Capítulo 7 - Sangue humano

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Eu aterrisso na extremidade mais fina do galho da outra árvore e quase caio por causa do peso do meu corpo com o impacto e corro para perto do tronco da árvore. Estou encurralada então decido olhar para trás e dou um grito com o que vejo.

Aquela criatura estava com a boca aberta a centímetros do meu rosto. Ela está tão próxima que sinto o cheiro de carne podre de seus dentes e começo a tremer sem parar, só paro quando sinto algo cair em minhas roupas e olho para baixo.

Sangue.

Olho novamente para ela e vejo um punho todo machucado atravessando seu peito. Entre as duas feridas abertas e um pouco mais a baixo, um braço humano atravessava aquela criatura e na mão do meu salvador, um coração agora esmagado.

O braço se recolhe vagarosamente para fora fazendo escorrer muito sangue e no momento em que vejo o outro lado do monstro de tão grande que era a ferida, aquela coisa cai no chão sem vida.

No momento em que toca o chão, ela cai de cabeça e voa sangue para todos os lados, restando apenas dentes imensos próximos a um corpo com três enormes buracos abertos no peito.

Nunca me senti tão bem de ver uma sena tão macabra.

Levanto meu olhar calmamente e vejo Oliver respirando com dificuldade. Ele está cheio de sangue. Onde aquela criatura avia cravado um de seus dentes estava um ferida enorme que não parava de sangrar. Na verdade, por todo o seu corpo há alguma parte sangrando.

Sua calça está toda suja de barro e suas pernas com arranhados profundos. Seu peitoral e abdome tem machucados por toda a parte e seu rosto está agora com um arranhado profundo na bochecha direita.

-Alissa... –ele chama meu nome enquanto sangue escorre da sua boca. Ele estica uma das mãos e toca meu rosto.

-Não fala, você vai piorar. –digo em meio as lágrimas e afago seu cabelo.

-Vou te levar pra casa. –ele tenta se aproximar, mas o movimento o faz sangrar mais ainda.

-Me diga o que eu tenho que fazer pra te ajudar. –eu tento estancar o sangramento com minhas mãos, mas não adianta muito.

-Não vou deixar que faça isso. –ele cobre o local onde ele deixou a marca de seus caninos.

-Entendi... –minha voz falha no final e começo a procurar em volta para achar algo cortante, até que vejo uma madeira lascada e a pego.

-Você não vai fazer isso! –Oliver pega minha mão e tenta tomar a lasca de madeira, mas ele não consegue, está muito fraco.

-Não vou te deixar morrer! –digo e aproximo a lasca de madeira do meu braço.

-Alissa... –ele me pega pelo cabelo da nuca e me faz olhá-lo e vejo suas presas saltando. Ele coloca meu cabelo para trás e me puxa para ele e crava seus caninos no meu ombro.

A dor aguda não me incomoda, eu apenas o abraço e sinto a quentura de seu corpo e seu sangue molhando minha roupa.

Ficamos daquele mesmo jeito por algum segundos, até ele lamber meu ombro e depois me soltar.

-Você tem que beber mais. –eu esfrego o sangue em seu peito. Ele fecha os olhos e lambe os lábios, então os abre e acaricia meu cabelo.

-É o suficiente para eu te levar pra casa. –sua voz agora não é mais tão grossa, mas continua grave. Ele me pega no colo com um braço e me endireita e salta do galho em que estamos para o tronco da árvore, ele crava suas unhas no tronco o que faz nossa velocidade diminuir, depois ele pula e quase se desequilibra quando cai no chão.

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⏰ Última atualização: Sep 05, 2021 ⏰

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