CAPÍTULO 4

6.9K 539 117
                                    

20 de Março, 15h39, Campus da faculdade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

20 de Março, 15h39, Campus da faculdade

Mariah tinha estendido o que parecia uma canga no gramado da faculdade sob a melhor luz que conseguiu encontrar e uma meleca bem volumosa de argila na sua frente entregava que ela tentava se aventurar nos ramos das esculturas. Não era seu forte, mas ela gostava de testar novos materiais e deixar a mente voar para onde quisesse ir, e nada como a arte para permitir que explorasse seus pensamentos e emoções daquela forma.

Marcos tinha saído de uma prova de Elasticidade dos Materiais antes do sinal bater e tinha resolvido matar um pouco do tempo livre à deriva, quando avistou a recente amiga. Não pensou duas vezes em ir até ela e observar de mais de um ângulo a gororoba em busca de entender o que supostamente deveria ser.

Mariah só notou sua presença com a mudança da luz causada por sua sombra.

- Você tá me atrapalhando. - reclamou, franzindo o nariz em uma careta fofa.

- No assassinato do que um dia já foi argila? - ironizou, arrancando um bufar indignado da garota.

- Aposto que você só tentaria fazer um cubo ou algo assim. Eu pelo menos estou tentando construir algo que tenha significado.

- Aham, o que quer que você precise dizer para dormir à noite. - ele jogou a mala ao seu lado, deitando nela para aproveitar os raios fracos de sol daquela tarde tranquila.

Aquele costume de irritar um ao outro com provocações e sarcasmo estava quase virando um ritual para eles, tão natural quanto poderia parecer àquela altura.

- Eu acho que você devia ser mais legal comigo, agora que é meu amigo reserva enquanto os oficiais não se resolvem.

- Mas é tão legal te encher a paciência! - o engenheiro fez uma careta indignada, mas no fundo estava achando graça. Sabia que Mariah não queria se sentir sozinha, e que gostava da companhia dele, só não queria dar o braço a torcer e abrir brechas para mais uma das inúmeras piadas que ele fazia sobre eles terem alguma coisa. - E outra: nessa de ser seu amigo reserva eu vou ter que passar mais tempo com você? Porque eu não sei não... Acho que preciso colocar benefícios nessa amizade para valer a pena aturar suas loucuras.

Mariah pegou um pedaço do que parecia estar virando um braço e jogou na testa do loiro, rindo de sua exclamação alta.

- Com você sempre tem uma perversão envolvida, né? - após limpar os restos do mineral, ele mordeu o lábio, admitindo que não.

- Na verdade é só com você que é divertido demais e por isso eu não perco uma.

- Então você admite que não quer ficar comigo, só me tirar do sério?

- Espera. - Marcos pediu, subitamente sério. - Essa conversa de repente ficou muito séria e meu médico advertiu que só posso discutir assuntos assim com um copo de cerveja ao lado.

[Degustação] Amigos com BenefíciosOnde histórias criam vida. Descubra agora