabelo resolvi descer, fui cautelosa pois qualquer movimento muito rápido me fazia ver estrelas.

Conseguia caminhar sem me escorar. Me sentei na mesa próxima ao balcão e ela acompanhou meus movimentos com os olhos.

-Devia ter me chamado, eu a ajudaria a descer. –minha mãe disse por sobro os ombros enquanto mexia a panela.

-Eu já estou melhor, amanhã já vou pra escola. –estiquei as pernas e coloquei uma mecha úmida de cabelo atrás da orelha.

Ela tirou a colher de madeira da panela e a colocou a poucos centímetros do meu rosto enquanto pingava caldo na mesa lisa e rodava a colher em círculos vagarosamente –Você não vai sair de casa até eu ter certeza de que está melhor, e ainda assim, ficará mais um dia por garantia.

Fiquei boquiaberta e com um leve sorriso no canto da boca. Quem diria aquele tipo de reação da minha mãe.

-E como pretende me manter aqui? A base de cookie e kurry japonês?

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