Sou pai

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"--Quem é você? -ela perguntou com aqueles olhos brilhantes. Eu quero responder que não sou o pai dela, mas não consigo.

--Eu sou o seu pai!

Merda! Pior momento para se fazer uma referência e eu quero me bate por ter feito isso. A menina acabou de perder sua ultima família e o teste deu negativo. Tento concertar meu erro, mas ja era tarde de mais.

A menina já tinha saído correndo da sala e Donna tinha ido atrás dela.

"Eu sou o seu pai" isso ficava se repetindo, alguém ficava falando. Alguém? Não. Eu ficava falando! Eu ficava repetindo isso, sussurrando.

Quando eu me virava eu via Donna abraçada a minha filha sorrindo dizendo que tudo ficaria bem. Minha filha? Isso soa tão estranho.

Esta tão quente quero sair desta sala, tento andar para a saída, mas sempre volto ao mesmo lugar. Ao centro da sala segurando aquele papel idiota.

--Quem é você?

Quem sou eu? Quem é você menina estranha? Solte a Donna e continue o seu caminho. Mas ela está sozinha não tem ninguém pra mostrar a ela que caminho seguir. Eu sou o pai dela, não sou?

--Harvey? -Donna se desvencilhou do abraço e veio até mim com o papel para olharmos juntos.

--Não? Sim? Eu sou?

--Você é!

--Donna, por favor. -Ela tem que entender que eu não posso fazer isso.

Eu não sou o Marcus, não tenho filhos!
Por que ela não me entende? Saio de perto dela e dou de cara com Maisie. Porque ela tem esses olhos tão expressivos? Ela estica sua mão para que eu a pegue.

--Por favor, não tenho mais ninguém papai.

Papai... papai... papai... Porque eu não me lembro da mãe dela seria tão mais fácil. Fácil pra quem? Não!

Não seria mais fácil, ela também esta morta assim como a avó dela. Ela só tem a mim!

Percebo que ela está chorando porque não segurei sua mão. Ela tem que parar de chorar! Tanto dizer a ela para não chorar. Que merda de pai sou eu? Meu Deus eu sou pai!

--Harvey acorda... -ouço e sinto Donna colocando sua mão em meu ombro. --Acorda Harvey!"


Quando abro os olhos eu a vejo. Donna estava abrindo as persianas e isso fez com que meus olhos ardessem com a claridade, então volto a fecha-lo. Quero perguntar o motivo de sua visita tão cedo, mas percebo que não me importo com os meios disso só com o final, que resultou em ela aqui tão cedo.

Tão cedo... abro meus olhos outra vez e tento alcançar meu relógio. Donna estava saindo quando notei as horas. Puta merda ja são dez horas. Levo a mão nos olhos os apertando, me atrasei para a reunião com os Lawrence. Deve ser por isso que Donna esta aqui.

Coloco o relógio de volta no criado-mudo, me levanto e vou até o banheiro, onde escovo meus dentes. Já estou atrasado mesmo então não vou me apressar.

Meu sonho volta a tona me lembrando de ontem. Ou deve ser por isso que Donna esta aqui. O real motivo saberei em instantes por isso demoro o máximo possível no banheiro, e aproveito para tomar um banho bem demorado. Ouço batidas impacientes na porta. Estou sendo infantil? Sim! Não faz nem vinte e quatro horas que soube que tenho uma filha, da um tempo!

Saio do banheiro com uma toalha enrolada na cintura cobrindo minhas partes enquanto com a outra seco meu cabelo. Donna não esta no quarto então me visto e saio. Eu a encontro na cozinha com um copo na mão.

--Precisamos conversar! -Diz assim que entro no seu campo e visão.

--Donna agora não, preciso de um café primeiro. -Pego o copo de sua mão e la estava aquele café horroroso que ela tanto ama. Eu odeio esse gosto doce. --Credo... -Ela revira os olhos enquanto eu reclamo tomando mais um gole e devolvo o copo a ela. --Você precisa urgentemente trocar seu preferido!

--Eu não vou trocar, você que pare de tomar o MEU café!

Pego a cafeteira e despejo o café em uma xícara. Ontem ainda parece ser um borrão de acontecimentos. Depois de ter dito que eu era o pai dela ela saiu corredo da sala, sou um idiota. Deveria ter esperado, mas o que eu poderia fazer?

--O que devo a honra de sua visita?

--Você sabe... -ela coloca seu copo na bancada.

--Pensei que fosse os Lawrence.

--Eu não to nem aí pros Lawrence.

--Então...?

--Sua filha Harvey.

Tomo um longo gole do meu café a

Tomo um longo gole do meu café a fitando.

--Eu tenho uma filha Donna, e não tenho a mínima idéia do que fazer agora. -Admito o que estou pensando desde ontem. --Eu nunca cuidei de ninguém assim.

--Eu sei Harvey... -Donna tinha um pesar em sua vós e parecia que iria chorar a qualquer momento. --A Sophia... ela quer levar à Maisie pro Japão. Você não pode permitir isso.

(REVISÃO) Need? Need!Onde histórias criam vida. Descubra agora